Ação

HU-UFMA apresenta projetos para redução da mortalidade infantil

Com apoio da Fundação Vale, projetos beneficiarão 33 municípios maranhenses

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
O Maranhão é o 2° no ranking dos piores índices do país
O Maranhão é o 2° no ranking dos piores índices do país (mortalidade infantil)

Na manhã desta quarta-feira, 24, o Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), recebeu a visita de representantes das regionais de saúde do estado do Maranhão para conhecer dois projetos. São eles: “Atenção integral aos recém-nascidos e sua família e capacitação de equipes da estratégia de saúde da família”; coordenado pela neonatologista Marynéia Vale; e “Reestruturação tecnológica do Banco de Leite Humano do HU-UFMA e capacitação de profissionais de saúde para manejo do aleitamento materno”, coordenado pela pediatra Feliciana Pinheiro.

Os projetos serão desenvolvidos pelo HU-UFMA com o apoio da Vale. Na plateia, gestores, secretários estaduais e municipais, enfermeiros, consultores do Ministério da Saúde e colaboradores do hospital. Participaram representantes dos municípios de Açailândia, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Rosário, Santa Inês, Barreirinhas e São Luís interessados em reduzir o indicador de mortalidade infantil no estado e melhorar a assistência aos bebês e suas famílias na fase primária da existência humana.

O quadro é de calamidade. O Maranhão é o 2° no ranking dos piores índices do país. Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS, 2016), no Maranhão, as taxas de mortalidade infantil são de 20 para mil nascimentos e a de mortalidade neonatal de 13,9 a cada mil nascimentos.

A gravidade do cenário exige das autoridades de saúde o planejamento e execução de políticas públicas voltadas a esse público e a qualificação dos profissionais da saúde para melhor assistir as mães e bebês no pós-parto.

A apresentação dos dois projetos é o ponto de partida para estreitar os laços com as Regionais de Saúde, de modo a obter melhor êxito nas atividades que serão ofertadas. Ao todo, serão beneficiados 33 municípios. O foco principal dos projetos consiste em levar a arte do cuidar aos lugares que mais necessitam, capacitando profissionais sobre os cuidados perinatais e disponibilizando ao Banco de Leite a aquisição de novos equipamentos.

Marynéia Vale, chefe da Unidade de Cuidados Perinatais do HU-UFMA, explica como os profissionais de saúde serão preparados. “Iremos oferecer alguns cursos, como reanimação neonatal, transporte neonatal, capacitação estratégica AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância) e tutores do método Canguru na Atenção Básica. Mas, o público que irá receber terá como compromisso multiplicar os ensinamentos adquiridos a todos aqueles que fazem parte de seu ciclo de trabalho, qualificando a atenção prestada aos recém-nascidos, articulando o cuidado compartilhado e garantindo apoio matricial as equipes de aplicação de métodos”.

A escolha desses profissionais passará pelo crivo dos próprios gestores de saúde das regionais. A secretária adjunta de Assistência à Saúde da SES, Carmem Lucia Silva Belfort Pinheiro, reforça o porquê dessa aposta. “A gestão municipal deve ter esse olhar e exercício de perceber dentro daquela equipe quem são as pessoas que estão dentro do perfil de multiplicador. Ainda que a gente aposte naqueles que são contratados temporariamente, que possamos observar aqueles que tenham condições reais de ficar mais tempo nas equipes, geralmente os efetivos participam em menor número. É importante que o conhecimento permaneça no município para que ele se desenvolva”.

Profissionais de saúde de Açailândia vieram em peso à reunião. José Lima Neto, gestor da regional de saúde do município, expressou sua felicidade com a apresentação do projeto e possíveis efeitos. “É muito significativo para nós, porque os cursos irão capacitar os profissionais que compõem a regional e os municípios, com a intenção de diminuir o número de casos de óbitos infantis. Toda melhoria no atendimento e no conhecimento do profissional é válido para que seja aplicado na realidade. A expectativa é muito boa. A nossa regional é contemplada com os oito municípios, pois eles são cortados pela estrada de ferro da Vale e, isso só tem a engradecer e melhorar na assistência à nossa população”.

A Fundação Vale pediu que os treinamentos fossem voltados aos profissionais de municípios por onde passam os trilhos da Estrada de Ferro Carajás. Joyce Santos Lages, superintendente do HU-UFMA, enfatizou o impacto da iniciativa para a rede. “A expectativa é que sejam capacitadas 800 pessoas, o hospital vai contribuir ministrando os cursos e servindo de aporte para sanar quaisquer dúvidas relacionadas aos projetos. Nosso desejo é alcançar outros municípios, de modo que a rede fique mais estruturada”.

O coordenador do Núcleo de Telessaúde, Humberto Serra, estendeu o convite para que os profissionais participem das aulas, cursos e conferências ministradas pelo núcleo, como atividade complementar. “Qualquer coisa que se faça hoje para capacitar não é despesa, é investimento. O Telessaúde, por exemplo, consegue evitar cerca de 80% de encaminhamento de pacientes que sairiam dos seus interiores para outro centro de apoio. Nós temos essa virtude que permite capacitar e treinar todo profissional da Atenção Básica, do agente comunitário ao médico. Nossas atividades de tele-educação são amplas e abertas, todos podem participar. Quem participa recebe certificado de participação, de treinamento em serviço, pode colocar no Versus e melhora os indicadores do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ)”.

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