Mudanças

Feirantes do Mercado das Tulhas se adaptam e recebem turistas

Representante legal da Associação dos Feirantes, Dayenne Sampaio reforça que adequações foram acordadas de forma pacífica; momento é de impulsionar vendas

Emmanuel Menezes / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Período junino aquece as vendas, e Mercado das Tulhas deve se adaptar para manter movimentação
Período junino aquece as vendas, e Mercado das Tulhas deve se adaptar para manter movimentação (mercado das tulhas)

As novas regras de horário que passaram a ser vigentes no tradicional Mercado das Tulhas mudaram a rotina dos trabalhadores locais, que seguem em processo de adaptação para a nova realidade. A medida foi tomada após várias rodadas de reuniões envolvendo o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), Batalhão de Polícia Militar de Turismo (BPTur), Delegacia de Costumes da capital e Associação dos Feirantes e Trabalhadores no Comércio da Praia Grande (Asfetcopag). Ontem, muitos turistas percorriam a feira em busca de produtos da terra.

“Estamos conversando com os feirantes e deixando claro que a nova realidade é melhor do que qualquer interdição. Estamos em um período de festas juninas, e o Mercado das Tulhas se encontra no coração do Centro Histórico. Vamos mostrar o que há de melhor para os turistas”, afirma Dayenne Sampaio, advogada e representante legal da Asfetcopag.

A decisão limitou o horário de funcionamento para até as 20h de segunda a quinta-feira; 21h às sextas-feiras; 18h aos sábados e 13h aos domingos. Negando qualquer tipo de desavença com o BPTur ou com o CBMMA, Dayenne Sampaio afirma que os feirantes seguirão a decisão, até que os ajustes obrigatórios sejam feitos.

“Já sabemos como iniciar o processo para cumprir todas as exigências feitas pelos Bombeiros. Vamos dar entrada na Câmara Municipal e, por meio de alguns vereadores, esperamos conseguir o material de segurança necessário para que as festividades que ocorriam dentro do Mercado das Tulhas voltem à normalidade”, confirma a advogada da associação.

Exigências
Classificada conforme Lei Estadual nº 6.546/95 como edificação de reunião de público, com área total construída de 3.500 m², o mercado ficou classificada como um complexo que conglomera várias atividades comerciais, com carga de incêndio elevada, não dispondo de preventivo contra incêndio e pânico, atualmente.

O Corpo de Bombeiros não identificou: proteção móvel (extintores), sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA), iluminação de emergência, sinalização de orientação e salvamento, saída de emergência e rede preventiva (hidrantes). Ainda, as instalações elétricas estão danificadas e a central de GLP (gás de cozinha), em desconformidade com a NBR 13523.

Segundo documento emitido pela Diretoria de Atividades Técnicas do CBMMA, são algumas exigências: apresentar projeto de combate a incêndio e pânico e laudo estrutural da edificação no Corpo de Bombeiros; como medida preventiva imediata, deverá instalar proteção por extintores de incêndio para todo complexo, conforme a seção III e IV da Lei nº 6.546/95; instalar sinalização de orientação e salvamento conforme NBR 13434 da ABNT; instalar sistema de iluminação de emergência para o complexo conforme NBR 10898 da ABNT; providenciar revisão e manutenção em todo sistema de energia elétrica do prédio, pois foram observados fiações elétricas expostas e quadros de distribuição fora do padrão; apresentar plano de ação de emergência conjuntamente com a relação nominal dos brigadistas e as referidas certificações de curso; e, por fim, apresentar junto ao CBMMA todos os laudos e notas fiscais de manutenção e aquisição dos equipamentos de segurança contra incêndio da edificação.

Turismo junino
Os ritmos e sotaques distintos que embalam o São João já começaram a tomar conta do Centro Histórico de São Luís, sobretudo na porção em que é popularmente conhecida como Reviver, na Praia Grande. Em seu centro, o Mercado das Tulhas é o principal cartão-postal da área, com seus artigos e especiarias à venda.

O aumento no movimento da área já pode ser notado. “Essa é uma das épocas de maior aumento de venda para os nossos feirantes. Temos de manter esse mercado vivo e aberto”, ressalta Dayenne Sampaio, advogada da Asfetcopag.

Segundo dados liberados nesta semana pelo Ministério do Turismo, cerca de 50 mil turistas devem desembarcar na Ilha à procura do brilho e cor de um dos maiores símbolos do estado. Para 2019, o Calendário Nacional de Eventos do Ministério do Turismo tem 103 eventos já cadastrados, em 15 estados de todas as regiões brasileiras, que se iniciam ainda neste mês e se intensificam em junho e julho. E este número pode aumentar em até 37% até o fim de maio. No Maranhão, São Luís e Imperatriz são as únicas cidades a ter um circuito oficial.

Segundo dados do Observatório de Turismo do Maranhão e professor do departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a expectativa é de um aumento maior que 58% na ocupação hoteleira e de 67% na questão de desembarques no aeroporto de São Luís.

Ainda segundo o Observatório, há algumas características no perfil do turista que busca São Luís como destino. É normal que o visitante passe de um a cinco dias na capital, considerado bom. O dinheiro gasto pelos visitantes também aumentou, sendo calculada uma média diária de R$ 200, número maior do que o calculado em 2016. Apesar de ser positiva a prospecção para o período, o Observatório de Turismo do Maranhão avalia que os números poderiam ser ainda melhores.

SAIBA MAIS

História
O Mercado das Tulhas, também conhecido como Casa das Tulhas, Feira da Praia Praia Grande ou Mercado da Praia Grande, é um mercado especializado em produtos maranhenses. Construído no século XIX, o nome tulha se refere a inicialmente ser um local para venda de grãos, um celeiro público, onde o lavrador guardava e vendia os gêneros que seriam comercializados.

Entre 1855 e 1861, a Companhia Confiança Maranhense incorporou a Casa das Tulhas, demolindo o prédio e construindo um edifício regular. Em 1895, o seu controle foi repassado para a Câmara Municipal de São Luís. Ocupando uma edificação retangular, possui quatro entradas A principal delas fica localizada na Rua da Estrela. Também há entradas na Rua Portugal e outras duas com laterais para o Centro de Criatividade Odylo Costa Filho e a Câmara Municipal de São Luís.

Na área externa, existem lojas comerciais que vendem artesanato e vestuário. Na parte interna, há inúmeros boxes, bancadas e barracas vendendo produtos ligados à gastronomia, incluindo comidas típicas, temperos, bebidas artesanais, tiquiras, cachaças, licores, castanhas e doces.

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