Educação

Educação na contemporaneidade é foco de palestra com Rosely Sayão

O momento de reflexão com a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão foi promovido pelo Colégio Dom Bosco, dentro do Projeto Laços de Família; a segunda edição do evento ocorreu no Blue Tree Towers São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

[e-s001]O mundo contemporâneo é veloz, mutante e repleto de desafios, em uma era marcada por mudanças que nos forçam à adoção de novos estilos de vida, hábitos e formas de ser e conviver. Desse modo, a relação entre pais, filhos e escola também exige ser vista de uma forma diferente do que a usual. Esse contexto foi o assunto principal de um bate-papo organizado pelo Colégio Dom Bosco, com a presença da renomada psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão, que veio a São Luís liderar a palestra sobre o papel da família na educação dos filhos neste mundo contemporâneo.

O evento foi realizado na noite de quinta-feira (9), no Hotel Blue Tree São Luís, e reuniu mais de 200 pais e alunos interessados nas dicas expostas pela especialista. “Eu vou falar um pouco sobre educação no mundo contemporâneo. Aí entram as novas relações, novas maneiras pessoais de ser pai, de ser mãe, de ser filho. Eu vou conversar com o público para trazer reflexões a esse respeito”, diz Rosely Sayão em entrevista para O Estado.

A palestra faz parte do Projeto Laços de Família do Colégio Dom Bosco, que teve sua primeira edição realizada em abril. “O projeto faz parte da nossa proposta pedagógica, que lançamos neste ano, e tem como um dos objetivos o desenvolvimento das habilidades sócio emocionais. Esse projeto visa fortalecer os vínculos familiares, trazendo os pais para dentro da escola, junto dos seus filhos”, explica Raissa Murad, diretora pedagógica do Colégio Dom Bosco.

O evento fortaleceu o objetivo de dar aos pais dos alunos da escola um momento de reflexão, sempre com o auxílio de um profissional renomado para falar sobre algum tema de interesse coletivo. “A gente quer que os pais sejam mais próximos dos próprios filhos, fortalecer esse elo que muitas vezes é abalado com o novo mundo em que estamos vivendo”, ressalta a diretora.

Sempre foi uma marca muito grande da instituição a relação com a família.Com 61 anos de atuação, o Dom Bosco preza pela fortificação do vínculo casa-escola. Uma das táticas feita pela escola é, semanalmente, manda sugestões de atividades de lazer para serem feitos em casa, em família.

Ser criança na modernidade
Os convidados foram recebidos por um coffe-break oferecido pela instituição. Após o momento de sociabilidade, a diretora pedagógica do Colégio Dom Bosco, Raissa Murad, deu início à noite. “Há uns anos atrás eu xerocava os textos da Rosely Sayão que saiam na Folha de S. Paulo e colocava na agenda dos alunos, para que os pais pudessem ler”, conta. Conhecida pela sua forma direta e honesta de tratar de assuntos sobre pais, filhos e educação, Rosely Sayão foi bastante aplaudida ao subir no palco.

Rosely fez uma viagem com os pais, saindo desde o fim da Segunda Guerra Mundial até o mundo contemporâneo. “O mundo atual explodiu a partir de 1960. Antes, ser criança era muito simples. Nós brincávamos e dávamos conta da escola. Hoje, ser criança é muito complicado. Eles chegaram a um mundo que perdeu um pouco do conceito do que é ser criança. Nosso mundo não é muito acolhedor para as crianças”, iniciou a palestrante.

[e-s001]Deixando claro que o seu dever era defender os pequenos, Rosely exemplificou de diversas formas como os pais deveriam se portar em situações externas, birras e demais características do dia a dia de um pai/mãe de família.
“Meu papel hoje é defender a criança e o adolescente, que são atacados por um mundo que está assim por responsabilidade nossa. Como já diria Gilberto Gil, os meninos são todos sãos, os pecados são todos meus”, parafraseia.

Tecnologia
Um dos pontos altos da noite foi o debate a respeito de tecnologia. A psicóloga expôs benefícios e malefícios do uso de meios digitais, além de dicas para os pais de como regrar o uso. Mas, a maior surpresa, veio no momento em que a psicóloga contou aos pais o que as próprias crianças acham dos adultos na internet.

“Uma pesquisa recente mostrou um resultado que vocês não vão poder reclamar. 78% das crianças do Brasil acham que os pais dão mais atenção aos celulares do que aos filhos. Sim, isso é real”, explica Rosely Sayão.

Ao longo da noite, a especialista criou um ambiente de reflexão para os presentes, que, segundo suas palavras, tanto exigem mas não percebem pequenas atitudes erradas que são constantemente praticadas.

“Percebe-se que os pais têm alguma dificuldade em introduzir a tecnologia na vida dos filhos. Mas, como lidar com isso quando a escola insere essa tecnologia na vida dos filhos?”, questionou Elizabeth Albuquerque, mãe de uma aluna da instituição.

Segundo Rosely, a questão não é a tecnologia em si, e pra que e quando se é usada. “A gente precisa entender que não é do aparelho que precisamos, e sim da lógica da tecnologia. É importante também aprender a colocar limites nos nossos filhos, da maneira mais adequada possível”, respondeu para a mãe.

É importante ter uma atualização dos vínculos, convivência familiar. Aprender a reconhecer as expressões faciais dos familiares que tanto ficam de cabeça baixa durante o dia.

Durante a palestra, assuntos como paciência, patologias na infância e socialização também foram abordados.

SAIBA MAIS

Como reconhecer bons conteúdos para crianças nas mídias?
Recomenda-se que os pais assistam aos programas e joguem com seus filhos. Dessa forma, eles podem saber o que as crianças veem, como elas estão reagindo ao conteúdo e se estão realmente aprendendo coisas novas ou apenas mexendo com os aparelhos. Adultos devem confiar na intuição e não se sentirem mal por desinstalar um aplicativo ou jogo ou evitarem programas de televisão que eles não achem adequados para os filhos.
Os pais devem regular o uso de mídias por adolescentes também?
O tempo de uso das mídias deve ser personalizado para cada criança, baseado no cumprimento das atividades saudáveis diárias. Isso pode ser alcançado se a pessoa evitar o uso de dispositivos digitais em certos locais, como quartos, e horários, como nas refeições.

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