COLUNA

O "espetáculo" da falta d''água

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

A maioria dos deputados na Assembleia Legislativa decidiu ignorar a possibilidade, após requerimento feito à Casa, de o presidente da Caema, Carlos Rogério, prestar esclarecimentos aos deputados sobre a interrupção no abastecimento de água que provocou transtornos a milhares de pessoas no fim de semana. Há bairros que até ontem sofriam os efeitos de mais um rompimento da adutora do Sistema Italuís, na BR-135.
Em nota, a Companhia ateve-se a informar sobre o rompimento, o esforço de técnicos no trabalho de recuperação da tubulação e o retorno gradativo do abastecimento. Poucas palavras, na opinião de quem defendeu a convocação do Carlos Rogério. Diante da dimensão do transtorno, o ideal seria uma explicação detalhada do presidente da Caema sobre o que aconteceu, por que aconteceu e o que está sendo feito efetivamente para que o problema não se repita.
Esta explicação poderia ser dada, mas para a uma parte dos deputados, isso seria “um espetáculo”, insinuando um barulho desnecessário da oposição ao solicitar esclarecimentos da Caema pelo problema que atingiu milhares de cidadãos.
O silêncio, nesse caso, explicou bastante sobre a situação, incluindo a possibilidade de não haver explicação.

Não desta vez
O requerimento para convocar o presidente da Caema, Carlos Rogério, para se explicar na Assembleia Legislativa, foi apresentado pelo deputado Adriano Sarney (PV).
Mas, por ser um pedido da oposição, a maioria governista na Casa preferiu rejeitar.
Com a blindagem, Carlos Rogério - assim como outros gestores estaduais - deixa de prestar esclarecimentos que poderiam, até, ressaltar ações da Caema para melhoria do abastecimento de água na capital. Oportunidade perdida.

Estranha posição
Chama atenção a estratégia do DEM em relação à postura do deputado Neto Evangelista no que diz respeito a assuntos polêmicos que envolvem São Luís.
Recentemente, na questão dos cobradores e do transporte público na capital, Evangelista votou contra a posição do governo.
Na questão da convocação do presidente da Caema, também. Nos bastidores, analistas dizem ser uma orientação dos Leões para evitar desgaste do parlamentar, que quer ser candidato a prefeito.

Concessão
Ainda sobre problemas de abastecimento de água e questões de esgoto, parlamentares maranhenses defendem a mudança dos serviços nos municípios do estado.
O senador Roberto Rocha (PSDB) e o deputado Federal Pastor Gildenemyr (PMN) defendem que os municípios possam fazer concessões públicas para empresas privadas atuarem nos serviços de esgoto e abastecimento de água.
Para os parlamentares, já está mais que provado que no Maranhão a única empresa pública, que é a Caema, não consegue fazer o serviço satisfatório nem na capital, São Luís, muito menos nas cidades do interior.

Pressão I
Na Câmara dos Vereadores de São Luís, o grupo de oposição vem se fortalecendo a cada dia.
Os vereadores que não fazem parte da base da Prefeitura vão insistir na convocação de secretários municipais.
Depois de Lula Fylho (Saúde) e Antônio Araújo (Obras), os parlamentares insistem em outra convocação: Marlon Botão, da Cultura.

Pressão II
No entanto, mesmo sem parecer coesa, a base de Edivaldo Júnior na Câmara sabe se movimentar e assim como evitou outras convocações, fará o mesmo com Botão.
Mas tem vereador que “não quer se comprometer” com a questão, porque têm trabalhos na área da cultura.
E é nesse ponto que a oposição pretende trabalhar para mostrar força. Ou seja, pedir ajuda dos movimentos culturais que reclamam de Botão para pressionar os vereadores aliados a convocar o gestor.

Posição
Depois do feriado desta semana, os deputados federais do Maranhão João Marcelo de Sousa (MDB) e Juscelino Filho (DEM) terão de se posicionar sobre o relatório apresentado na comissão especial sobre a reforma da Previdência.
Os dois são membros titulares da comissão e já sabem que precisarão se posicionar antes do recesso parlamentar.
Mas sem os partidos já terem definido posição e, no caso, de Juscelino Filho, ter a pressão do Palácio dos Leões, os deputados maranhenses terão muito o que conversar neste feriado.

DE OLHO

R$ 1,7 milhão é o valor já gasto em 2019 com o Fundo de Fortalecimento da Administração Tributária no governo estadual.

E MAIS

• A previsão é de que os contratos da limpeza em São Luís vão se tornar conhecidos nacionalmente.

• O contrato inicial foi feito pelo então prefeito João Castelo, já no fim de seu mandato de prefeito, mas que vem trazendo problema à gestão municipal atual..

• O secretário de Segurança do estado, Jefferson Portela, mantém sua verborragia, que pode, futuramente, comprometer o gestor.

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