Fronteira

Governo Trump transfere fundos de guerra no Afeganistão para construir muro com México

Pentágono anunciou US$ 1,5 bilhão para 128 quilômetros de barreiras fronteiriças; para estas obras, o Pentágono resolveu transferir US$ 600 milhões da poupança dedicada às forças de segurança afegãs

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

WASHINGTON - O secretário interino de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, aprovou a transferência de US$ 1,5 bilhão para a construção de mais de 128 quilômetros de barreiras na fronteira com o México. Para estas obras, o Pentágono resolveu transferir US$ 600 milhões da poupança dedicada às forças de segurança afegãs, apoiadas pelo governo americano desde a eclosão da guerra do Afeganistão, em 2001.

O novo investimento na divisa chega dois meses depois da transferência de US$ 1 bilhão, em março, de recursos que eram destinados a militares e foram deslocados à construção do muro de Trump. Na ocasião, parte dos congressistas americanos criticaram a manobra de custeio das obras — uma das principais promessas de campanha do presidente e cerne do embate com democratas que paralisou o governo por tempo recorde no início do ano.

"Os fundos foram deslocados de uma variada gama de fontes, incluindo poupanças de custeio, mudanças programáticas e revisões de requerimentos, e por isso terão mínimo impacto na preparação das forças (afegãs)", diz nota assinada por Shanahan.

Uma autoridade americana destacou à Reuters, sob condição de anonimato, que a transferência incluiria US$ 604 milhões dos recursos reservados até então para as tropas afegãs, que hoje lutam para assegurar o controle do território do país diante do crescente avanço do Talibã.

Derrubado em 2001, quando Washington reagiu ao ataque de 11 de setembro, da al-Qaeda, o Talibã nunca esteve tão forte desde então: relatório do Inspetor Geral dos EUA para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar) mostrou que, em outubro, o governo controlava ou influenciava apenas 53,8% do território, onde vivem 63,5% dos afegãos. O presidente Ashraf Ghani tem ressaltado que suas tropas sucumbirão sem suporte dos EUA.

Na quinta-feira, 9, ao fim da sexta rodada de negociações entre autoridades americanas e talibãs, o enviado especial dos EUA, Zalmay Khalilzad, saudou no Twitter os "progressos regulares, embora lentos, sobre partes do acordo para colocar fim à guerra" no Afeganistão.

Segundo Shanahan, as Forças Armadas dos EUA têm mais de quatro mil funcionários na fronteira, além de 19 aeronaves. No ano fiscal de 2019, Washington havia reservado US$ 4,9 bilhões em apoio às forças afegãs. A fonte da agência Reuters explicou que o dinheiro agora destinado ao muro foi retirado desta conta porque o governo encontrou recursos poupados em contratos.

Outra autoridade americana destacou à agência que não é a primeira vez que o governo americano remaneja recursos da conta.

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