O governador Flávio Dino (PCdoB) voltou a criticar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ao fazer alusão a impasses na relação institucional entre o Poder Executivo e o Legislativo, em Brasília. A crítica ocorreu na ocasião de sua participação na terceira edição do Exame Fórum PPPs e Concessões, realizada em São Paulo.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, apesar de não ter citado diretamente o nome do presidente, Dino afirmou que, no atual cenário, a postura de Bolsonaro provoca “desajustes institucionais”.
“Eu não faço passeata contra o presidente da Assembleia Legislativa do meu Estado, acho muito ruim governar brigando com o Parlamento. Não haverá solução no meio de uma confusão, de desajustes institucionais”, disse.
Nas últimas semanas, Flávio Dino tem intensificado discurso contra o adversário político. O objetivo do comunista é inserir-se nas discussões nacionais e potencializar seu nome para um eventual apoio dos partidos de esquerda ao seu nome para a disputa eleitoral de 2022.

Manifestações
Ele apontou “critérios ideológicos” na decisão do Governo Federal de contingenciar recursos no ensino superior do país e exaltou as manifestações articuladas pela esquerda, contra o corte de recursos nas universidades.
“Usar critérios ideológicos, e não técnicos, para cortar recursos de Universidades fere a regra constitucional da autonomia universitária (art. 207 da Constituição). Ou haverá novo recuo, ou nova derrota no Judiciário. Lamentável tanta confusão”, escreveu em seu perfil, em rede social.
Depois disso, quando anunciadas as manifestações pró-Bolsonaro que foram realizadas em todas as capitais do país, pela manutenção e intensificação das reformas, ele criticou.
Para ele: “[…] Gesto defensivo, típico de quem não está conseguindo impor a sua agenda”.
“A governabilidade vai piorar, pois quem governa não pode se refugiar em guetos ideológicos, a não ser em último caso. Tampouco pode promover gestos de hostilidade à maioria do Congresso Nacional e até ao Supremo”, enfatizou.

Polêmica
No último domingo, na ocasião das manifestações pró-Bolsonaro em São Luís, Dino utilizou as redes sociais para ironizar o ato público. A postura do comunista provocou polêmica.
“Respeito o direito de manifestação de todos. Desde pequenos grupos até grandes multidões”, escreveu o chefe do Executivo, ao publicar uma foto da concentração da manifestação de domingo -, ao lado de uma do dia 15, contra contingenciamento do orçamento da educação.
A referência com ironia foi com ênfase na presença de público, que, na comparação com o ato do dia 15, ficou em número reduzido. l

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