SÃO LUÍS - O dia de Greve Geral da Educação, ocorrido ontem (15), parou as ruas do centro de São Luís, Região Metropolitana, e levou milhares de estudantes, professores, membros de movimentos sociais e demais entidades de classe ligadas à pauta para o protesto. O principal objetivo foi chamar a atenção do poder público federal a respeito das declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre o contingenciamento de 3,4% (inicialmente, foi anunciado de 30%) nas verbas repassadas para instituições públicas.
Com cartazes, bandeiras e camisas representando seu curso ou a sua instituição, estudantes foram a maioria entre os presentes. “Não faz o menor sentido haver cortes de uma coisa de que já se sustenta com tão pouco. Se é pra se tirar dinheiro que algum lugar, que tire, mas que não seja da educação”, diz João Victor Damasceno, estudante do curso de Psicologia da UFMA. Segundo a Polícia Militar, mais de 20 mil pessoas estiveram presentes ao ato.
Em entrevista para O Estado, o estudante reforça a participação dos cursos da área de humanas no protesto, visto que foram recentemente atacados pelo atual presidente. “Todo mundo sabe que um país não se desenvolve, não melhora a sua condição se a educação não estiver presente, se a educação não for uma prioridade. Para esse governo a educação não é uma prioridade é nos estamos aqui para mostrar que a comunidade científica importa muito”.
Diversos professores, coordenadores de graduação e pós-graduação, além de representantes das associações da entidade, tiveram momentos de palavra em cima do trio, que fez o percurso da Praça Deodoro até a Praça dos Catraieiros, na Beira-Mar, também no Centro.
Professores
Uma das representantes envolvidas na organização do protesto na capital maranhense foi Sirlaine Paiva, presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma), ressaltou que o movimento não tem como objetivo briga ideológica.
“Essa é uma pauta comum, independentemente da ideologia. Todo mundo está preocupado com a educação. Nós temos alunos de cursos que historicamente não param, hoje pararam 100%, como exemplo o curso de medicina. Hoje, na porta da UFMA, nós tínhamos toda a equipe de reitoria, coordenações, representantes das pós-graduações e extensões”, explica a presidente.
Segundo Sirlaine Paiva, o contingenciamento na verba repassada significa a paralisação de todas as universidades brasileiras. “Esse corte significa inviabilizar o ensino nas federais a partir do próximo semestre. Esse dinheiro significa pagamento de empresas para segurança, limpeza e demais terceirizadas, além dos alimentos no Restaurante Universitário. Como uma universidade vai funcionar apenas com os professores recebendo e sem nenhuma infraestrutura?”, questiona.
Além dos futuros problemas ocasionados pelo corte anunciado recentemente, a estrutura da Universidade Federal do Maranhão já está defasada.
“As universidades vêm sofrendo cortes progressivos desde 2015. Pequenas coisas estão sendo tiradas diariamente. Um dos maiores exemplos é que a UFMA tem cortado muito no investimento de segurança, e a consequência disso já pode ser vista”, frisa Sirlaine Paiva.
Membros de movimentos ligados à educação, além de representantes de escolas públicas estaduais, municipais, do Instituto Federal, e alunos dos campi da UFMA de diversos municípios estiveram presentes.
Manhã de protestos
Pela manhã, a entrada das Universidades Federal (UFMA) e Estadual do Maranhão (Uema) foram bloqueadas por participantes do ato. Com faixas e cartazes, o movimento funcionou como prévia da grande manifestação marcada para a tarde. Na UFMA, a reitora da universidade, professora Nair Portela, esteve presente prestando apoio àqueles que aderiram a Greve Geral em nome da instituição.
Sindicalistas realizaram, também pela manhã, uma Assembleia Geral Extraordinária, que visou avaliar a paralisação.
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