Opinião

Uma nova etapa de vacinação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Em período de chuvas, a exemplo do que estamos enfrentando em São Luís, nada mais certo que recorrer à vacinação contra gripe, que segunda-feira (22), iniciou uma nova etapa em todo o país destinada ao restante do público-alvo: trabalhadores da saúde, indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com morbidades e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.

A primeira fase teve início no dia 10 deste mês com a meta de imunizar mais de 250 mil crianças, para isso 63 postos de vacinação irão funcionar em postos de saúde de segunda a sexta em toda cidade. A campanha segue até dia 31 de maio. No dia 4 de maio ocorre o Dia nacional.

A Secretaria Municipal de Saúde vai disponibilizar pontos de vacinação em locais públicos. Nos dias 26 e 27 deste mês, e em maio (nos dias 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, 24 e 25), a vacina estará disponível nos shoppings Rio Anil (na avenida São Luís Rei de França, Turu), da Ilha (na avenida Daniel de La Touche, Cohama) e São Luís (na avenida Carlos Cunha, Jaracati). O horário de atendimento será das 14h às 19h. A Semus orienta a população a apresentar o cartão de vacina, para identificar se o cronograma obrigatório do Programa Nacional de Imunização está sendo cumprido.

A influenza é uma doença sazonal, mais comum no inverno, que causa epidemias anuais, sendo que há anos com maior ou menor intensidade de circulação desse tipo de vírus e, consequentemente, maior ou menor número de casos e mortes.

No Brasil, devido a diferenças climáticas e geográficas, podem ocorrer diferentes intensidades de sazonalidade da influenza e em diferentes períodos nas unidades federadas.

Recente levantamento realizado pelo Ministério da Saúde aponta 38,8% das pessoas entrevistados têm muita preocupação com a segurança das vacinas e 26% responderam ter pouca. Oitenta e nove por cento dos pais dizem que sua principal fonte de informações é o médico, seguido pela internet (32,1%) e por parentes/amigos (23,7%). Quase 90% confiam muito no médico dos filhos. Destes, 12,7% afirmam que não conseguem discutir adequadamente vacinas com o profissional. Ainda segundo o estudo, a preocupação dos pais com a possibilidade de eventos adversos graves foi muita (45,3%) e um pouco (36,6%). Muitos pais fazem opção em não vacinar os filhos por entender que ela traria mais danos do que benefícios

Ainda segundo o MS, não há dados sobre a taxa de recusa vacinal no país. Mas de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus), as oito vacinas obrigatórias até o primeiro ano de vida estão com cobertura abaixo do recomendado pela OMS, que é 90% a 95%. A cobertura vacinal para crianças com até 12 meses de vida, em 2018, variava de 74% a 89%.

Na década de 1970, o país registrava 100 mil casos de sarampo e 10 mil de poliomielite por ano. Essa geração de pais que foram vacinados na infância deixou de adoecer, não conviveu com essas doenças. E eles começaram a acreditar que não precisam mais vacinar seus filhos porque essas doenças não existem, criando uma falsa segurança.

A primeira fase teve início no dia 10 deste mês com a meta de imunizar mais de 250 mil crianças

Para aumentar os indicadores de imunização, o Governo Federal lançou, no último dia 11, o Movimento Vacina Brasil, com ações coordenadas pelo Ministério da Saúde. O objetivo é levar informações sobre a importância da vacinação, aumentar a confiança nas vacinas, além de discutir e mostrar os riscos da recusa vacinal.

As vacinas representam a melhor intervenção em saúde em termos de custo-benefício: evitam 2 a 3 milhões de mortes a cada ano em todo o mundo e aumentam a expectativa de vida. No caso das crianças, não vaciná-las coloca-as em risco de desenvolver doenças potencialmente fatais (sarampo, tétano, difteria, meningite etc) e causadoras de sequelas para o resto da vida, como paralisia (poliomielite), surdez (meningite por H influenzae, caxumba), retardo no desenvolvimento, entre outras.

A proposta da campanha é que os pediatras em seus locais de trabalho (hospital, ambulatório, consultório e universidades) intensifiquem as discussões sobre o calendário vacinal, situação vacinal da população e esclarecimentos sobre a recusa vacinal.

Uma coisa é certa: se pararmos de vacinar, principalmente as crianças, doenças que ainda existem em outros países podem voltar a ocorrer no Brasil.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.