Novo acordo do Brexit abre possibilidade de referendo

Sobre saída do Reino Unido da União Europeia, primeira-ministra Theresa May anuncia que enviará nova proposta ao Parlamento nos próximos dias, incluindo voto popular para confirmar acerto final para o país deixar bloco de forma organizada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
May apresenta sua nova proposta para conseguir que o Parlamento aprove acordo para saída do país da UE
May apresenta sua nova proposta para conseguir que o Parlamento aprove acordo para saída do país da UE (Reuters)

LONDRES – A primeira-ministra do Reino Unido , Theresa May, anunciou ontem,21, que enviará ao Parlamento nos próximos dias nova proposta deacordo para a saída organizada do país da União Europeia (UE), o chamado Brexit , incluindo a realização de um segundo referendo para confirmar a decisão. Desde o início do ano, May viu o acerto negociado entre seu governo e o bloco ao longo de mais de dois anos rechaçado três vezes pelos parlamentares britânicos, o que a obrigou a pedir à UE uma extensão do prazo para efetivar a retirada do Reino Unido do grupo de nações, originalmente marcado para 29 de março passado.

"Reconheço a genuína e sincera força dos sentimentos de toda Casa nesta importante questão", disse May. "Diante disso, o governo vai incluir na introdução do Acordo de Retirada requerimento de votação sobre se deve ou não realizar um segundo referendo. Assim, para aqueles deputados que querem um segundo referendo para confirmar o acordo, (digo) vocês precisam chegar a um entendimento e (aprovar) o Acordo de Retirada para que isso aconteça".

Apesar disso, May permanece contrária à realização de um segundo referendo sobre o Brexit. Segundo ela, uma nova votação popular sobre a questão poderia “gerar o pesadelo de um cenário político permanentemente polarizado”. Por outro lado, porém, a primeira-ministra alertou que, sem um acordo para uma saída organizada do país da UE aprovado pelo Parlamento, não haverá Brexit. Assim, a inclusão da possibilidade pode ser vista como uma estratégia para conquistar em ambos os lados da questão os votos necessários para que o Parlamento aprove o acordo.

"Já deixei clara minha visão sobre isso muitas vezes. Não acredito que esta seja uma rota que devamos seguir, pois acho que deveríamos estar implementando o resultado do primeiro referendo e não pedindo para o povo britânico votar uma segunda vez", resumiu.

Planos anteriores

O Parlamento britânico recusou por três vezes o acordo acertado por Theresa May com a União europeia. Na última vez, em 29 de março, 344 deputados votaram contra e 286 a favor do acordo – uma margem mais apertada que nas duas votações anteriores, quando a premiê sofreu derrotas mais contundentes.

Após o referendo de junho de 2016, no qual 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit, o Reino Unido deveria ter deixado a UE em 29 de março de 2019. Face ao risco do Reino Unido sair sem um acordo do bloco, a União Europeia concordou em prorrogar o prazo para o dia 31 de outubro.

Após as duras derrotas no Parlamento, May discutiu propostas de acordo com o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn. As várias rodadas de diálogo terminaram sem uma conclusão. "Não conseguimos superar as importantes diferenças políticas entre nós", afirmou Corbyn, na semana passada.

Mais

Veja as principais propostas

- Garantia de que haverá um novo referendo depois que os termos do Brexit sejam ratificados, com a promessa de que o governo vai honrar a decisão
- Uma eleição para diferentes opções de regras tarifárias, incluindo uma proposta por uma união aduaneira temporária com a Europa
- Uma obrigação legal para o Reino Unido sugerir uma alternativa ao dilema da Irlanda do Norte (que segue como parte da União Europeia) até o fim de 2020
- Se isso não acontecer, a Irlanda do Norte seguirá aliada ao resto do Reino Unido, e não fará parte de um território aduaneiro distinto
- A legislação garante aos trabalhadores direitos que não idênticos ou melhores depois do Brexit, e garante que não haverá piora nos padrões ambientais
- Uma obrigação legal para buscar mudanças na declaração de relações futuras com a União Europeia

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