CONSCIENTIZAÇÃO

Campanha busca reverter situação de estoque de hemocentro do estado

Junho Vermelho é uma campanha nacional, que busca atrair novos doadores e ampliar o estoque de bolsas nos hemocentros do país; mobilização, alusiva ao período junino, inicia-se na próxima semana; meta é ultrapassar 2 mil bolsas de sangue

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Hemomar trabalha atualmente com o estoque mínimo e precisa de mais doações de sangue na capita
Hemomar trabalha atualmente com o estoque mínimo e precisa de mais doações de sangue na capita (sangue)

A conscientização sobre a doação de sangue, assim como a efetivação do ato, é fomentada durante todo o ano e estimulada em datas estratégicas com mobilizações e ações especiais. Com a chegada do período de festas juninas, o Centro de Hematologia do Maranhão (Hemomar), que atualmente trabalha com estoque mínimo, pretende superar as doações realizadas durante o período junino em 2018, quando quase 2 mil bolsas de sangue foram doadas em São Luís. Para isso, realizará a campanha “Você estende o braço, nós achamos seu par”, com início já na próxima semana. O mês atual é lembrado, ainda, no Brasil, como Junho Vermelho, campanha nacional que busca atrair novos doadores e ampliar o estoque de bolsas nos hemocentros do país.

Além de uma questão de saúde pública, a doação de sangue é tida, por seus adeptos, como um ato de amor devido à possibilidade de salvar vidas, tornando essencial a disseminação de sua importância e, sobretudo, o incentivo de tornar o ato regular e reverter a situação preocupante de escassez de bolsas de sangue nos estoques do hemocentro do Maranhão, assim como demais estados do país.

Entre as medidas adotadas para atingir esta meta, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) programou, para este mês, a campanha “Você estende o braço, nós achamos seu par”, que acontecerá de 14 a 29 de junho. Para mobilização dos doadores, o Hemomar contará com coletas nos centros permanentes – no hemocentro de São Luís (Jordoa) e hemonúcleos do interior do estado, em Imperatriz, Balsas, Caxias, Santa Inês, Codó e Pinheiro –, externas e ações em parceira com instituições e colaboradores, envolvendo, também, divulgação em veículos de comunicação e redes sociais para convocar doadores.

No ano passado, durante o período de São João, 1.966 bolsas de sangue foram coletadas em São Luís. Para este ano, o objetivo estipulado pelo Hemomar é de ultrapassar em 20% os resultados de 2018, deste modo, além dos doadores regulares, a expectativa é atrair novos doadores visto que, atualmente, o hemocentro trabalha com deficit no estoque, o que permite atender, apenas, a demanda de hemocomponentes por três dias.

Durante todo o ano, o centro recebe uma média de 130 doações por dia, mas para deixar o banco de sangue abastecido é preciso muito mais. Segundo dados divulgados em 2018, no Maranhão, apenas 1,8% da população doa sangue. Para ajudar a quem precisa, seria necessário que, pelo menos, 5% da população maranhense fosse doadora. Diante disto, as ações desenvolvidas pela nova campanha buscam equilibrar o estoque para a classificação de seguro, ou seja, sangue disponível para atender a demanda de 8 a 10 dias.

Outro desafio é a coleta do tipo sanguíneo e fator RH mais raros entre os doadores, o ‘O negativo’. Acontece que a tipagem sanguínea, conhecida como universal por poder ser transfundido em qualquer pessoa, corresponde, apenas, a 9% dos brasileiros ao passo que é muito utilizado pelos hospitais, pois é o sangue “coringa” para situações de emergência.

Junho Vermelho
O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado no dia 14 de junho e, em alusão à data, foi lançada, inicialmente, no estado de São Paulo, a campanha Junho Vermelho.

Em 2017, a mobilização ganhou status de lei estadual – Lei nº 16.386, 15 de março de 2017 – e, desde então, passou a ser promovida em todo o país. “O Junho Vermelho surgiu para alertar os brasileiros de que sangue não se compra, não se fabrica e que qualquer pessoa a qualquer momento pode precisar dele”, ressaltou Diana Berezin, uma das duas criadoras do Movimento Eu Dou Sangue.

SAIBA MAIS

Pesquisa

De acordo com uma pesquisa feita em 2017 pelo Movimento Eu Dou Sangue, em parceria com o Instituto Datafolha, cerca de 92% dos brasileiros disseram não ter doado sangue entre junho de 2016 e junho de 2017. Ainda segundo o levantamento, além do recesso e do clima mais frio, feriados e dias chuvosos também impactam negativamente os hemocentros, que costumam registrar queda de 30% em seus estoques no período.

Os dados também mostraram que 39% dos brasileiros admitem não saber qual é seu tipo de sangue. O estudo, que ouviu 2.771 entrevistados em todo o país, mostrou que o desconhecimento é maior entre os homens (44%) do que entre as mulheres (35%). Assim como a maioria dos jovens (52%), na faixa dos 16 aos 24 anos, também desconhecem esse aspecto de seu próprio corpo.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que cada país tenha, entre 3% e 5% de sua população doadora de sangue frequente. No Brasil, o índice fica em 1,8%, enquanto em alguns países da Europa, cerca de 7%.

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