Cinema nacional

Filme inspirado em obra de Clarice Lispector começa a ser gravado

Longa é livremente inspirado na obra de Clarice Lispector e traz no elenco Simone Spoladore e Javier Drolas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Simone Spoladore e Javier Drolas em cena do filme
Simone Spoladore e Javier Drolas em cena do filme (O LIVRO DOs prazeres)

SÃO PAULO- Primeiro longa de ficção da diretora Marcela Lordy, “O LIVRO DOS PRAZERES” é uma livre adaptação da obra “Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector, uma das mais importantes escritoras em língua portuguesa do século XX. Uma coprodução Brasil-Argentina, entre bigBonsai, Cinematográfica Marcela, República Pureza, Rizoma Films e Canal Brasil, o filme traz para os tempos atuais a narrativa do livro publicado em 1969.

A obra acompanha Lóri (Simone Spoladore), uma professora que vive a monotonia de uma rotina de trabalho e relacionamentos furtivos até que conhece Ulisses (Javier Drolas), um professor de filosofia argentino, egocêntrico e provocador. É com ele que Lóri aprende a amar enfrentando sua própria solidão. Uma jornada de investigação íntima e quebra de padrões, numa trajetória só possível pelo encontro, troca e aprendizado entre os dois.

“O Livro dos prazeres” é um romance erótico sobre o ponto de vista de uma mulher contemporânea em busca de conexões afetivas reais”, coloca a diretora Marcela Lordy. “O filme surgiu da vontade de olhar mais de perto a velocidade com que as relações afetivas se formam e se desfazem nos dias de hoje. Estava morando sozinha pela primeira vez quando me deparei com Lóri e seus desafios existenciais da maturidade. Ao ler o livro, senti que havia algo sagrado ali sobre o amor que precisava ser resgatado”, completa.

“Embora escrito em 1969, esta história tem hoje um grande apelo, por ser tratar do aprendizado do amor, da lenta iniciação de uma mulher e seu amado, numa crescente onda de erotismo, quando justamente ninguém mais tem paciência para o tempo do outro e vivem-se amores supérfluos, líquidos”, explica a diretora.

No “O Livro dos prazeres” acompanhamos Lóri em sua descoberta de si, do outro e do mundo. Um cinema da normalidade, das coisas não-extraordinárias, propondo, no entanto, um olhar extraordinário sobre o cotidiano. É preciso que ela se descubra plena para enfim reconhecer o prazer de estar com o outro e viver um amor elevado a um nível mais humano, consciente e individual. Apresentamos a possibilidade de uma relação amorosa estável desconstruindo o mito do amor romântico no qual a obrigação de fazer o outro feliz sai do cônjuge e vai para o indivíduo e suas escolhas.

No momento em que o cinema brasileiro vive um processo de desmonte e asfixia de recursos, o filme começa a ser rodado em maio, no Rio de Janeiro, - em locações presentes no livro como a orla da praia do Leme, o MAM e a Floresta da Tijuca, - e já se torna resistência no cinema autoral. Desde a primeira versão do roteiro, o papel de Lóri já era da atriz Simone Spoladore, com quem a diretora trabalhou anteriormente no telefilme A Musa Impassível e no curta metragem Sonhos de Lulu.

Com roteiro da também argentina Josefina Trotta em parceria com a própria diretora Marcela Lordy e com produção de Deborah Osborn, O filme conta também com a produção executiva de Marcello Maia e Camila Nunes, fotografia de Mauro Pinheiro, direção de arte de Iolanda Teixeira, montagem da argentina Rosário Suárez e trilha sonora original de Edson Secco. O longa tem participação especial da artista plástica Letícia Ramos criando os intertítulos do filme, do fotógrafo Wladimir Fontes como still e do designer Júlio Dui na criação da identidade visual. A distribuição no Brasil é da Vitrine Filmes.

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