Editorial

Dia Mundial Sem Tabaco

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

O que leva a pessoa a fumar? O que causa essa relação de dependência? De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 428 pessoas morrem por dia no Brasil por causa do tabagismo. O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado na próxima sexta-feira, 31, visa alertar a população sobre os riscos à saúde que o consumo da substância apresenta. O tabagismo é considerado uma doença que mata milhões de pessoas por ano, sendo que mais de 200 mil são vítimas do cigarro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em todo o mundo (17,7 milhões de pessoas todos os anos). No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por quase 30% de todos óbitos registrados no país anualmente, ocorrendo, em muitos casos, em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 64 anos).

Os não fumantes, que respiram a fumaça do tabaco, têm risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas em 25 a 30%. Para aqueles que param de fumar, após um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.

De acordo com levantamento da OMS, o tabagismo está diminuindo entre adolescentes, mas quase todos os fumantes tragaram o primeiro cigarro antes dos 18 anos de idade. Nessa idade a pessoa é mais propensa a novas experiências, tem mais necessidade de aceitação social e está criando uma identidade própria. Fica difícil negar um cigarro. No Brasil é proibido vender (ou dar) cigarro a menores de idade, mas todo o mundo sabe que o acesso é fácil. Existe até quem diga que a proibição torna o cigarro ainda mais atraente.

O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado em 1987 pela OMS para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. No Brasil, o INCA é o responsável pela divulgação e elaboração do material técnico para subsidiar as comemorações em níveis federal, estadual e municipal.

O mais conhecido inimigo do pulmão também pode trazer doenças para o coração. O tabagismo tem grande impacto sobre a saúde cardiovascular, além de causar dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas.

Não faz diferença como o tabaco é consumido: cigarros, charutos, cachimbos e narguilés fazem mal à saúde. O tabaco mata mais de sete milhões de pessoas por ano, das quais cerca de 900 mil são não-fumantes que morrem por respirar o fumo.

Doença cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC) são, sobretudo, causados por um bloqueio que impede o sangue de seguir para o coração ou para o cérebro. O tabagismo é um fator que aumenta o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares, pois forma placas de gordura nos vasos sanguíneos; aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca; induz a resistência à insulina e diabetes e produz inflamação e trombose. Além disto, a inalação de monóxido de carbono reduz a quantidade de oxigênio transportado pelo sangue.

Na década de 60, no entanto, já existiam estudos provando definitivamente que os cigarros causavam câncer de pulmão, por exemplo, mas esse tipo de estudo enfrentou uma oposição tão forte da indústria do tabaco que em 1994 as 7 maiores empresas do ramo nos Estados Unidos ainda se prestavam a dizer em público que nem cigarro, nem nicotina viciava. A situação só foi revertida quando organizações governamentais e não-governamentais começaram a fazer propagandas caras sobre os malefícios do tabagismo.

Algumas características da pessoa também a tornam mais propensa a fumar. Os homens, por exemplo, ainda fumam mais que as mulheres, mas essa diferença está diminuindo, porque existe cada vez menos restrição social ao tabagismo entre as mulheres (deixou de ser tabu), e por motivos pouco explicados os homens parecem ter mais facilidade de largar o cigarro que as mulheres.

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