COLUNA

Crise certa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Se tornou uma crise clara a situação da suposta espionagem feita pelo secretário de Segurança do Maranhão, Jefferson Portela. Conhecido por sua verborragia, com falas de efeito às vezes ofensivas, Portela foi confrontado diretamente pelo deputado federal (e ex-secretário de Segurança), Aluisio Mendes (Pode).
Na tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília, Aluisio não poupou críticas (poucas ao gestor e
mais à pessoa do secretário), chegando a ser duro ao ponto de “avisar” sobre uma possível prisão de
Jefferson Portela, caso o gestor tivesse uma conduta desrespeitosa na Comissão de Segurança da Casa.
O que é esperado pelo deputado do Podemos é que a denúncia de espionagem supostamente orquestrada por Portela seja apurada com seriedade na Comissão da Câmara. E que os delegados Ney Anderson e Tiago Bardal apresentem suas versões e, com elas, as provas das acusações.
Mendes espera ainda que o secretário, como agente público, desça de sua fala imperativa e apresente sua defesa mostrando que realmente não determinou grampos contra desembargadores, políticos e seus familiares. A estratégia de tentar desqualificar seus acusadores parece não funcionar no Maranhão e não deve também ser considerada em Brasília.

Desnecessário
A questão das denúncias dos delegados Ney Anderson e Tiago Bardal contra Jefferson Portela poderiam não ter saído das fronteiras do Maranhão se o caso fosse tratado com seriedade.
No entanto, as denúncias feitas por Bardal em juízo foram tratadas com desdém, mesmo envolvendo membros de outro Poder.
Se Portela não cometeu qualquer irregularidade, o certo seria levar as denúncias a uma investigação séria e não usar “o ataque como defesa”, como vem fazendo o gestor, na tentativa de desqualificar os acusadores.

Sem resposta
Até o fechamento desta edição, o secretário Jefferson Portela não se manifestou a respeito do que disse o deputado Aluisio Mendes.
Nos bastidores, já foram abertas as apostas de que o gestor maranhense não vai mais à Comissão de Segurança da Câmara.
A coluna indagou a Portela se ele vai manter sua ida a Brasília para falar aos deputados. Mas o secretário não respondeu.

Favorável I
O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) deu mais um passo para a aprovação final. O relatório elaborado pelo deputado federal Hildo Rocha (MDB) foi favorável à parceria entre Brasil e Estados Unidos.
O documento foi finalizado na tarde de ontem e remetido à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
O tema deve ser apreciado e debatido no grupo de trabalho da Casa na próxima quarta-feira, 26.

Favorável II
Ainda de acordo com Hildo Rocha, dependendo do parecer final, o AST pode não passar para outras duas comissões (como está previsto inicialmente) e ser remetido diretamente à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, onde seria apreciado pelos parlamentares.
“Há uma expectativa, com o AST, que o Brasil será inserido no mercado mundial de lançamento de foguetes”, escreveu Hildo em trecho do relatório.
O AST, para aprovação, precisa necessariamente da aprovação no Congresso.

Questionamento
O senador Weverton Rocha (PDT) foi o primeiro senador a interpelar o ministro Sérgio Moro, que prestou esclarecimento a senadores na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O pedetista quis saber se o ex-juiz agiu de forma parcial no julgamento do ex-presidente Lula na Lava Jato e ainda fez a relação da prisão do petista com o cargo que hoje Moro desempenha.
O ministro não confirmou serem verdadeiras as mensagens que o The Intercept Brasil divulgou e alegou não lembrar das conversas que teve com o procurador Deltan Dallagnol.

Posição
O senador Roberto Rocha (PSDB) não teve receio e assumiu nas redes sociais que é a favor do decreto do governo Bolsonaro que flexibiliza o porte de arma no Brasil.
Nas redes, o tucano disse que há uma manifestação dos eleitores brasileiros quanto a questão do porte de armas e que, por isso, estava confortável em ser a favor do decreto presidencial.
No entanto, nos comentários na internet, o senador maranhense recebeu críticas pela sua posição.

DE OLHO

R$ 1,2 bilhão é o valor já gasto, em 2019, com a folha de pessoal no governo estadual.

E MAIS

• Roberto Rocha também esteve na reunião da CCJ que interrogou o ministro Sérgio Moro. Segundo o tucano, o ex-juiz conseguiu esclarecer tudo a respeito das mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil.

• Já sobre o decreto das armas, os outros dois senadores maranhenses – Weverton Rocha e Eliziane Gama – tiveram posição diferente de Roberto Rocha.

• As movimentações de pré-candidatura à Prefeitura de São Luís estão ganhando força. Mais nomes e mais partidos estão tentando entrar no debate sobre a sucessão na capital.

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