Acusações

China e EUA têm novo atrito ligado a comércio e segurança

Em resposta a secretário americano, ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, alertou os EUA para que não interfiram em disputas de segurança ligadas a Taiwan e ao Mar do Sul da China

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Secretário interino de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan,
Secretário interino de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan, (secretario americano)

CINGAPURA - A China e os Estados Unidos tiveram um novo atrito neste fim de semana relacionado a comércio e segurança, acusando um ao outro de desestabilizar a região e potencialmente o mundo.

Falando no Diálogo Shangri-La, a principal cúpula de defesa da Ásia, em Cingapura, o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, alertou os EUA para que não interfiram em disputas de segurança ligadas a Taiwan e ao Mar do Sul da China.

No sábado, o secretário interino de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan, disse à reunião que os norte-americanos não irão mais “andar na ponta dos pés” quanto ao comportamento chinês na Ásia.

“Talvez a maior ameaça de longo prazo aos interesses vitais de Estados ao nesta região venha dos atores que buscam enfraquecer, em vez de preservar, a ordem internacional baseada em leis”, disse Shanahan.

Foi a mais recente troca de comentários amargos entre os dois lados no momento em que as relações ficam cada vez mais estremecidas devido a uma intensa guerra comercial, ao apoio dos EUA a Taiwan, e à postura militar ostensiva da China no Mar do Sul da China, onde os norte-americanos também conduzem patrulhas livres de navegação.

A China tem se irritado particularmente com recentes decisões do governo do presidente Donald Trump de intensificar o apoio a Taiwan, democrático e auto-governado, incluindo navegações da Marinha dos EUA pelo Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China.

Relação

Wei, trajando seu uniforme de general do Exército de Libertação Popular, disse que a China irá “lutar até o fim” se qualquer um tentar interferir em sua relação com Taiwan, considerado por Pequim um território sagrado que poderá ser tomado à força caso necessário.

“Se qualquer um ousar separar Taiwan da China, o Exército chinês não tem outra opção senão lutar a todo custo... os EUA são indivisíveis e a China também. A China deve ser, e será, reunificada”.

Ele, no entanto, disse que ambos os lados percebem que qualquer guerra entre os dois “traria desastre aos dois países e ao mundo”.

Os EUA, como a maioria dos países, não têm relações formais com Taiwan, mas são seu maior apoiador e principal fonte de armas.

Embora o tom de Shanahan tenha sido crítico à China, seu tom foi frequentemente conciliatório. Wei adotou uma postura mais combativa.

SAIBA MAIS

Taiwan condenou comentários

O governo de Taiwan condenou os comentários de Wei, dizendo que Taiwan nunca pertenceu à China, que Taiwan nunca aceitará as ameaças de Pequim e que a declaração da China de seu “desenvolvimento pacífico” é a “mentira do século”.

Taiwan “continuará a fortalecer suas capacidades de auto-defesa, defender a soberania e o sistema democrático do país e proteger o direito das 23 milhões de pessoas de Taiwan de livremente escolherem seu futuro”, disse o Conselho de Assuntos do Continente, em nota.

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