Retaliação

Trump afirma que cancelou ataque que mataria 150 pessoas

Em uma série de tuítes, o presidente americano disse que cancelou operação dez minutos antes; o líder americano também declarou que os Estados Unidos aplicaram novas sanções ao país persa, mas não deu maiores detalhes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Presidente Trump diz que cancelou bombardeio após saber número de vítimas
Presidente Trump diz que cancelou bombardeio após saber número de vítimas (Reuters)

WASHINGTON - Em uma série de tuítes na sexta-feira, o presidente Donald Trump disse que suspendeu o ataque em retaliação ao abate de um drone americano no Irã no Golfo Pérsico dez minutos antes de seu início por considerar a resposta "desproporcional". Segundo Trump, a estimativa dos militares americanos era que 150 pessoas perderiam suas vidas nos bombardeiros. O líder americano também declarou que os Estados Unidos aplicaram novas sanções ao país persa, mas não deu maiores detalhes sobre quais seriam.

"Na segunda-feira, eles derrubaram um drone não tripulado que sobrevoava águas internacionais. Nós estávamos armados e prontos para retaliar na noite passada em três frentes diferentes quando eu perguntei quantos morreriam. 150 pessoas, senhor, respondeu um general. Dez minutos antes, eu parei o ataque, desproporcional ao abate de um drone não tripulado", disse o americano.

"Eu não tenho pressa, nossas forças armadas foram reconstruídas, estão novas e prontas, de longe as melhores do mundo. As sanções já são penetrantes e outras foram aplicadas nesta noite. O Irã nunca poderá ter armas nucleares, não contra os Estados Unidos e nunca contra o mundo!", completou.

Pouco antes dos comentários de Trump, o governo iraniano divulgou imagens do que alega ser destroços do drone americano derrubado na véspera e afirmou que emitiu dois alertas antes de abater o equipamento americano.

Acordo nuclear

Nos tuítes, Trump também criticou o acordo nuclear de 2015, em que o Irã se comprometeu a limitar seu programa nuclear em troca do alívio das sanções. Em maio do ano passado, Trump anunciou que sairia do tratado, assinado por seu predecessor e voltou a impor sanções econômicas ao país persa. Com as sanções, as exportações de petróleo iranianas foram reduzidas ao mínimo, e o país deixou de colher os benefícios econômicos que esperava quando abriu mão de produzir armas nucleares.

"O presidente Obama fez um acordo desesperado e terrível com o Irã — dando-lhes US$ 150 bilhões mais US$ 1,8 bilhão em espécie! O Irã estava enfrentando grandes problemas e deu calote neles, abrindo um livre caminho para armas nucleares — e em breve. Ao invés de dizer muito obrigado, eles gritaram 'Morte à América'", tuitou. "Eu saí do acordo, que não tinha sequer sido ratificado pelo Congresso, e impus fortes sanções. Eles são uma nação muito mais fraca hoje do que eram no início da minha presidência, quando estavam causando grandes problemas no Oriente Médio", completou.

O ataque estava em andamento, com aviões militares no ar e navios posicionados, quando foi cancelada pelo presidente americano, disse o New York Times, citando altos funcionários do governo como fonte. A reviravolta, lembrou o jornal, interrompeu o que teria sido a terceira ação militar de Trump no Oriente Médio, que bombardeou duas vezes alvos na Síria, em 2017 e 2018. A diferença, segundo analistas, é que, enquanto a Síria é um país devastado pela guerra civil de oito anos, sem capacidade de reação, o Irã é um dos países mais populosos e com um dos maiores contingentes militares no Oriente Médio, calculado em 500 mil homens.

Alerta de bombatdeio

De acordo com a Reuters, Teerã chegou a receber um alerta de bombardeio americano durante a madrugada. Como o país persa e os americanos não têm relações diplomáticas, foi necessária intermediação do governo de Omã.

"Em sua mensagem, Trump disse que era contra uma guerra com o Irã e que gostaria de conversar com Teerã sobre uma série de assuntos. Ele deu um breve período de tempo para que nós respondêssemos, mas o retorno imediato foi que decisões sobre esse assunto são responsabilidade do aiatolá Ali Khamenei (líder supremo do Irã)", disse um funcionário à Reuters, em condição de anonimato.

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