Bancada

Embrapa Cocais busca apoio de parlamentares do Maranhão

Objetivo das audiências foi tratar da destinação de emendas para o fortalecimento e ampliação da atuação do órgão no estado, por meio da construção de uma sede própria

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Gestores regionais da Embrapa discutiram com os 18 deputados federais e os três senadores do Maranhão a destinação de emendas parlamentares para o órgão
Gestores regionais da Embrapa discutiram com os 18 deputados federais e os três senadores do Maranhão a destinação de emendas parlamentares para o órgão (Audiência)

A chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça, esteve com 18 deputados federais e três senadores do Maranhão. O encontro aconteceu no Congresso Nacional, em Brasília, e foi coordenado pelo deputado líder da bancada federal do estado, Juscelino Filho (DEM), e pelo vice-líder, o deputado Júnior Lourenço (PR). Maria de Lourdes esteve acompanhada pelos analistas Talmir Quinzeiro, da Embrapa Cocais, e Felipe Cardoso, da Gerência de Relações Institucionais e Governamentais da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas - Sire da Embrapa.

O objetivo das audiências com os políticos foi tratar da destinação de emendas parlamentares para o fortalecimento e ampliação da atuação da Embrapa no estado, especialmente por meio da construção de sede própria com infraestrutura de pesquisa, desenvolvimento e inovação - como laboratórios, casas de vegetação e campo experimental. A chefe-geral também ressaltou a necessidade de ações multi-institucionais para o desenvolvimento rural sustentável.

A gestora apresentou um breve histórico e explicou que a Unidade, de caráter ecorregional, tem mandato e atuação em todo o Maranhão, trabalhando com todos os tipos e tamanhos de propriedade e variados produtos, típicos da diversidade local. Em sua fase inicial de estruturação, a Embrapa Cocais focou suas ações em transferência de tecnologia e soluções em resposta às demandas da sociedade. A UD foi criada por resolução do Consad em dezembro de 2009.

Atuação

Atualmente atua em cadeias e produtos de grande relevância, com parcerias multi-institucionais em prol do estado. Os eixos temáticos principais são: pesquisa agropecuária, intercâmbio de conhecimentos e inovação tecnológica em sistemas de produção sustentáveis no uso, conservação e valoração dos recursos naturais e no desenvolvimento territorial rural.

A Unidade também desenvolve pesquisas para valoração de produtos da biodiversidade, como o manejo do açaí, cupuaçu e buriti, e de outros sistemas agroextrativistas como o babaçu, por meio de agroindústrias familiares. São cinco os temas dos novos portfólios de pesquisa: Amazônia, Inovação Social na Agropecuária, Solos do Brasil, Nutrientes para Agricultura e Inteligência, Gestão e Monitoramento Territorial.

Os parlamentares reafirmaram seu apoio ao desenvolvimento da agropecuária maranhense e solicitaram estreitamento das relações com a Embrapa para incrementar o atendimento das demandas dos produtores e o crescimento do setor no estado. Também sugeriram a execução de um planejamento macro, visando à construção de projetos multi-institucionais. Sobre a construção e o aparelhamento da sede própria e estruturas de pesquisa da Embrapa Cocais, os parlamentares se dispuseram a apoiar o pleito por meio de emendas.

Potencial agrícola

O Maranhão abrange três biomas principais: Amazônia (34%), Cerrado (46%) e Caatinga (1%) e suas áreas de transição, o que resulta em ampla diversidade de clima, vegetação e solos e grande riqueza de recursos naturais, além de diferentes sistemas de produção agropecuários, desde o extrativismo até a agricultura empresarial.

Por outro lado, há grandes diferenças socioeconômicas e de desenvolvimento que refletem no “descompasso” entre os índices do Produto Interno Bruto (PIB) e do Desenvolvimento Humano (IDH). “Essa desigualdade entre a riqueza gerada e os índices de desenvolvimento humano pode ser atenuada pela ciência e tecnologia no desenvolvimento rural. A diversidade do Maranhão se traduz em um enorme desafio, por sua complexidade, mas traz também grandes oportunidades. Nesse cenário, é preciso trabalhar com todos os públicos, institucionalmente e sem fronteiras, de forma integrada”, ressalta Maria de Lourdes.

Com nove anos de existência, a Unidade acumula fortes contribuições para a transformação da realidade regional, em parceria com instituições públicas locais de pesquisa, ensino, assistência técnica e extensão rural, como Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o Instituto Federal do Maranhão (IFMA), o Sistema de Agricultura Familiar do Estado (formado pela Secretaria de Agricultura Familiar, a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão e o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão), a Secretaria de Estado de Agricultura, Pesca e Absatecimento e prefeituras.

Durante esses anos, foram realizadas ações de pesquisa e TT que atingiram desde o agronegócio até a agricultura familiar, além de atividades de agregação de valor aos produtos da biodiversidade.

Alguns exemplos, que são política pública no Maranhão, são o sistema integrado alternativo para a produção de alimentos, conhecido como “Sisteminha Embrapa”, que beneficia cerca de 3 mil famílias nos municípios com menor IDH, e os cultivos biofortificados, voltados para o enriquecimento nutricional (pró-vitamina A, ferro e zinco) de culturas alimentares básicas para combater a fome oculta e contribuir para a segurança alimentar da população mais pobre, alcançando hoje 56 municípios e cerca de 1.500 famílias.

Ainda como parte da atuação Embrapa no Maranhão, destacam-se ações do programa Embrapa & Escola, Minibibliotecas (mais de 500 distribuídas em todo o estado), capacitação de multiplicadores (cerca de 4.450 em várias regiões) e ainda parcerias para levar o projeto Hortas Pedagógicas às escolas de São Luís, com potencial de expansão.

No ano passado, foi lançada uma Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT), fruto de acordo de cooperação entre a Embrapa, a Uema, o IFMA e a Aprosoja. A parceria tem como missão o fortalecimento de arranjos produtivos e o desenvolvimento territorial sustentável com inclusão produtiva, agregação de valor à agricultura familiar e ao agronegócio para além do centro-sul do Maranhão.

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