Governo

Modi inicia segundo mandato como primeiro-ministro da Índia

Pelos próximos cinco anos, ele precisará enfrentar a baixa taxa de criação de empregos e acelerar o ritmo de crescimento do país; cerca de 50 líderes do BJP e seus aliados foram empossados como ministros e secretários de Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Narendra Modi em cerimônia de posse ontem, 30, em Nova Délhi, na Índia
Narendra Modi em cerimônia de posse ontem, 30, em Nova Délhi, na Índia (AP)

NOVA DÉLHI - Narendra Modi foi empossado ontem, 30, para um segundo mandato como primeiro-ministro da Índia, depois de seu triunfo eleitoral que consolidou o domínio dos nacionalistas hindus na democracia mais populosa do mundo.

"Eu, Narendra Damodardas Modi, juro em nome de Deus fidelidade e lealdade à Constituição da Índia como estabelecida por lei; que vou manter a soberania e a integridade da Índia", declarou em hindi diante de 8 mil pessoas em uma cerimônia formal no palácio presidencial em Nova Délhi.

O chefe de governo e seu partido, o Bharatiya Janata (BJP),conquistaram uma ampla maioria parlamentar após as eleições legislativas que duraram seis semanas. Os nacionalistas hindus alcançaram a maior pontuação de sua história e massacraram seu principal adversário, o histórico partido do Congresso.

Cerca de 50 líderes do BJP e seus aliados foram empossados como ministros e secretários de Estado para o governo de Modi, que vai até 2024. As autoridades ainda não anunciaram a distribuição das pastas ministeriais.

A nova legislatura de Modi contará com Amit Shah, o poderoso braço direito do primeiro-ministro e até agora chefe do BJP, regente da vitoriosa campanha eleitoral.

Os pesos-pesados do BJP Rajnath Singh, Nitin Gadkari e Nirmala Sitharaman estão de volta à equipe. O ministro das Finanças, Arun Jaitley, pediu para não ser renomeado por razões de saúde.

Nova Délhi havia convidado os líderes e representantes do BIMSTEC, uma organização regional do Golfo de Bengala composta por sete países do sul e sudeste da Ásia — Índia, Bangladesh, Nepal, Butão, Sri Lanka, Mianmar e Tailândia —, para participar da posse. Os líderes do Congresso, Sonia e Rahul Gandhi, também estavam presentes na assembleia.

Pleito

Aos 68 anos, Modi fez das eleições parlamentares um quase referendo sobre si mesmo. O carismático filho de um vendedor de chá de Gujarat, no oeste do país, fez campanha com um discurso de segurança provocador e nacionalista, posicionando-se como um protetor da Índia e ignorando seu balanço econômico misto.

De estrelas de Bollywood a modestos vendedores ambulantes, passando por agricultores da planície do Ganges e magnatas bilionários, 67% dos 900 milhões de eleitores indianos votaram em abril e maio na 17ª eleição legislativa desde a independência.

"Cada momento do meu tempo, cada parte do meu corpo, será dedicado ao povo deste país", disse Narendra Modi na noite de sua vitória.

Seu primeiro mandato como chefe da nação de 1,3 bilhão de pessoas foi marcado por tensão político-religiosa e polarização da sociedade.

Modi promete para este segundo mandato o advento de uma "nova Índia", nacionalista, de economia moderna e digital, que seria colocada entre as grandes potências do planeta.

A lista de desafios pela frente nos próximos cinco anos é considerável. Em particular, terá de enfrentar a baixa taxa de criação de emprego e acelerar o ritmo de crescimento, que está abaixo do potencial e das necessidades do gigante no sul da Ásia.

Nesta semana, diz a Reuters, dois grandes órgãos industriais pediram ao novo governo que tome medidas para reforçar a economia, que cresceu 6,6% nos três meses até dezembro — a taxa mais lenta em cinco trimestres — e deve diminuir ainda mais, para 6,3% no período entre janeiro e março.

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