Opinião

Desemprego segue em alta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Neste mês, em que se celebra o trabalhador, as notícias do setor não são tão alvissareiras no Brasil. É que o desemprego segue em alta e mais de 1,2 milhão de pessoas entraram para a população desocupada no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2018. Com isso, o total de pessoas à procura de emprego no país chegou a 13,4 milhões. A taxa de desocupação subiu para 12,7%, mas ainda é inferior aos 13,1% atingidos no primeiro trimestre do ano passado. Esse resultado tem por base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem pelo IBGE.

O cenário retrata a realidade vivida no mercado e os dados traduzem o amargo de quem está em busca de uma oportunidade. É que os trabalhadores sem carteira que tinham sido contratados como temporários para vendas, como na Black Friday e no Natal, ou que trabalharam nas eleições, saíram do emprego no início do ano. Outro fato importante é que a sazonalidade registrada na administração pública, representada principalmente pelas prefeituras, que contratam servidores temporários e os demitem no início do ano.

Vale destacar que as maiores quedas no total de ocupados foram registradas no setor da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com menos 332 mil pessoas, seguido por construção, com perda de 228 mil pessoas. Os outros setores ficaram estáveis.

O trabalhador que segue desempregado só espera que esse cenário mude e que a crise passe de vez

O total de 32,9 milhões de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada ficou estável frente ao último trimestre de 2018. Já a categoria dos empregados desse setor sem carteira de trabalho assinada registrou perda de 365 mil postos, com queda para 11,1 milhões de pessoas. Observou-se também um aumento no rendimento médio dos trabalhadores sem carteira.

Outro ponto destacado no levantamento é que a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 25%, a maior desde 2012. Isso representa um grupo de 28,3 milhões de pessoas que reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e os que estão disponíveis para trabalhar, mas não conseguem procurar emprego por motivos diversos.

São mais de 1,5 milhão de pessoas que passaram a ser subutilizadas, alta de 5,6% frente ao trimestre fechado em dezembro de 2018. No confronto com igual trimestre do ano anterior, quando havia 27,5 milhões de pessoas subutilizadas, esta estimativa subiu 3%, um adicional de 819 mil pessoas nessa situação.

A subutilização foi puxada pela desocupação e pela força de trabalho potencial. Esta, por sua vez, cresceu devido à entrada de 180 mil pessoas que desistiram de procurar trabalho, chegando a 4,8 milhões de desalentados no primeiro trimestre do ano, o maior contingente da série histórica.

O trabalhador que segue desempregado só espera que esse cenário mude, que a crise passe de vez e que os postos de trabalho voltem a surgir. Afinal de contas, as contas continuam chegando e as famílias precisam de salário no fim do mês para poder quitá-las.

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