Desenvolvimento

Qualificação e transição de carreira para enfrentar as mudanças tecnológicas

Empregos operacionais estão em processo de extinção e profissionais devem planejar transição via qualificação; de acordo com Fernando Coelho, além do mercado de trabalho, as escolas e universidades também precisam se adaptar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

[e-s001]A única certeza atual no mercado de trabalho é a da mudança! Essa frase, que há alguns anos poderia parecer uma profecia distante, agora é realidade para muitos. A disrupção do mercado de trabalho, provocada pela tecnologia, está atingindo muitos setores, e com benefícios concretos em diversos aspectos – otimização de tempo, maior excelência de resultados, entre outros fatores.

Uma pesquisa recente, divulgada pela Universidade de Brasília (UnB), mostrou que máquinas movidas por tecnologia e à base de inteligência artificial já estão substituindo rapidamente diversos postos de trabalhos, principalmente os operacionais. Segundo o estudo, até o ano de 2026 54% dos empregos formais no Brasil poderão ser ocupados por robôs e programas de computador. Este percentual representa cerca de 30 milhões de vagas. A pesquisa foi desenvolvida ao longo do ano 2018 e avaliou uma lista de 2.602 profissões brasileiras, entre torrador de café, cobrador de ônibus, porteiros de guaritas, recepcionistas, serrador de madeira, leiloeiro, gerente de almoxarife, entre outros.

Segundo outra importante pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em torno de 57% das vagas de emprego estão suscetíveis à robotização e automação.

Capacitação e adaptação
Para o professor Fernando Coelho, coordenador da pós-graduação de Gestão de Marketing, Inovação e Experiência do Cliente, da UNDB Centro Universitário, os profissionais precisam se capacitar e se adaptar a esta nova realidade, que não precisa ser necessariamente um pesadelo ou sinônimo de desemprego, mas que exige uma transição planejada de carreira urgentemente.

“A transformação digital é uma realidade e, mais do que uma mudança tecnológica, estamos passando por uma mudança cultural. Hoje já enxergamos empresas no estado com call-center dotados de URAs [Unidades de Resposta Audível] cognitivas e robotizadas. Porém, mesmo com toda a tecnologia, não podemos deixar o nosso lado humano. Dessa maneira, como especialista, concluo que os profissionais mais disputados no mercado serão aqueles com características humanas como criatividade, capacidade de aprendizado, resiliência para aprender novas habilidades e migrar de carreira ou função e facilidade para se relacionar”, afirmou o professor.

Conforme previsão do Fórum Mundial Econômico, 65% das crianças vão trabalhar em empregos que ainda não existem. E, de acordo com o professor Fernando Coelho, além do mercado de trabalho, as escolas e universidades também precisam se adaptar a esse novo cenário disruptivo.

“Os estudos mostram que temos um futuro cheio de incertezas profissionais. O sistema educacional deve despertar competências ligadas à tecnologia e criatividade, com uso de metodologias ativas na educação e raciocínio crítico. É preciso ensinar o aluno a aprender sozinho, pesquisar, ser curioso e experimentador. Essas são competências hoje buscadas pelos recrutadores e em São Luís o Grupo Dom Bosco, seja o Colégio Dom Bosco, seja a UNDB Centro Universitário, já atuam nessa linha com muito sucesso”, explicou o docente Fernando Coelho.

Inovação, qualificação contínua e transição de carreira planejada
A automatização de rotinas administrativas, sistemas baseados em nuvem, Internet das Coisas, utilização da Inteligência Artificial (AI) e a Robotização de Processos Empresariais, entre outros, são alguns dos avanços já propiciados pela inovação tecnológica que se encontram inseridos no ambiente interno de organizações mais antenadas com os avanços disruptivos e que buscam, por meio deles, construir diferenciais na disputa por um bom posicionamento em seus setores de atuação.

“Mais do que nunca, a inovação faz parte do nosso dia a dia e do cotidiano empresarial, auxiliando tanto na realização de atividades mais corriqueiras, como no apoio a diversos segmentos econômicos. É crucial que os colaboradores das organizações sejam preparados para uma mudança de cultura mais centrada na inovação”, aposta o professor Fábio Carvalho, coordenador do curso de Administração da UNDB e das Pós-Graduações em Gestão Empresarial e Gestão Estratégica de Pessoas da instituição de ensino.

Pensando nas novas demandas do mercado de trabalho, a UNDB Centro Universitário, que já é uma referência consolidada em ensino de qualidade na graduação, ampliou suas opções de cursos de Pós-graduação, com atuação nas áreas de Gestão e Negócios, Direito, Educação, Saúde e Tecnologia, trabalhando com modernas ferramentas e metodologias ativas de ensino aprendizagem.

[e-s001]“Nossa metodologia é totalmente alinhada à realidade do mercado. Além disso, os alunos têm aulas em ambientes de aprendizagem colaborativa, suporte à gestão da sua carreira por meio do nosso programa de empregabilidade e contam com professores que são referências nas suas respectivas áreas de atuação”, destaca a professora Teyla Santos, coordenadora de Pós-graduação da UNDB.

Se o avanço da tecnologia é uma realidade sem volta, e o processo de robotização/informatização é inevitável, os profissionais devem se conscientizar para a necessidade de estarem atentos às suas carreiras, e em caso de estarem em profissões com os dias contados, aproveitar as ofertas de capacitação para fazerem cursos em outras áreas com alta empregabilidade e planejarem uma transição. O trabalho sempre existirá e o espaço para o ser humano no mercado também, o que está mudando são as demandas e os tipos de carreiras e funções.

Na área técnica e profissionalizante, o Sest-Senat/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte oferece um amplo leque de opções em cursos profissionalizantes. E, segundo o diretor da Unidade São Luís localizada na Jordoa, Sandro Henrique Salomão Belo, existem áreas com alta procura de pessoal, a exemplo das áreas de informática, atendimento ao cliente e setor administrativo, entre outras. Por outro lado, existem funções que tendem a desaparecer, como a função de cobrador de ônibus e porteiro de guarita predial, só para citar algumas. Em Fortaleza, por exemplo, os ônibus – a exemplo do que já é realidade há vários anos em diversos países desenvolvidos - já estão automatizados, de forma que a função do cobrador não se justifica mais. A população até ganhou em segurança, pois após a automatização e o uso de bilhetes eletrônicos, caíram os assaltos a ônibus, segundo noticiado pela imprensa cearense.

“Aqui os profissionais que estão em carreiras cuja tendência é a extinção, como cobradores de ônibus; telefonista e recepcionista e porteiros de guarita predial, a dica é não serem passivos e esperarem o desemprego chegar, mas se adiantar e procurar nossa unidade, que oferece cursos nos três turnos do dia, em diversas áreas com alta demanda. Quem trabalha de dia, pode estudar à noite, e vice -versa, e assim fazer uma transição de carreira. E detalhe, para os trabalhadores que já atuam na área do transporte, todos os cursos que oferecemos podem ser feitos gratuitamente. Os demais profissionais de outras áreas terão preços acessíveis em todos nossos cursos”, orienta o diretor Sandro Belo.

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