Editorial

Violência sobre duas rodas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

As motocicletas estão na mira permanente do crime em toda a região metropolitana de São Luís. Segundo as últimas estatísticas policiais divulgadas por O Estado, 140 motos, em média, são roubadas ou furtadas por mês só na capital. Quase sempre, os veículos de duas rodas tomados dos donos tornam-se meios de locomoção e fuga para assaltantes e assassinos, que com agilidade espantosa, espalham medo por toda a Ilha e chegam a desafiar as autoridades de segurança pública.

Se os relatórios médicos de acidentes envolvendo motociclistas já revelam uma realidade trágica, o volume de ocorrências de roubo e furto e de uso de motos como meios de transporte para a prática dos mais diversos crimes também é assustador. Não é exagero afirmar que em São Luís a moto, além de ser uma opção de locomoção ágil e barata, tornou-se verdadeiro instrumentos do mal.

O que era para ser apenas um meio fácil de mobilidade também tem seu lado ameaçador. Por tornar mais célere a locomoção, a moto, a cada dia que passa, funciona como vetor do perigo aos seus adeptos. Em meio à sua popularização, é difícil encontrar um condutor que já não tenha sofrido um acidente ou que já não tenha sido vítima de um assalto ou furto. Diante da explosão de ocorrências dessa natureza, nos dias atuais, qualquer indivíduo que adere ao transporte sobre duas rodas passa imediatamente a ser alvo em potencial da bandidagem, mais do que quaisquer outros condutores.

Em caso extremo, pode estar assinando sua sentença de morte, seja em um desastre, seja pelas mãos de um criminoso disposto a tudo para se valer da velocidade e da facilidade de escape quando este se dá com o uso de uma moto. Não se trata de discriminar as motocicletas, muito menos de tentar boicotar suas vendas no mercado, mas sim de expor uma verdade absoluta, escancarada diariamente pela mídia, que sempre encontra material farto para publicação/veiculação ao pesquisar sobre acidentes e outros sinistros que costumam vitimar motociclistas.

Quem trabalha sobre duas rodas, como mototaxistas e motoboys, tem ainda mais probabilidade de entrar para as estatísticas de violência. Além da preocupação com o transporte seguro de passageiros e com a agilidade das entregas, os profissionais que usam moto em serviço têm que estar o tempo todo atentos para não perder seu ganha-pão. Isso porque é cada vez maior o número de bandidos à espera do menor vacilo para roubar o veículo e torná-lo instrumento do crime, seja para a prática de assaltos, seja para executar rivais.

Em cidades como São Luís, a moto, que outrora despertava apenas fascínio, hoje causa medo, tendo em vista o aumento progressivo do seu uso a serviço do crime. Se antes, se locomover sobre duas rodas era apenas sinônimo de aventura e guardava em si certa aura de romantização, hoje, pode levar ao mais cruel destino.

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