Tragédia

Polícia chilena abre investigação sobre a morte de crianças

Maranhenses da cidade de Bacabal faziam um "tour" pelo Chile com os pais quando foram mortas atingidas por rochas. O acesso ao local estaria proibido

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Isadora Bringel e Khálida Lisboa morreram em passeio no Chile
Isadora Bringel e Khálida Lisboa morreram em passeio no Chile (Crianças)

SÃO LUÍS - A morte das maranhenses da cidade de Bacabal, Khálida Trabulsi Lisboa, de 3 anos; e Isadora Pereira Bringel, de 7 anos, está sendo investigada pela polícia do Chile. Os corpos devem chegar ao Maranhão nesta quarta-feira, 5. A polícia informou que as crianças morreram na tarde de segunda-feira, 3, atingidas por uma rocha no entorno da represa El Yeso, em San José de Maipo, distante 60 quilômetros de Santiago. Há informações de que, no momento do acidente, essa área estava com o acesso proibido.

A equipe da Brigada de Homicídios da Polícia de Investigações (PDI) está coordenando as investigações sobre o episódio. Ainda ontem várias pessoas foram ouvidas, inclusive o chefe da prefeitura de Santiago Cordillera de Carabineros, Jorge Miranda. Ele declarou que uma rocha cedeu e uma parte do sedimento atingiu o grupo de estrangeiros, resultando na morte das maranhenses que estavam em companhias dos pais.

Jorge Miranda disse também que o acesso ao local do El Yeso estava restrito a passagem. “Muitos turistas acessam certos lugares em determinadas épocas do ano sem ter as medidas de seguranças necessárias”, disse Miranda.

O marido de uma mulher ferida, identificado como Ademir Mendonça, declarou que não haviam recebido qualquer aviso da empresa de turismo sobre o perigo no local.

Controvérsias

A governadora da província de Cordillera, Mireya Chocair, disse ao jornal La Tercera, do Chile, que a operadora de turismo, nome não revelado, poderia ser responsabilizada, porque o ônibus e os turistas, passaram por um local proibido. "Existe sinalização, os guias de turismo sabem como funcionam, o município está em contato constantemente com as agências de viagem. Há normas claras no lugar e de conhecimento do público", ressaltou a governadora.

Ela afirmou ainda que as autoridades policiais estão apurando uma possível responsabilidade dos guias turísticos. “Há uma lei municipal e regras claras em vigor. Elas são totalmente conhecidas pelo público de que o acesso a esse local é proibido”, afirmou a governadora.

Já, o conselheiro municipal, Alejandro Hormazabal, que presenciou o desastre, disse ao La Tercera que o grupo de turistas saiu dos ônibus e seguiu a trilha a pé. No caminho não havia nenhuma placa ou aviso para impedir o trânsito de pessoas na região do El Yeso.

Tragédia

O grupo de turista era composto por 20 pessoas e estava sob os cuidados de guia de viagem do Brasil. O comissário da Região Metropolitana de Santiago, Juan Fonseca, declarou para o La Tercera que o vigia do local percebeu o perigo e alertou sobre as rochas, principalmente para crianças.

Juan Fonseca disse que uma rocha de aproximadamente um metro e meio estava separada que atingiu os turistas. Umas das crianças morreu logo no local, enquanto a outra foi socorrida e o seu pai, que é médico, fez esforços para reanimá-la, mas morreu ao chegar no hospital de San José de Maipo.

Uma senhora de 54 anos também ficou ferida e foi levada para o hospital, mas não corre risco de morte. Os corpos das crianças estão previstos para chegarem ao Maranhão na quarta-feira, 5, e o sepultamento deve ocorrer no cemitério na cidade de Bacabal.

Tristeza

Bacabal onde nasceram as vítimas está no clima de tristeza. Khalida Carvalho é a filha mais nova do médico Jorge Trabulsi e neta da vice-prefeita do município, Graciete Trabulsi. A outra vítima é filha do casal de médicos, Marcelo e Slavya Bringel.

O avô de Khálida, Doutor Lisboa, ex-prefeito de Bacabal, declarou para o portal G1 que a família está em choque e que a neta completaria quatro anos no próximo dia 22. "O convívio não poderia ser melhor. Era uma menina alegre, maravilhosa e amada. Está todo mundo em estado de choque", contou o ex-prefeito.

O colégio Reis Magos, em Bacabal, onde as crianças estudavam suspenderam ontem as aulas e emitiu nota de pesar. A Prefeitura de Bacabal e políticos da localidade também lamentaram a morte das crianças por meio de nota de pesar.

Saiba mais

Mortes no Chile

No dia 22 do mês passado, seis turistas brasileiros foram encontrados mortos em um apartamento de Santiago, segundo a polícia, por intoxicação por monóxido de carbono. Eles estavam no Chile para comemorar o aniversário de uma adolescente, que também foi vítima. Os corpos chegaram no último dia 3 a Santa Catarina onde foram sepultados.

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