Racha na coalizão governista

Parlamento de Israel aprova moção preliminar para novas eleições

Decisão final ficou para quarta-feira. Benjamin Netanyahu enfrenta cisão na base governista menos de dois meses depois das últimas eleições gerais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, participa de sessão no Parlamento
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, participa de sessão no Parlamento (AFP)

ISRAEL - O Parlamento de Israel aprovou ontem, 27,uma moção preliminar para dissolver mais uma vez a Câmara e convocar novas eleições – menos de dois meses depois do último pleito.

Com a aprovação preliminar, o Parlamento vota amanhã, 29, a decisão final sobre a organização ou não de novas eleições. Caso o texto passe, Israel terá a segunda eleição no mesmo ano.

A medida foi proposta pelo próprio Likud, partido governista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os aliados do premiê entendem que, com o pedido, eles finalmente vão conseguir formar coalizão para governar Israel.

Segundo os resultados das eleições de 9 de abril, o Likud conseguiu o maior número de cadeiras. Porém, precisará fazer alianças para obter maioria na maioria das votações pró-governo.

Após as eleições, Netanyahu comemorou a conquista de uma coalizão de 65 deputados – dez a mais do que a minoria oposicionista. Porém, o partido aliado Yisrael Beitenu deixou o apoio ao Likud em alguns temas, o que rachou a base governista.

A oposição liderada por Benny Gantz, derrotada na eleição de abril, afirmou que não é a favor de um novo pleito. De acordo com a imprensa local, Gantz afirmou que, sem coalizão, o governo deveria ser transmitido para o partido oposicionista Azul e Branco, que ele comanda.

Por que a base rachou?

A origem do celeuma está na diferença entre os judeus ortodoxos e os partidos seculares de direita. Ambos os grupos formam a base de sustentação de Netanyahu.

O partido Yisrael Beitenu, do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, tentou aprovar uma lei obrigando jovens judeus ortodoxos a participarem do serviço militar obrigatório em Israel. A proposta irritou os integrantes religiosos da coalizão governista.

Com o afastamento dos dois grupos, Netanyahu perdeu a maioria. O primeiro-ministro ainda se encontrou com Lieberman para tentar alcançar um acordo, mas, segundo a imprensa local, a reunião não prosperou.

Lieberman disse, de acordo com a Associated Press, que age de acordo com o que acredita. Afirmou, ainda, que não cederá à pressão religiosa.

Netanyahu, do outro lado, pediu que a base aliada "colocasse a nação acima de qualquer interesse" para evitar que o país passe, mais uma vez, por outra eleição – ainda que o próprio Likud tenha pedido a nova votação.

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