Editorial

Doar para salvar vidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Mais do que ajudar a salvar vidas, doar é um ato também de amor. Partindo desse contexto, foi lançada no último domingo, 19, em todo o país, a Campanha de Doação de Leite Materno, do Ministério da Saúde, marcando o Dia Nacional de Doação de Leite Humano, celebrado pelos países que integram a Rede Global de Bancos de Leite Humano (RBLH). Só para lembrar, entre 2008 e 2018, o número de doadoras cresceu 45% e o volume de leite coletado, 30% em nosso país. No ano passado, mais de 185 mil crianças receberam leite humano doado de quase 183 mil mulheres. Foram 215 mil litros de leite humano coletados.
A campanha tem por objetivo sensibilizar as mães que estão amamentando, os profissionais de saúde e a sociedade sobre a importância dessa doação para as crianças prematuras, de baixo peso, que estão internadas em unidades neonatais e não podem ser alimentadas diretamente nos seios de suas mães. Toda mulher que estiver amamentando é uma possível doadora.
O leite materno é insubstituível e é com ele que milhares de mães ganham a batalha da vida contra a morte. O desafio é fazer da doação um ato de amor, de entendimento ao próximo. Conforme estudos, a criança internada na UTI neonatal com acesso ao leite materno tem uma reabilitação mais rápida.
É com este propósito que o Ministério da Saúde quer aumentar em 15% o volume de leite materno coletado e aumentar o número de doadoras são as metas da campanha de 2019, que, além de sensibilizar gestantes e lactantes para a importância deste ato de solidariedade, visa também desmistificar que é preciso ter “muito leite” para ser doadora.
Qualquer quantidade de leite humano doado pode ajudar os bebês internados nas UTIs neonatais a terem uma melhor recuperação e uma vida mais saudável. Dependendo do peso do recém-nascido, apenas 1 ml já é suficiente para nutri-lo a cada refeição. Entre os anos de 2008 e 2018, 2 milhões de recém-nascidos foram beneficiados com 2 milhões de litros de leite humano de 1,8 milhão de mulheres, segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH). Contudo, a quantidade de leite coletado supre 55% da demanda real. Por isso, é importante a campanha anual com o objetivo de aumentar os estoques de leite humano nos bancos de leite de todo o Brasil.
Atualmente, o Brasil possui a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo, tornando-se referência internacional por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. A RBLH - que é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) - exporta essa tecnologia para 22 países da América Latina, Caribe, Península Ibérica e está em fase inicial da cooperação técnica para outros quatro. Desenvolvida há 34 anos, a estratégia brasileira tem como foco a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento materno até os 2 anos de vida, sendo de forma exclusiva até os 6 meses de idade.
Hoje, há no Brasil 225 bancos de leite humano, sendo que cada um dos 26 estados e o Distrito Federal possui pelo menos um. A média nacional é de 45 bancos de leite por macrorregião do país. Além disso, estão disponíveis 212 postos de coleta, além da coleta domiciliar disponível em alguns estados. Todo o leite humano coletado passa por um rigoroso controle de qualidade antes de ser distribuído e é fornecido de acordo com as necessidades de cada recém-nascido.
Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas previsíveis. Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.
Portanto, toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno.

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