Ameaça

Ali Khamenei diz que Irã não vai abandonar programa de mísseis balísticos

Em cerimônia que marcou os 30 anos da morte do aiatolá Khomeini, o líder supremo do país afirmou que projéteis trazem segurança e que EUA não vão enganar iranianos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Multidão ouve discurso do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, durante cerimônia marcando os 30 anos da morte do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini, em Teerã
Multidão ouve discurso do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, durante cerimônia marcando os 30 anos da morte do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini, em Teerã (AFP)

TEERÃ - O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei , afirmou ontem que o país não vai abandonar seu programa de mísseis balísticos — e que o governo não será enganado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

"O presidente dos EUA disse que o Irã pode se desenvolver com os atuais líderes. Isso significaria que eles não querem uma mudança de regime . Mas esse truque político não vai enganar a nação iraniana", afirmou Khamenei.

O discurso marcou o aniversário de 30 anos da morte do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini . Milhares de pessoas se reuniram no gigantesco mausoléu construído nos arredores de Teerã. Um forte esquema de segurança foi montado em toda a capital, incluindo baterias antiaéreas.

Durante o discurso, o líder supremo do Irã lembrou algumas das ideias defendidas por Khomeini — e, citando o programa de mísseis, disse que garantiu ao Irã uma condição de estabilidade e segurança. Algo que, para ele, não agrada países como os EUA.

O programa iraniano de mísseis balísticos é alvo de várias resoluções doConselho de Segurança da ONU , especialmente a Resolução 1929, de 2010, que estabelece uma série de punições e medidas restritivas.

Ameaça de guerra

Desde a chegada de Trump ao poder, em 2017, o tom da Casa Branca em relação ao Irã mudou de forma drástica. Ao invés da estratégia de diálogo, do governo Barack Obama, a opção foi pelo enfrentamento. O ápice veio no ano passado, quando os EUA deixaram o acordo para controle doprograma nuclear iraniano , conhecido pela sigla JCPOA (Plano de Ação Conjunta Global, em inglês), e a subsequente retomada das sanções econômicas.

Desde então os dois lados passaram a trocar provocações, chegando a levantar a possibilidade de um conflito armado . O acordo nuclear ainda continua em vigor, mas o Irã já sinalizou que poderia abandonar alguns dos compromissos assumidos de forma voluntária, como sobre o envio de material nuclear para o exterior, por causa das sanções econômicas .

Contudo, em mais uma reviravolta, os EUA passaram a adotar, nas últimas semanas, um tom mais brando ao falar sobre o Irã. Trump deixou claro que a mudança de regime não era um objetivo — e o Secretário de Estado, Mike Pompeo, se disse pronto para iniciar negociações com Teerã “ sem pré-condições ”.

O Irã chamou a oferta de “jogo de palavras”, mas o presidente Hassan Rouhani não descartou a possibilidade de se sentar à mesa com os americanos, desde que algumas das sanções atuais, incluindo sobre exportação de petróleo , sejam suspensas.

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