SÃO LUÍS – O Dia das Mães é tradicionalmente conhecido por ser uma data oportuna para se declarar todo o amor à figura materna. Assim, em São Luís, muitas atividades foram realizadas para celebrar este domingo (12), como as devoções marianas nas paróquias, e os singelos atos de orar sobre os túmulos das mães já falecidas - momento de homenagear aquelas que foram em vida, e ainda são em memória, alguém de grande valia e que merece a honra das lágrimas que refletem a imensidão da saudade.

Na Catedral Metropolitana de São Luís, ou Igreja da Sé, localizada no centro da capital, centenas de fiéis, entre mães e filhos, senão toda família, se reuniram para assistir à celebração presidida pelo pároco da catedral, Roney Carvalho. O início da missa, melodiada por músicas em homenagens ao Dia das Mães, impulsionou vozes e causou emoção, como foi o caso da dona de casa Ediene Carvalho, de 38 anos.

Durante os cânticos que deram início à celebração, a mãe do pequeno João Batista, de apenas quatro meses de vida, não conteve as lágrimas ao lembrar de toda dificuldade que teve de enfrentar durante a gestação do primeiro filho. Hoje, após ter vencido todas as barreiras impostas durante a gravidez, Ediene conta a bênção de assumir e viver a infinita missão de ser mãe.

“Durante a gravidez, os médicos desenganaram sobre a vida do meu filho. Um exame mostrou que eu estava com pouco líquido amniótico e o meu filho com uma malformação nos rins. Assim, acabei ficando internada por mais de um mês, e, só então, tive de passar pelo mesmo exame novamente, que mostrou um resultado normal”, contou, emocionada. “A música me emocionou porque me fez lembrar de tudo o que passei com e por meu filho que, sem dúvida, é o milagre da minha vida e meu maior presente”.

Além de Ediene, a emoção durante a leitura bíblica, direcionada à missão materna, sobretudo sua importância, emocionou diversas mulheres e mães presentes na celebração. A data, que é sinônimo de afeto, carinho, consideração pelas genitoras e, principalmente, amor, não poderia passar em branco e sem a bênção da igreja, como contou a vendedora Thaís Amorim, de 33 anos.

“Há alguns anos, antes de qualquer comemoração, eu e minha outra irmã vamos à missa agradecer, junto de nossa mãe, por ela estar ao nosso lado, contribuindo todos os dias para o que a gente tem sido de melhor, inclusive para os meus filhos e sobrinhos”.

Cemitério
No Cemitério do Gavião, no bairro Madre Deus, também na região central de São Luís, o domingo foi um dia para se dedicar, pelo menos um minuto, àquela que representou e protagonizou como sem ninguém, e intensamente, a maternidade. “Minha mãe era muito carinhosa, muito presente, unida com todos os filhos. A saudade que sentimos é muito grande, de comemorar esse dia, de dar aquele abraço apertado […]. Então, há seis anos, a gente vem visitar e continua cultivando esse carinho, esse amor que a gente sente por ela aqui no cemitério, onde a vimos pela última vez”, contou a aposentada de 66 anos, Graça Carvalho.

Assim como Carvalho, o aposentado de 72 anos, Victoriomar Teixeira, na companhia dos demais irmãos, também visita o túmulo da mãe todo segundo domingo de maio. “Há 20 anos, eu e meus irmão cultivamos o hábito de visitar o túmulo de nossa mãe, para prestar nossas homenagens e dedicar orações a ela, da mesma forma como fazíamos para ela em vida”, contou, emocionado.

No Cemitério Jardim da Paz, o movimento também foi intenso de famílias que foram reverenciar as mães. Tanto que na calçada do local muitos ambulantes aproveitaram para obter renda extra com a venda de produtos, especialmente flores de diversos tipos.

Ação social
No Sá Viana, bairro periférico de São Luís, muitas mães foram homenageadas com um café da manhã, além da premiação com cestas básicas, em comemoração ao Dia das Mães. Na região, a condição financeira dos moradores é bem abaixo do que seria necessário para se realizar, individualmente, uma celebração mais íntima e com uma mesa recheada de tudo o que as mães merecem neste segundo domingo de maio.

Assim, quem vem proporcionando esse dia de homenagens alusivo às mães, sobretudo de integração, é o líder comunitário Alex Kennedy. “A área Itaqui-Bacanga é uma região periférica da cidade, assim, a gente se sente muito feliz em poder proporcionar um café da manhã para as mães que, muita das vezes, não têm o que comer. Então, oferecer um café da manhã e os brindes, é uma forma de contribuir para a felicidade delas e tornar esse dia ainda mais especial e feliz”, declarou.

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