ATENÇÃO

Atenção: tradição do São João, uso de fogos de artifício requer cuidados

Apesar de tímida, procura por artefatos já começou na capital; Corpo de Bombeiros orienta para os cuidados que devem ser tomados desde a aquisição dos produtos ao manuseio; todo cuidado é pouco quando o assunto são fogos

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

[e-s001]A aproximação do perío­do junino já movimen­ta lojas especializadas em produtos utilizados em festas e arraiais, entre elas casas de fogos de artifício. Na Rua Riachuelo, no João Paulo, onde se concentra uma grande quantidade de lojas que comercializam o produto, a expectativa é de bom faturamento para o setor. Apesar de fazer parte da tradição festiva da época, o uso destes artefatos requer atenção, e algumas recomen­dações devem ser seguidas para evitar que as comemorações se­jam interrompidas por acidentes. Para tratar do assunto, O Estado conversou com o capitão José Lisboa, do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), que orientou quanto ao manuseio adequado de foguetes.

Apesar de tímida, a procura por fogos de artifício, foguetes e bombas para as festividades juninas já é percebida nas lojas dedicadas aos artefatos, como contou o comerciante João Carlos Teixeira, que atua há mais de 30 anos como representante deste tipo de produto e há 17 dedica-se ao mercado varejista e atacadista em São Luís. “Algumas pessoas já têm nos procurado, principalmente quem adquire os produtos para revenda. Mas estamos otimistas para junho, principalmente para o período de abertura dos arraiais. Este período costuma ser bastante positivo e de boas vendas”, afirmou.

Os produtos de maior sucesso nesta época do ano são diversos, assim como os preços. “Os produtos de maior saída neste período variam entre estalinhos e fogos coloridos de doze tiros que vão de R$ 1,00 a R$ 30,00”, explicou. Os artefatos variam, ainda, conforme sua nocividade. Os estalinhos, conhecidos popularmente como “ma­ta-mosca”, oferecem menos perigo, por não demandar uso de fogo, e são os mais indicados para as crianças a partir de cinco anos. Traques, “chuveirinhos de mão” e “chuveirinhos de chão”, que exigem o uso de fogo, podem ser utilizados por menores de 11 anos com a supervisão de pessoas adultas.

Já os fogos de artifício e foguetes, assim como “bombas de murrão”, requerem maior atenção e cuidado que devem ser repassados ao comprador no momento da venda. A comerciante Maria Luiza Santos costuma revender os produtos em sua banca, mas se mantém atenta às indicações dos fabricantes. “Só vendo para crianças os estalinhos e os traques, apenas quando estão acompanhados dos responsáveis. Foguetes e bombas de murrão, só para adultos, e, ainda assim, explico como fazer e os cuidados que precisam ser tomados. A gente quer ver as pessoas se divertindo, não correndo perigo, não é?”, frisou.

O que diz o especialista
Para alertar sobre os perigos do mau uso destes artefatos, O Estado ouviu o capitão do CBMMA, José Lisboa. Segundo ele, além dos cuidados necessários para manusear os artigos explosivos, o consumidor precisa estar atento ao local onde compra os produtos e, também, para as medidas que devem ser tomadas em casos de acidentes.

[e-s001]Os estabelecimentos que comercializam este tipo de material precisa passar por vistorias e receber certificados de autorização para venda dos produtos. “Os empresários deste setor precisam seguir recomendações do Corpo de Bombeiros essenciais para a segurança do estabelecimento, de seus funcionários e dos clientes, para isso precisam manter os alvarás atualizados e o consumidor precisa questionar se a loja procurada está com a documentação em dias”, afirmou.

Além das vistorias, outro método utilizado pelo Corpo de Bombeiros a fim de prevenir ocorrências de acidentes relacionados ao uso de foguetes e bombas é a conscientização da população. Para tanto, as redes sociais têm sido a ferramenta que auxilia a divulgação de conteúdos educativos produzidos pelo órgão. “Os meios de comunicação e a imprensa têm nos auxiliado bastante no alerta à população sobre os riscos do mau uso destes produtos. Também temos utilizado bastante as redes sociais, porque elas facilitam a aproximação com a sociedade”, explicou.

Os fogos devem ser acionados em locais afastados das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica. Outra recomendação é evitar o uso de bebida alcoólica por quem for manusear os fogos.

“É importante que a classificação de idade indicada pelo fabricante seja respeitada. Somente adultos podem estourar fogos e, para que seja feita de forma segura, deve ser seguido, também, as recomendações de uso. Não manusear o produto após ingerir bebida alcoólica, estourar apenas em espaços abertos, longe de bandeirolas, fios, estacionamentos e grandes aglomerados de pessoas. Outra medida importante é não segurar o produto no momento do uso. Atualmente as caixas de foguetes possuem um suporte imprescindível para evitar acidentes e queimaduras que podem resultar, inclusive em perda de membros”, reforçou o capitão.

Cuidados no uso:

– A aquisição dos fogos deve ser feita em comércio certificado pelo Corpo de Bombeiros;
– Sempre utilizar em local afastado das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica;
– Os rojões devem ser usados com um suporte e não segurados diretamente na mão;
– Os fogos não devem ser utilizados por crianças;
– Se a pessoa vai ingerir bebida alcoólica, não deve fazer uso de fogos de artifício.

Em caso de acidentes:
– As queimaduras leves devem ser lavadas com água fria e cobertas por um pano limpo, até chegar a um atendimento médico;
– No caso de sangramentos, a mão deve ser elevada para cima, evitando também fazer garrote.

Primeiros socorros

No caso de acidentes, as lesões mais leves, como queimaduras, devem ser colocadas na água fria e limpas para esfriar a região, e o local queimado deve ser coberto depois com um pano limpo. Segundo o médico, deve-se evitar colocar produtos caseiros como manteiga, café, pasta de dente.

Se tiver sangramento, a pessoa deve levantar a mão para diminuir a sangria e evitar amarrar o local. Em seguida, a recomendação é procurar o atendimento médico mais próximo possível, onde será avaliada a necessidade de um atendimento mais especializado.

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