Programa

Inscrições para o Mais Médicos estarão abertas até amanhã

De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo é contratar mais de 2 mil médicos para 1,2 mil municípios. Este é o segundo edital lançado pela pasta após saída de Cuba; cerca de 19% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos desistiram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
A expectativa do ministério é de que os médicos comecem a atuar já em junho deste ano
A expectativa do ministério é de que os médicos comecem a atuar já em junho deste ano (Divulgação)

BRASÍLIA - Estão abertas desde ontem, 27, as inscrições para o Programa Mais Médicos. Elas vão até o dia 29. Esta é a segunda vez que o Ministério da Saúde abre o programa para novos interessados desde a saída dos médicos cubanos. Agora, o objetivo é contratar 2.212 médicos que devem atuar em 1.185 municípios considerados vulneráveis e 13 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).

A expectativa do ministério é de que os médicos comecem a atuar já em junho. Entre os requisitos necessários para fazer a inscrição estão ser formado em medicina e possuir a habilitação em qualquer Conselho Regional de Medicina do país - CRM válido. O edital para os candidatos foi publicado em 13 de maio. As inscrições serão feitas exclusivamente pela internet, no site do Mais Médicos.

Nos dias 6 e 7 de junho, os candidatos deverão acessar o sistema para informar em qual localidade têm interesse em trabalhar.

Caso haja vagas remanescentes, as oportunidades serão estendidas, em um segundo chamamento público, aos profissionais brasileiros formados em outros países.

Desistências

Cerca de 19% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos depois da saída dos cubanos desistiram de participar do programa até o mês de maio. Dados obtidos pelo G1 junto ao ministério mostram que 1.325 profissionais com registro profissional brasileiro se desligaram.

Após a saída de Cuba do programa, em novembro, um edital foi aberto para preencher as 8.517 vagas que foram deixadas. No total, 7.120 vagas foram preenchidas em seguida por médicos formados no Brasil.

Em um novo edital, publicado em dezembro, as 1.397 vagas remanescentes foram oferecidas a médicos brasileiros formados no exterior. O Ministério da Saúde alega que não há desistências nesse grupo: todos concluíram o módulo de acolhimento obrigatório e foram direcionados aos municípios escolhidos durante o edital. O ministro Luiz Henrique Mandetta já afirmou que novas ações para o Mais Médicos estão em análise.

Especialização

A aprovação em cursos de especialização médica é o principal motivo alegado por médicos brasileiros convocados para substituir cubanos no Mais Médicos para deixar o programa. Três em cada cinco profissionais desistentes utilizaram o programa de residências como justificativa para deixar o programa. Os dados foram obtidos pelo GLOBO, por meio da Lei de Acesso à Informação .

De novembro de 2018 a maio deste ano, 1.325 profissionais com registro no Brasil se desligaram do programa. Todos foram convocados para substitutir as 8.332 vagas que eram ocupadas por profisisonais na cooperação com Cuba . Motivos pessoais correspondem a 15% das desistências no programa. Os demais estão relacionados à aprovação em concursos públicos e outros motivos.

O tempo de permanência desses profissionais no Mais Médicos variou de uma semana a quatro meses. Os profissionais recebiam R$ 11.865,60, sem desconto no Imposto de Renda, por se tratar de uma bolsa.

"O programa absorveu os recém-formados que estavam fazendo plantão e provas de residência. Eram pouquíssimos que tinham interesse em saúde da família. Hoje, o que está segurando os profissionais no Mais Médicos é a crise econômica, já que o país lança centenas de pessoas no mercado todos os anos", explica Carlos Eduardo Aguilera Campos, pesquisador da UFRJ na área de atenção primária e autor de estudos sobre o programa no Rio de Janeiro.

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