Descaso

Linha de ônibus do município de Raposa é alvo de queixas de usuários

Na manhã de ontem, estudantes e trabalhadores esperaram duas horas pelos ônibus da Linha Expresso Metropolitano na área

Emmanuel Menezes / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Usuários reclamam que os poucos ônibus de Raposa viajam lotados
Usuários reclamam que os poucos ônibus de Raposa viajam lotados (ônibus)

Usuários de coletivos da Linha Expresso Metropolitano que saem do município de Raposa denunciaram a falta de ônibus para auxiliá-los na locomoção. Ontem (6), estudantes e trabalhadores ficaram duas horas à espera do coletivo, nas paradas da Raposa.

“Nunca tivemos um atraso com um tempo tão longo assim, mas ultimamente as linhas Raposa-Holandeses e Raposa-São Francisco estão demorando mais que o normal”, conta a estudante Juliana Rocha. Cada linha que sai de Raposa beneficia, diariamente, cerca de quatro mil pessoas.

O programa Expresso Metropolitano, que serve os municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, foi lançado pelo Governo do Estado e manteve, por certo período, uma regularidade, facilitando a vida dos usuários. Hoje, com a constante demora, o que é visto são paradas cheias de estudantes e trabalhadores, atrasos e ônibus superlotados.
“Não tínhamos o que reclamar do serviço oferecido. Os problemas que aconteciam eram normais de qualquer grande cidade. Mas os atrasos recorrentes já ultrapassaram os limites”, diz Paulo Araújo, estudante de Design.

Linhas de Raposa
Os moradores do município dispunham de três linhas de ônibus que faziam trajeto para São Luís: Raposa-São Francisco, Raposa-Holandeses e o Raposa-Terminal da Cohama. O último citado foi extinto, por fazer, praticamente, a mesma rota do Raposa-São Francisco.

Os ônibus que faziam parte da linha Raposa-Terminal da Cohama integram, agora, a linha Raposa-São Francisco, que tinha apenas dois ônibus. Com o incremento na frota que sai de Raposa com direção ao centro da capital maranhense, os usuários perceberam que o número de ônibus da linha Raposa-Holandeses foi reduzido.

“A linha Raposa-Holandeses foi a primeira Expresso Metropolitano da nossa cidade. Com isso, é também a mais usada”, explica a estudante Juliana Rocha. Apesar disso, a segunda linha de ônibus também faz todas as viagens lotadas. “Não entendemos por que a redução no número dos nossos ônibus, uma vez que eles vivem cheios”, questiona.

Segundo a Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB), todos os veículos dos Expressos devem possuir ar-condicionado, poltronas acolchoadas, capacidade para até 70 passageiros por viagem e plataforma para pessoas com deficiência. Mas os usuários que pegam diariamente a linha Raposa-Terminal da Cohama afirmam que essas características não são compatíveis com a realidade vivida.

O Estado questionou a MOB, responsável pelas linhas de ônibus que fazem viagens de Raposa à capital, que por meio de nota a informou que a linha Raposa – Terminal Praia Grande, realizada pela empresa TCM, é composta por oito ônibus que desenvolvem o percurso diariamente. Segundo a empresa, na manhã de ontem, uma manifestação na região da Maioba comprometeu o fluxo normal das linhas promovendo atrasos no itinerário. Ao final da manifestação o fluxo normal foi restabelecido.

Transporte na capital
O transporte público de São Luís também vive com problemas constantes. Apesar das definições do edital de licitação para o transporte público, ocorrida há cerca de dois anos, em junho de 2016, consórcios e empresas vencedoras não têm oferecido serviços de qualidade aos usuários do setor. Ônibus velhos e danificados, ausência de equipamentos para transporte de cadeirantes e as condições dos terminais de integração são as principais queixas de passageiros da capital.
Uma série de melhorias deveria ser implementada no sistema de transporte público da cidade. 100% dos ônibus deveriam ser acessíveis para cadeirantes, com elevadores, veículos só poderiam ser substituídos por ônibus com ar-condicionado, pelo menos 20 ônibus articulados com ar-condicionado deveriam ser incluídos nas frotas das empresas e disponibilização de painéis informativos nos terminais, com horários das linhas de acordo com as paradas, são algumas das determinações, que, segundo o edital, deveriam ser cumpridas pelos consórcios. No entanto, não é o que ocorre, de acordo com os passageiros.

Outra questão que, de acordo com o edital, está entre as condições para atuação dos consórcios, refere-se aos terminais de integração da cidade. Os espaços possibilitam o Sistema Integrado de Transporte (SIT) na região metropolitana da capital há cerca de 15 anos, com a construção dos terminais da Praia Grande, São Cristóvão, Distrito Federal, Cohab-Cohatrac e Cohama-Vinhais. De acordo com o edital de licitação do transporte da capital, passou a ser de responsabilidade das concessionárias o fornecimento de mão de obra e insumos necessários à operação e segurança, manutenção, conservação, limpeza e reformas prediais que assegurem o pleno funcionamento dos terminais de integração, no entanto, poucas intervenções são realizadas.

Problemas na infraestrutura dos diversos terminais são, constantemente, noticiados. Na edição de 12 de março, O Estado veiculou reportagem que denunciava, sobretudo, os buracos que se abriram no asfalto entre as vias das plataformas de embarque e desembarque, do Terminal da Cohama/Vinhais. Apenas após a reportagem foram iniciadas obras de recapeamento no espaço. Porém, o serviço contemplou somente duas faixas por onde circulam os ônibus, deixando outras faixas e a via principal de acesso ainda repletas de buracos.

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