SÃO LUÍS - Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 45.606.048 pessoas com deficiência, o que equivale a cerca de 23,9% da população; incluindo deficiência visual, motora, auditiva e mental. Para esse público e seus familiares, vencer o preconceito e conseguir ter acesso à educação e atividades que estimulem o seu desenvolvimento é um dos maiores desafios. Infelizmente, há uma grande escassez de escolas e instituições com expertise na educação e inclusão de portadores de necessidades especiais no país, principalmente de forma gratuita.

Nesse cenário, merece destaque o trabalho sério da APAE São Luís, que existe há 48 anos e é uma organização social cujo objetivo principal é promover a atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e múltipla, garantindo direitos básicos às pessoas com deficiência. A entidade atualmente presidida de forma voluntária em São Luís pelo empresário Vanderlan Rolim integra a rede nacional de APAEs.

Com sede na Rua Três, no bairro da Cohab-Anil, a entidade atualmente atende 253 alunos, nos turnos matutinos e vespertinos. Além da oferta de educação gratuita de qualidade e refeições aos alunos, a entidade realiza o teste do pezinho - exame que que deve ser feito aos 5 dias de vida e que serve para detectar diversos tipos de anomalia. Além de educação e saúde, a APAE São Luís atua na área da assistência social, com fornecimento de cadeiras de rodas e próteses auditivas, e oferta de terapia e fisioterapia para pessoas em recuperação física e motora. A entidade também estimula a prática de esportes e a inserção das linguagens artísticas como instrumentos pedagógicos na formação das pessoas com deficiência.

“Todo o nosso trabalho de voluntário é voltado para a missão de acolher, estimular, desenvolver, capacitar e integrar as pessoas com as mais diversas formas de deficiência, para que possam ser cidadãos respeitados na sociedade e com vidas plenas”, explica o presidente Vanderlam Rolim.

Mas conseguir realizar todo esse trabalhos os voluntários e gestores da APAE São Luís precisam driblar as dificuldades financeiras que são imensas, e inclusive impedem a entidade de atender a um número ainda maior de alunos.

Alegria

Para quem está mais acostumado à dura rotina de fazer contas para economizar e cortar despesas, quando uma verba literalmente cai do céu é motivo de muita alegria e gratidão para toda a diretoria. A exemplo do que aconteceu essa semana, quando os gestores e presidente da APAE São Luís foram convidados pelo Grupo Potiguar para receber o cheque de doação no valor de R$ 10 mil, que foi entregue na sede da empresa.

O recurso foi fruto da campanha realizada pela Potiguar, que destinou parte da renda da venda do boneco Potiboy, que é símbolo e mascote da empresa. Após três meses de campanha, e o engajamento direto de muitos clientes que abraçaram essa causa, o recurso foi arrecadado e a doação entregue na sede da empresa na última terça-feira (7).

Reconhecido do grande público por estrelar as propagandas da empresa, o mascote Potiboy era sempre muito requisitado do público, em especial pelas crianças, que pediam um boneco da personagem. Assim surgiu a ideia de confeccionar um boneco, cuja renda poderia ser destinada a uma causa social. O sucesso da campanha foi grande, e além de arrecadar dinheiro para ajudar a quem precisa, demonstrou a empatia e a força da marca Potiguar na comunidade. A empresa criada em 1980 pelo empresário Manoel Vieira Brasil atualmente possui cinco lojas, sendo quatro em São Luís e uma em Imperatriz, e um Centro de Distribuição. Maior home center do Estado e uma das mais destacadas empresas de seu ramo nacionalmente, o Grupo Potiguar integra o Grupo ConstruBrasil.

Sustentabilidade
Marcelo Brasil, presidente do Grupo Potiguar, ressaltou que desde jovem conhecia o destacado papel social da APAE São Luís, que antes era capitaneada pelo já falecido professor Expedito e sua esposa Antoninha. “Quando criamos a campanha do Potiboy e precisamos escolher uma entidade para ser beneficiada, nada mais justo que apoiar essa instituição, que tanto precisa e muito faz pelos deficientes. Ficamos felizes em poder ajudar”, disse o empresário que aposta em uma gestão focada na sustentabilidade e que tem como prática constante a responsabilidade social empresarial.

Camila Brasil, da Diretoria da Potiguar e que coordenou a ação, fez questão de agradecer a todos os clientes que se engajaram comprando o boneco Potiboy. “Juntos, empresa e clientes, formamos uma corrente de solidariedade importante para apoiar a APAE São Luís. A entidade realiza um trabalho sério, pautado pela ética, assim como o Grupo Potiguar”, disse Camila Brasil.

A atual gestora da APAE São Luís Cristiane Diniz reforçou a importância da campanha e da iniciativa da empresa: “Além de educar, preparamos o aluno especial para ser independente e produtivo, atuamos de forma ampla na inclusão da pessoa especial, mas temos recursos muito limitados para atuar. Mas como somos apaixonados por essa causa, sempre estamos otimistas com o futuro, e só temos a agradecer quando uma empresa como o Grupo Potiguar dá esse exemplo, criando uma campanha que vem nos beneficiar”, disse a gestora.

O dinheiro já tem destino definido e muito estratégico. Vai ser usado para custear parte das obras de ampliação da escola Eney Santana conforme anunciou o presidente. “Precisamos realizar essa ampliação para conseguirmos atender mais 100 a 150 crianças; já que a demanda da comunidade é enorme. E precisamos muito desse tipo de apoio do empresariado maranhense. O Grupo Potiguar, com essa doação, deu o pontapé inicial nesse projeto e agora fazemos um chamamento a todos os empresários da cidade, para seguirem exemplo da Potiguar para também apoiar a APAE São Luís com qualquer quantia ou doação”, declarou Valderlam Rolim.

O projeto de ampliação da escola consiste na construção de cinco novas salas de aula; uma área de vivência, piscina e anfiteatro para uso coletivo. Todos que quiserem e puderem ajudar com doações financeiras ou de material de construção, podem procurar a diretoria da entidade.

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