Blindagem

Barrada convocação de presidente da Caema na Assembleia Legislativa

Requerimento de autoria do deputado Adriano Sarney (PV) contou com apenas cinco votos favoráveis; 20 deputados governistas votaram contra

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Adriano Sarney solicitou explicações do presidente da Caema sobre falta d’água, e Yglésio Moyses classificou de “espetáculo” esclarecimentos
Adriano Sarney solicitou explicações do presidente da Caema sobre falta d’água, e Yglésio Moyses classificou de “espetáculo” esclarecimentos (Adriano Sarney)

A base aliada rejeitou on­tem requerimento de autoria do deputado estadual Adriano Sarney (PV) e barrou a convocação do presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Carlos Rogério, para esclarecer à Assembleia Legislativa o recente caso de falta d’água em São Luís.
A capital passou quatro dias sem abastecimento, após mais um rompimento da adutora do Italuís na BR-135. E, apesar das notas da Caema sobre normalização no abastecimento, ainda existem bairros com problemas de falta d’água.
Dos 25 deputados presentes, apenas cinco votaram pela convocação do gestor. Todos os demais blindaram o aliado governista.
Além de Adriano, os deputados César Pires (PV) e Wellington do Curso (PSDB) manifestaram-se na tribuna contra a decisão da maioria. Arnaldo Melo (MDB) e Neto Evangelista (DEM) também votaram a favor do requerimento, mas acabaram derrotados.
Ao encaminhar pela rejeição do pedido, o deputado Yglésio Moyses (PDT) disse que tratava-se de um “espetáculo” a tentativa de levar Carlos Rogério a prestar esclarecimentos em plenário. Segundo ele, em outro momento o presidente da Caema será convidado a esclarecer o caso na Comissão de Saúde da Casa.
Autor do pedido de convocação, o deputado Adriano Sarney (PV) protestou contra a rejeição do seu requerimento. “Nosso pedido foi muito simples: prestar informação. A população não sabe se a nova Italuís está funcionando, se a velha está quebrada, o que ocorreu. Tem bairro que está há 20 dias com falta d’água”, declarou.
Na sequência, ele acabou conseguindo, via Mesa Diretora, a aprovação de um segundo requerimen­to, com pedido de informações da Caema sobre a situação.

Obrigação
Para o deputado César Pires, o governo estadual tinha a obrigação de explicar a suspensão de um serviço essencial para a população.
“No Congresso Nacional, a todo tempo, ministros são convocados e vão prestar esclarecimentos aos parlamentares. Não há, portanto, nenhuma justificativa para negar a nós, deputados de oposição, o direito de cobrar explicações ao dirigente da Caema sobre a constante falta d’água que tanto prejudica milhares de pessoas na capital do Maranhão”, enfatizou César Pires, ao defender a convocação do presidente da estatal.
Na opinião do parlamentar, "é inadmissível" a recorrente orientação dada à base governista para barrar toda convocação de gestores estaduais, já que fiscalizar os atos do Executivo é também prerrogativa dos deputados.
“A direção da Caema deveria vir a pública dar explicações à população e não se negar. E nós, parlamentares, não podemos fugir da nossa obrigação de representar e cobrar os direitos daqueles que nos elegeram”, concluiu ele.

Em nota, pedetista diz que explicações serão dadas

Alvo de pesadas críticas após orientar a base governista a votar contra o requerimento de convocação do presidente da Caema, o deputado Yglésio Moyses emitiu uma nota oficial na tarde de ontem para tentar explicar o seu posicionamento.
Segundo ele, apesar da não convocação de Carlos Rogério para prestar esclarecimentos em plenário, as informações serão prestadas em comissão técnica, na semana que vem.
"Nossa visão caminha pela bus­ca da solução técnica e efetiva, que é o que interessa à sociedade. Por isso, defendemos que o melhor local para esses esclarecimentos seja nas Comissões de Obras, Saú­de e Assuntos Municipais", destacou.
Segundo ele, mesmo sendo de maioria aliada ao Palácio dos Leões, a Assembleia cobrará efetivos esclarecimentos sobre a falta d'água em São Luís e a situação atual da Caema.
"A Assembleia Legislativa do Maranhão vai solicitar todos os esclarecimentos de ordem técnica, situação financeira da Caema, os relatórios dos reparos da adutora Italuís. O que foi submetido a reforma em 2017, o que há ainda pa­ra ser feito", completou.

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