ENFRENTAMENTO

Combate à violência sexual infantojuvenil tem ações em São Luís

DPE realizou atividades em escola da capital; Conselho Municipal pelo Direito Infantojuvenil realizou caminhada em alusão ao dia nacional de combate, 18/5

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Palestra para pais e professores sobre o enfrentamento e combate à violência e exploração sexual infantojuvenil, proferida pela DPE
Palestra para pais e professores sobre o enfrentamento e combate à violência e exploração sexual infantojuvenil, proferida pela DPE (VIOLÊNCIA INFANTOJUVENIL)

Uma das principais armas para o combate à violência e exploração sexual infantojuvenil tem sido a promoção de educação acerca do tema. Segundo o Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente, da Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA), debater o crime, de números alarmantes, junto à comunidade escolar e famílias, é uma das estratégias para reverter o quadro em São Luís, assim como em todo o estado. Na sexta-feira (17), a instituição realizou, no Centro Integrado Rio Anil (Cintra), na capital, mais uma ação, que integra uma campanha especial de enfrentamento ao problema. Outras ações também anteciparam o dia nacional de combate à causa, celebrado neste sábado (18).

Trabalhar na formação de uma sociedade que combata a violência e exploração sexual contra a criança e o adolescente é uma tarefa que exige, primordialmente, a união de forças. Assim tem sido a caminhada da DPE/MA, por meio de seu núcleo especializado, em confrontação aos casos de abuso aos direitos de menores que, só no ano passado, foi o forte de 923 queixas realizadas ao Disque Denúncia da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão (SSP-MA). Realidade alarmante, e que merece atenção do Judiciário, mas, também, da população.

“Temos buscado capacitar, desde fevereiro, pais e professores a identificar sinais de violação ao direito da criança e do adolescente e, também, orientá-los a tomar as providências adequadas quando constatados esses sinais. Ao mesmo tempo, buscamos nas escolas em que desenvolvemos as ações em combate à violência sexual infantojuvenil, o diagnóstico do que levaria esses pais e professores a não denunciarem esse tipo de caso, para que possamos otimizar esses mecanismos de proteção”, explicou o defensor da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Davi Rafael Veras.

“Já visitamos escolas em bairros como João de Deus, Liberdade, também no município de Raposa [na Região Metropolitana], buscando fazer com que a comunidade escolar estabeleça vínculo com o menor, no intuito do professor [responsável pelo aluno na escola] denunciar, de forma qualificada, possíveis casos de violência sexual. Além disso, temos buscado aprimorar a percepção do professor aos sinais de abuso. Mesma orientação é válida também é levada os pais”, complementou Veras. “Fomentar a prevenção, ensinando à criança a capacidade autoproteção, por meio da educação sexual em casa e na escola, é fundamental para o enfrentamento dessa realidade”.

Para a operadora de caixa kelly Viana, de 32 anos, mãe de uma adolescente de 14 anos, a ação de ontem foi de grande importância para que ela possa estar mais presente na vida da filha. “Momentos como este abre mais a mente da gente. Tem coisas que a gente não fazia e passa a fazer, por exemplo. O bom é que os palestrantes orientaram a gente a como se aproximar das crianças para participar mais da vida delas”, contou.

Assim como Viana, a dona de casa Rosylene Sousa, de 43 anos, também mãe de uma adolescente, disse ter saído da palestra satisfeita com o que foi tratado durante as poucas horas dedicadas à questão. “Foi muito importante pois aprendi a melhor forma de interagir e acolher minha filha, pois a violência está em todo lugar. Com as instruções e informações passadas, agora eu saberei ter uma melhor abordagem para agir dentro de casa com minha filha, ainda menor. Eu precisava de uma tática e um ensinamento, e os tive aqui, nesta ação”, contou.

Caminhada
Além da ação promovida pela DPE/MA, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Luís (CMDCA) realizou, também no dia de ontem, uma caminhada pelo Centro da capital. Com trajeto entre as praças Deodoro e Maria Aragão, uma comunidade em defesa dos direitos dos menores e em combate a todo tipo de violência e exploração sexual infantojuvenil manifestou-se com cartazes com frases alusivas à questão.

SAIBA MAIS

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto Juvenil (18 de Maio) é resultado da mobilização e da articulação do movimento social brasileiro na luta contra a violência sexual cometida contra crianças e adolescentes. Instituído em 2000 pela Lei Federal nº 9970/00, o dia representa um marco no enfrentamento deste problema no Brasil.

A escolha do dia 18 de maio não foi aleatória. Foi nesse dia, em 1973, que Araceli Cabrera Sanches, de 8 anos, foi brutalmente drogada, espancada, estuprada e morta na cidade de Vitória (ES). Apesar disso, ninguém foi condenado pelo crime.

As ações e campanhas realizadas no 18 de Maio contribuem no processo de monitoramento das ações e programas previstos no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes e também para a sensibilização da população e dos governantes para a urgência de se combater a prática de crimes sexuais contra nossos meninos e meninas.

Sinais comportamentais

– depressão
– dificuldades para dormir (pesadelos frequentes)
– manifestação de incomodo ao ser tocado(a)
– persistente interesse em assuntos de índole sexual
– alterações súbitas de comportamento
– agressividade
– autodepreciação do corpo
– dificuldade de concentração
– desenhos e textos sobre fantasia de abuso sexual
– instabilidade emocional: tristeza, abatimento profundo, ou choro sem causa aparente
– conhecimento sobre sexualidade inapropriado para a idade
– comportamento extremamente tenso

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