CLA/Alcântara

CLA: relator, Hildo Rocha quer colocar o AST em votação em 10 dias

Deputado maranhense disse que pretende "correr" com o relatório, para garantir sua aprovação o mais rapidamente possível para homologação do acordo

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Deputado hildo Rocha quer acelerar tramitação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas na comissão
Deputado hildo Rocha quer acelerar tramitação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas na comissão (Hildo ROcha)

O deputado federal Hildo Rocha (MDB) foi designado, na quarta-feira, 12, relator do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado entre o Brasil e os Estados Unidos para o lançamento de foguetes e satélites americanos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Aparentemente, ele venceu uma queda de braço com o deputado Aluísio Mendes (Pode), que havia se anunciado relator no início do mês.
A proposta de acerto comercial precisa necessariamente de aprovação do Congresso antes de passar a valer.
A O Estado, Rocha disse que pretende "correr" com o relatório, para garantir sua aprovação o mais rapidamente possível.
“Ontem [quarta-feira] fui comunicado pelo presidente da Comissão [de Relações Exteriores], deputado Eduardo Bolsonaro e hoje [ontem] recebi a designação. Pretendo em 10 dias, no máximo, apresentar o relatório. Temos que correr porque esse acordo precisa ser homologado para começar a valer”, destacou.

Dividendos
Ainda de acordo com o parlamentar, a proposta tem apoio da bancada do Maranhão no Congresso porque, além de garantir benefícios para o programa espacial brasileiro, deve render dividendos financeiros ao Maranhão.
“Esse acordo garantirá receitas formidáveis para o Maranhão. Sou a favor artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. Já conheço o acordo e está nos mesmos termos já apresentados pelo ministro Marcos Pontes [da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações]. A bancada já tem conhecimento e apoia. Por isso, vamos acelerar”, completou.

Apoio
Em recente entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), também apoia a proposta. Segundo ele, numa reunião governadores de todo o país, o comunista “falou bem” do acordo Brasil/EUA.
Já o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, pediu, durante um jantar em São Luís, no mês de abril, suporte da bancada maranhense à aprovação do documento.
Segundo ele, o acordo não trata de aluguel da base aos americanos e haverá “uma mensagem muito ruim para o resto do país” se a própria bancada do Maranhão não apoiar a proposta.
Ele destacou, ainda, que o CLA pode até ser extinto se continuar sem utilização para produção científica e atividades aeroespaciais. A última operação no local, lembrou ele, ocorreu em 2014, quando foi lançado um foguete de treinamento. “Os Estados Unidos têm uma capacidade tecnológica tão grande – e por isso que a gente fez com eles primeiro esse acordo – que faz com que eles tenham tecnologias de empresas americanas colocadas em 80% dos satélites e foguetes do planeta”, declarou.
Ainda de acordo com o ministro, pelo acordo o Brasil apenas compromete-se a proteger essa tecnologia, em troca da permissão de lançar esses foguetes e satélites de Alcântara.
“Então, o acordo é simplesmente que os Estados Unidos permitem que o Brasil lance quaisquer foguetes e satélites de quaisquer países do planeta que tenham qualquer componente americano em­barcado. Em troca, nós protegemos a tecnologia americana. Isso cumpre 80% do mercado. A gente vai atrás dos outros 20% para aumentar nosso portfólio”, declarou, adiantando que já manteve conversas com os japoneses.
Marcos Pontes acrescentou que, com a aprovação do AST, o Brasil entra num mercado que atualmente movimenta US$ 350 bilhões – com estimativa de crescimento a US$ 1 trilhão até 2040.

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