Primeira-ministra

Theresa May formaliza saída da liderança conservadora

Ela abre caminho para novo primeiro-ministro; ao entregar carta notificando oficialmente o partido da sua saída, a líder conservadora encerra quase três anos de extrema pressão; onze candidatos querem sucedê-la para liderar saída britânica da UE

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May formalizou sua renúncia em 7 de junho de 2019
Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May formalizou sua renúncia em 7 de junho de 2019 (Reuters)

LONDRES - A primeira-ministraTheresa May formalizou sexta-feira,7, saída da liderança doPartido Conservador , abrindo caminho para sua sucessão na chefia do governo do Reino Unido . Ela continuará atuando como premier enquanto os seus correligionários escolhem o novo líder partidário. Com 11 pré-candidatos na corrida, o processo deverá levar várias semanas, provavelmente até o fim de julho.

Ao entregar carta notificando oficialmente o partido da sua saída, a líder conservadora encerra quase três anos de extrema pressão. Ela falhou na sua principal missão, acertar um acordo sobre os termos da saída britânica da União Europeia (UE), por não ter obtido a aprovação do Parlamento para o pacto negociado por ela a duras penas com Bruxelas. O prazo do divórcio teve que ser prolongado duas vezes, e agora ele deve acontecer em 31 de outubro.

As inscrições dos postulantes à liderança conservadora — e consequentemente a assumir o comando do governo britânico — estão abertas até segunda-feira,10. Para se candidatar, é necessário ter apoio de oito legisladores do partido. O critério é mais rigoroso do que em eleições anteriores, a fim de diminuir o número de candidatos na disputa.

Os legisladores conservadores, em seguida, deverão realizar várias rodadas de votações secretas para reduzir ainda mais o número de candidatos. O procedimento ocorre dentro de uma sala do Parlamento, onde serão montadas cabines de votação.

Dentre os nomes mais cotados, estão Boris Johnson, ex-chanceler britânico e árduo defensor do Brexit; Michael Gove, ministro do Meio Ambiente e defensor da estratégia de May para o divórcio com a UE; e Jeremy Hunt, que na campanha de 2016 se posicionou contra o Brexit e, agora, afirma que o Reino Unido precisa de um acordo para sair do bloco europeu.

Sem processo contra Boris

A Alta Corte de Londres rejeitou na sexta-feira,6, um pedido de processo contra Johnson, acusado de disseminar mentiras durante a sua campanha em favor do Brexit em 2016. Enquanto era prefeito da capital, ele afirmou que os britânicos pagavam 350 milhões de libras (396 milhões de euros ou R$1,7 bilhão) por semana ao bloco. A falsa informação foi, inclusive, usada pela campanha pró-Brexit num outdoor, em que se lia "Nós enviamos 350 milhões de libras por semana à UE, vamos financiar o nosso sistema nacional de saúde ao invés disso".

O processo legal foi aberto por uma equipe reunida pelo empresário Marcus Ball (que se autointitula um "promotor privado" pago por financiamentos coletivos). Johnson "sabia que o valor era falso e, no entanto, optou por repeti-lo várias vezes", afirmou a acusação.

Em audiência, o advogado de Johnson, Adrian Darbishire, afirmou que o caso tinha motivações políticas e, por isso, não deveria avançar na Justiça. Os juízes da Alta Corte disseram que explicarão as razões de terem rejeitado o caso em uma ocasião posterior.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.