Bombardeios

Governo sírio usa armas proibidas em novo ataque, de acordo com ONG

Seis civis foram mortos em um ataque a uma província no noroeste da Síria. Moradores fugiam em meio à destruição, enquanto equipes de resgate transportavam feridos, ou retiravam sobreviventes, relata o correspondente da AFP

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Bashar al-Assad, da Síria, recebe o patriarca da Sérvia e a sua delegação
Bashar al-Assad, da Síria, recebe o patriarca da Sérvia e a sua delegação (AFP)

SÍRIA - O governo de Bashar al-Assad voltou a atacar setores da província de Idlib, no noroeste da Síria, intem, 3. Seis civis foram mortos. Quatro morreram na localidade de Maaret al-Noomane, submetida a intensos bombardeios nos últimos dias, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Moradores fugiam em meio à destruição, enquanto equipes de resgate transportavam feridos, ou retiravam sobreviventes, relata o correspondente da AFP.

A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou os governos da Síria e da Rússia de usarem armas proibidas internacionalmente, como bombas de fragmentação e armas incendiárias, mas também "barris explosivos", geralmente lançados de helicópteros sobre setores habitados por civis.

"Síria e Rússia usam um coquetel de armas proibidas internacionalmente contra uma população civil encurralada", denunciou a diretora interina para Oriente Médio da HRW, Lama Fakih.

O Kremlin (sede do governo russo) justificou os bombardeios com acusações aos extremistas por terem atacado zonas pró-governo.

"Os bombardeios dos terroristas procedentes de Idlib são inaceitáveis e foram tomadas medidas para neutralizar essas posições de artilharia", declarou Moscou em um comunicado.

A província de Idlib ainda é, em grande parte, dominada pela organização Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Embora Damasco não tenha mencionado uma ofensiva concreta contra o HTS, continua a bombardear e combater no terreno. Nesta segunda (3), o governo Assad tem controle sobre cerca de 60% do território nacional.

Em um mês, cerca de 300 civis foram mortos nos bombardeios sírios e russos nessa província e em zonas limítrofes, de acordo com o OSDH.

Segundo a ONU, pelo menos 23 hospitais e várias escolas foram atingidos, e mais de 270 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

No domingo,2, o presidente americano, Donald Trump, havia pedido ao regime de Assad e a seu aliado russo para porem fim à "carnificina" e a "bombardeios infernais" nesta província, último grande reduto extremista na Síria.

Israelenses atacam

Em 24 horas, o Exército israelense bombardeou várias posições das forças leais a Assad, matando 15 combatentes em uma escalada das operações militares de Israel contra o país vizinho em guerra.

Esses eventos ilustram a complexidade do conflito que assola a Síria desde 2011, com o envolvimento de diversos atores e potências.

Israel lançou vários ataques contra o exército sírio durante a guerra no país, mas também contra as forças do Irã e do Hezbollah libanês, aliados de Assad e de grandes inimigos do Estado judeu, ambos com presença militar na Síria.

Ontem, 3, antes do amanhecer, o Exército israelense disparou mísseis contra a base aérea T4 na província central de Homs, segundo a agência oficial síria Sana.

Durante a noite, atacou posições pró-regime perto da capital Damasco e na província de Quneitra, alegando responder a foguetes disparados da Síria.

No total, de acordo com o OSDH, os bombardeios israelenses mataram 15 combatentes: sete estrangeiros pró-regime em Kesswa, perto de Damasco, cinco soldados sírios na base T4, e três, em Quneitra. A imprensa estatal síria falou de apenas quatro soldados sírios mortos.

Defesa antiaérea

Segundo a agência Sana, a defesa antiaérea síria em Damasco entrou em ação e derrubou "mísseis inimigos" lançados "do Golã ocupado" por Israel. O OSDH afirmou que "depósitos e posições das forças sírias, das forças iranianas e do Hezbollah foram alvos de bombardeios", especialmente em Kesswa.

O Exército israelense advertiu que "considerava o regime sírio" responsável por "todas as ações tomadas contra Israel".

"Não vamos tolerar disparos contra nosso território", alertou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O mais recente bombardeio de Israel na Síria remonta a 27 de maio, quando um míssil atingiu a província de Quneitra, matando um soldado sírio.

Israel diz que está determinada a impedir que o Irã se estabeleça militarmente na Síria, onde Teerã apoia o presidente Assad na guerra iniciada há oito anos e que já deixou mais de 370.000 mortos.

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