Joina Cristina da Silva Maia - Mãe

Superando limites pelos filhos

Mãe de quatro, sendo Vithor com paralisia cerebral e as gêmeas Sarah e Sophia cegas, ela está sempre com sorriso no rosto, apesar da rotina corrida

Selma Figueiredo, coordenadora de Redação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Joina Cristina da Silva Maia com as filhas Sarah e Sophia
Joina Cristina da Silva Maia com as filhas Sarah e Sophia

Quem vê o rosto sereno e o sorriso fácil de Joina Cristina da Silva Maia, de 38 anos, não imagina a rotina atribulada que ela vive diariamente como mãe de três crianças e um adolescente. Impressiona mais ainda saber que três de seus filhos têm necessidades especiais: Vithor Gabriel, de 8 anos, tem paralisia cerebral e as gêmeas Sarah e Sophia, de 7 anos, são cegas.

Mãe guerreira, Joina Cristina enfrenta as adversidades com um sorriso largo no rosto. Tudo em nome do amor pelos filhos. E ela diz não se imaginar em outra rotina.

“Antes de ter eles, imaginava que era muito difícil cuidar de crianças especiais. Agora, com a vivência, vejo que eles são o meu tudo. Até nos momentos em que eu posso estar triste, eles me dão alegria. São meu alicerce, minha fortaleza”, afirma ela.

Joina Cristina é natural de São Luís, mas os quatro filho nasceram em Caxias, na Maternidade Carmosina Coutinho. O primeiro menino, Othávio Maia da Silva, hoje com 13 anos, nasceu e cresceu tranquilamente, sendo aluno hoje do 8º ano do ensino médio do Cintra, em São Luís.

Já o segundo filho, Vithor Gabriel, nasceu prematuro e precisou ser levado para a incubadora em UTI, onde sofreu uma parada cardiorespiratória, ocasionando falta de oxigênio no cérebro. Como consequência, ele ficou com paralisia cerebral e teve perda auditiva do ouvido esquerdo.

Antes de ter eles, imaginava que era muito difícil cuidar de crianças especiais. Agora, com a vivência, vejo que eles são o meu tudo. Até nos momentos em que eu posso estar triste, eles me dão alegria. São meu alicerce, minha fortaleza”

As gêmeas Sarah e Sophia nasceram um ano depois, também prematuras e na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias. Após a alta do hospital, as meninas foram para casa com os pais. Três meses após, ao observar uma fotografia, Joina Cristina percebeu uma mancha diferente nos olhos das crianças. Buscaram médico em Teresina e, depois, em São Luís, onde foi diagnosticado retinopatia da prematuridade e catarata congênita.

Aos oito meses, elas fizeram a primeira cirurgia no olho direito. Dez meses depois, se submeteram ao procedimento no outro olho. Os médicos, porém, informaram que ainda seriam necessárias outras cirurgias para que elas recuperassem, pelo menos, 50% da visão. “Estamos aguardando. Ainda há essa pequena esperança”, diz a mãe.

Para eles, não vejo limitação. Levo para passear em shopping, vamos ao cinema”

Apoio

A rotina é pesada. Moradora do Anil, além de levar as crianças para as aulas regulares na UEB Sá Vale, unidade da rede municipal no mesmo bairro, todas as terças e quintas-feiras conduz as gêmeas ao Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP), no Maranhão Novo, instituição ligada à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que há 18 anos presta atendimentos no segmento e onde as meninas são assistidas e aprendem ferramentas como o braille e o soroban.

Pelas filhas, Joina Cristina também já superou limites: fez curso de Braille no CAP e, agora, se prepara para ter aulas e aprender a usar o soroban para fazer os cálculos matemáticos. “Faço tudo o que posso por elas. Dou apoio, faço os exercícios da escola, acompanho. De mais longe eu já vim. Passei por fase difícil. Hoje está tudo bem melhor”, sentencia ela, que destacou oo apoio do marido, Osmir Soares da Silva, no cuidado com os filhos.

Na dura rotina, ela também é guerreira na hora de garantir os direitos aos filhos. “As meninas já têm certa independência, tomam banho só, escolhem as roupas e se vestem sozinhas, por exemplo. O Vithor ainda é dependente. Mas, para eles, não vejo limitação. Levo para passear em shopping, vamos ao cinema”, afirma Joina Cristina.

Joina Cristina com os quato filhos durante um passeio
Joina Cristina com os quato filhos durante um passeio

Dedicação

A dedicação quase exclusiva aos filhos não permite que Joina Cristina trabalhe fora de casa. Mas, ela compensa fazendo peças de artesanato, ao lado da irmã, Patrícia. Tiaras, porta-copos, chaveiros e outros vão ganhando forma pelas mãos das duas. Além disso, dois dos filhos recebem benefício financeiro do governo federal, que ajuda na renda familiar.

O Dia das Mães, claro, é especial para ela. Este ano, ela novamente vai passar o Dia das Mães em família, na casa de uma tia, vizinha no Anil. “Buscamos sempre estar próximos. Assim, cada um leva um prato e fazemos uma celebração bem bonita”, afirma.

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