Saúde

44 casos de meningite foram confirmados no Maranhão em 2019

Criança internada em hospital particular da capital teve laudo de meningite viral confirmado; ocorrências aumentam no verão; SES descarta surto

Emmanuel Menezes / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
População busca informações sobre a doença em postos  de saúde  da Ilha
População busca informações sobre a doença em postos de saúde da Ilha (Meningite)

SÃO LUÍS - Novos casos de meningite foram confirmados no Maranhão, deixan­do a população preocupada, apesar de a Secretaria de Estado da Saúde (SES) descartar, até o momento, um sur­to no estado. A mais recente confirmação da doen­­ça aconteceu no bairro Araçagi, em São José de Ribamar, em uma criança de 4 anos, internada na última semana em um hospital particular de São Luís, cujo diagnóstico laboratorial atestou a meningite viral.

Em nota, a escola informou que após a confirmação da doença no estudante da Educação Infantil, medidas imediatas foram implementadas: isolamento da sala de aula, transferência da turma para outra sala e disponibilização de álcool em gel para uso dos educandos e colaboradores. O caso também foi informado aos órgãos competentes, que acompanham a situação.

Segundo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), este ano já houve a notificação de 124 casos suspeitos de meningite no Maranhão. Desses, 44 foram confirmados – com 13 mortes. No ano passado, foram registrados 112 casos e em 2017, confirmados 129 casos de pessoas acometidas pela doença, no estado.

O documento divulgado pela CIEVS alerta que o cuidado deve ser redobrado em escolas, creches, quartéis e asilos, por exemplo, em virtude do fato de que a estação chuvosa “favorece a ocorrência de doenças respiratórias como meningite, influenza e outras”.

“A Vigilância Epidemiológica do estado e a dos municípios estão em alerta, acompanhando todos os casos notificados, realizando todos os procedimentos de prevenção e controle”, diz o comunicado.

Em suas redes sociais, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, afirmou que qualquer possibilidade de surto está descartada. “Esta possibilidade do estado entrar em surto está descartada. É uma irresponsabilidade espalhar pânico sob a forma de fake news”, escreveu o secretário.

Outro caso
Um paciente, apenas identificado como M. de F., de 24 anos, residente no município de Paço do Lumiar, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária na segunda-feira (27). Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, o paciente apresentou fortes dores de cabeça, náuseas e rigidez na nuca.

Todas as medidas de prevenção e controle em relação aos casos estão sendo desenvolvidas. Os casos estão sendo notificados e investigados. As vigilâncias municipal e estadual estão, atualmente, realizando levantamento das informações e medidas de prevenção e controle.

No Brasil
Os números da meningite do tipo viral aumentaram entre os anos de 2016 e 2018. Em todo o país, 7.396 casos foram registrados em 2016; 7.931 em 2017; e 8.578 em 2018. No Brasil, a meningite é considerada uma doen­ça endêmica. Deste modo, casos da doen­ça são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno, e das virais na primavera-ve­rão.

SAIBA MAIS
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, ou também por processos não infecciosos, como, por exemplo, medicamentos e neoplasias. Entre os agentes infecciosos, as meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública e clínica, devido a sua magnitude, capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade. Todas as faixas etárias podem ser acometidas pela doença, porém o maior risco de adoecimento está entre as crianças menores de 5 anos, especialmente as menores de 1 ano de idade. Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além das crianças, os adolescentes e adultos jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos. Na meningite pneumocócica (causada pelo Streptococcus pneumoniae), idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou de doenças imunossupressoras também apresentam maior risco de adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença.

Diferenças nos tipos de transmissão
Meningite bacteriana:
geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta, ou por meio dos alimentos.

É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas bactérias dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoecem, mas podem espalhar as bactérias para outras pessoas.

Meningite viral: as meningites virais podem ser transmitidas de diversas maneiras a depender do vírus causador da doença. Há contaminação fecal-oral, ou os vírus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus; por fim, há vírus que são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.

Como prevenir a meningite?
A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. As vacinas disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:

- Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;
- Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;
- Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
- BCG: protege contra as formas graves da tuberculose.

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