PROBLEMA ANTIGO

Ocupação indevida do calçadão de avenida no Turu gera transtornos

Espaço, exclusivo para o passeio público, tem servido de estacionamento, mostruário de concessionárias e parque mecânico de oficinas; mau uso deteriora piso da calçada

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

[e-s001]O uso indevido do calçadão da Avenida São Luís Rei de França, no Turu, por condutores de veículos, proprietários de oficinas mecânicas e concessionárias, é cada vez mais recorrente e vem gerando transtornos para aqueles que deveriam fazer uso exclusivo do passeio. Além destes, pedestres reclamam de falta de fiscalização do poder público e reparos, uma vez que o piso apresenta vasta quantidade de buracos que, durante a chuva, tornam-se poças de lama que impedem a passagem do transeunte. Em reportagem veiculada por O Estado em novembro de 2018, Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) disse que puniria os responsáveis pelas ocupações indevidas, mas nada foi feito.

Em toda a extensão do calçadão, de mais de cerca de cinco quilômetros, é possível perceber dezenas de empecilhos que tornam ainda mais complicada a acessibilidade do transeunte. Corriqueiramente, os pedestres têm tido de dividir espaço com carros estacionados, por exemplo, por causa da irresponsabilidade do condutor que infringe as leis de trânsito e para o veículo em local proibido, ou de mostruários de concessionárias e oficinas, que montam seus parques mecânicos no passeio, oferecendo, contudo, risco a quem tem de desviar desses bloqueios que impossibilitam um trânsito seguro.

De acordo com uma moradora da região do Turu, Beatriz Bezerra, de 79 anos, que caminha, diariamente, pelo calçadão da Avenida São Luís Rei de França, ter de dividir espaço com carros e outros empecilhos é uma situação que tem se agravado com o passar dos dias. Segundo ela, o cenário que vem se formando, de um espaço habitado indevidamente que infringe o direito de ir e vir do cidadão ludovicense, precisa de um olhar sensibilizado do poder público. “É uma falta de vergonha uma gestão assistir ao direito de muitos cidadãos sendo infringido. Todo mundo que passa por aqui reclama da dificuldade que é ter de caminhar pela calçada, porque fica o tempo todo ocupada por carros”, contou. “À noite, então, é preciso ver como fica”, sugeriu.

A idosa, aposentada e com uma deficiência que lhe deixa mais fragilizada aos empecilhos que apresenta, no atual momento, o calçadão, externa sua indignação pela falta de garantia de um trânsito saudável. “Eu tenho certeza que se fosse a mãe do prefeito, de um vereador ou qualquer outro político, que precisasse passar por aqui e se deparasse com essas barreiras, esse problema já teria sido resolvido. A verdade é que nenhum deles [os gestores] está preocupado com a população”.

Para a também aposentada, de 62 anos, Dimar Pereira, além das ocupações indevidas há, também como empecilho, a buraqueira para atrapalhar o trânsito dos pedestres. “Não é de hoje que os carros ocupam esse calçadão. As pessoas, tanto quem trabalha por aqui quanto quem infringe as regras de trânsito e estacionam na calçada, precisam ter consciência de que estão atrapalhando a vida de quem realmente precisa dessa calçada para se manter seguro”, frisou. “Além dos buracos, nos quais já aconteceu de eu cair, existe também o risco de ter de desviar do buraco e ser atropelado por um carro em alta velocidade”.

Segundo a servidora pública Gabriela Figueiredo, que acompanhava o passeio ciclístico do filho Guilherme, a vontade de sair de casa e caminhar pelo calçadão a fim de aproveitar momentos de lazer foi acabando junto com o piso, por exemplo, que hoje está tomado pela buraqueira. “A gente não tem mais nem vontade de caminhar por aqui. Assim, fazemos o percurso essencial e indispensável”, contou.

[e-s001]Deteriorado
Além do piso comprometido por causa do peso dos veículos que sobem e estacionam no calçadão, já é possível se deparar com a vegetação crescente em pontos que perdem o concreto e ficaram tomados pelo barro e, em outros, por causa da chuva que ainda atinge a cidade, gerando poças de lama, como verificou O Estado, na manhã de ontem (15).

Para indagar sobre que medidas estão sendo tomadas para solucionar a problemática, assim como sobre o que foi feito em novembro do ano passado, quando a reportagem mais recente foi veiculada, O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

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