Violência

Maranhão: 463 mortes violentas nos primeiros quatro meses deste ano

Números foram divulgados pelo Monitor da Violência; chacina na zona rural e assassinatos de político e de estrangeiro registrados no período

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Três jovens que foram vítimas de uma chacina em Janeiro em Coquilho, na Zona Rural de São Luís
Três jovens que foram vítimas de uma chacina em Janeiro em Coquilho, na Zona Rural de São Luís (Vitimas)

SÃO LUÍS - Quatrocentos e sessenta e três mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguido de morte) ocorreram nos primeiros quatro meses deste ano no Maranhão. No decorrer do ano passado foram 1.699 casos. Estes dados são do Monitor da Violência do site G1, criado em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados esta semana. No Brasil, de janeiro a abril deste ano, foram registradas 14.374 assassinatos.

Ainda de acordo com o Monitor da Violência, somente em abril deste ano foram 113 mortes violentas no estado, sendo 106 homicídios dolosos, cinco casos de latrocínio (roubo seguido de morte) e dois registros de mortes por lesão corporal. No primeiro mês do ano ocorreram 111 assassinatos, sendo 98 homicídios; 11 latrocínios e dois registros de lesão corporal seguido de morte.

Em fevereiro foram 110 mortes violentas, sendo 105 homicídios, dois latrocínios e três registros de lesão corporal seguida de morte. Em março, o registro foi de 129 mortes violentas no estado, sendo 120 homicídios dolosos, oito casos de latrocínio e uma morte ocasionada por lesão corporal.

Casos graves

O primeiro mês deste ano foi marcado por execuções na Grande Ilha. Logo no dia 3, ocorreu uma chacina na localidade Mato Grosso, no Coquilho, zona rural da capital, que resultou na morte de Gustavo Feitosa Monroe, de 18 anos; Joanderson da Silva Diniz, de 17 anos, e Gildean Castro Silva, 14 anos. Os corpos foram encontrados com perfurações de tiros, em uma área de matagal nas proximidades da construção de um habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida.

O caso foi investigado pela Superintendência Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP), que resultou na prisão do soldado da Polícia Militar, Hamilton Caires Linhares, e do segurança Evilásio Júnior.

A polícia registrou, no dia 6 de janeiro, a morte do motorista do aplicativo Uber, Edmilson Pimenta Azevedo, de 54 anos, no bairro Liberdade. Segundo o delegado Clarismar Campos, da SHPP, que investigou o caso, a vítima foi assassinada a tiros, mas o alvo seria um dos passageiros, o faccionado Sony Anderson Silva de Oliveira, de 19 anos, que estava no carro.

Ficou constatado que Sony Anderson fez gestos com as mãos simbolizando uma facção criminosa, provocando o acusado, Lúcio Johannes Martins Mota, de 20 anos, que conduzia uma motocicleta. Este resolveu, então, reagir, atirando e atingindo o motorista. Lúcio Johannes está preso, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Ainda em janeiro ocorreu um duplo homicídio no Sítio Natureza, em Paço do Lumiar. Os funcionários de uma empresa prestadora de serviço para a Cemar, João Victor Melo, de 27 anos, e Fancivaldo Carvalho da Silva, de 25 anos, foram executados por “faccionados” quando trabalhavam na localidade. O fato foi motivado por corte de energia elétrica.
O autor dos tiros foi Pablo Martins Silva, o De Menor, de 18 anos, e o seu irmão, um adolescente, de 16 anos. Eles são acusados de integrarem uma facção criminosa, além de suspeitos de vários crimes na Região Metropolitana de São Luís.

Assassinato de estrangeiro

A polícia também registrou a morte do italiano Carmélo Márcio Calabrêse, de 65 anos. O corpo dele foi encontrado com marcas de faca e pauladas boiando no rio de Tibiri, no dia 8 de março. Os criminosos roubaram, também, pertences da residência do estrangeiro, no Alto do Laranjal, em Paço do Lumiar. Entre os objetos roubados, um veículo Siena vermelho.

A SHPP investigou o caso e prendeu Artur Silva Rocha, o Xita; Anderson Soares Paulino, o Lourinho; Milena Conceição Santana, Cleidilene Silva Fonseca, a Chinezinha; Airton da Cruz Silva, o Escaringa; Lucas Sá Menezes, o Luquinha; Manoel de Jesus da Silva e Lucas Matheus Alves da Conceição.

Morte de político

Em abril deste ano, o ex-presidente da Câmara Municipal de Maranhãozinho, vereador João Perreira Serra, o Jango (PSD), de 46 anos, foi executado na zona rural da cidade de Santa Luzia do Paruá, a 370 km da capital. Segundo a polícia, o parlamentar, em companhia de um empregado, em seu veículo, deixava sua fazenda quando foi abordado pelos criminosos.

O vereador levou vários tiros de escopeta e revólver calibre 38. João Pereira morreu no local, enquanto os criminosos fugiram em uma motocicleta levando a quantia de R$ 8 mil e uma arma de fogo. No dia 31 do mês passado, a polícia conseguiu prender o executor desse crime, o vaqueiro Egídio Pereira Serra, o Jango.

Saiba mais

Os dados do Monitor da Violência revelaram, também, que de janeiro a abril de 2018 ocorreram 572 mortes violentas no Maranhão. Somente no mês de abril, um total de 122 casos. Entre os casos, 116 homicídios e seis casos de latrocínio.

Entenda

Mortes violentas neste ano no MA

Janeiro: 111 casos

Fevereiro: 110 casos

Março: 129 casos

Abril: 113 casos

Fonte: Monitor da Violência

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