IMUNIZAÇÃO

Campanha de vacinação contra gripe inicia 2ª etapa e movimenta postos

Idosos, indígenas e portadores de doenças crônicas, por exemplo, já podem se vacinar; segunda fase foi iniciada na última segunda-feira

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

SÃO LUÍS - A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe (Influenza) começou no último dia 22 e tem movimentado os postos de saúde de São Luís. Nesta fase, a vacina é destinada, prioritariamente, a trabalhadores de saúde, povos indígenas, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), idosos (a partir dos 60 anos), professores, pessoas portadoras de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico, a população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medida socioeducativa e funcionários do sistema prisional. A primeira fase teve como público-alvo crianças e gestantes, que ainda podem procurar as unidades de saúde para se vacinar.

Bastou o céu anunciar chuva para surgir o alerta de doenças respiratórias, como a gripe – que leva milhares de pessoas, anualmente, às emergências das unidades de saúde de todo o Brasil. Mesmo o vírus da Influenza circulando pelos ares durante todo o ano, os casos de pacientes infectados costumam ser mais frequentes no outono e inverno, quando o clima passa por bruscas variações – período atual em São Luís e no restante do país. Desta forma, a estratégia do Ministério da Saúde (MS) é investir, por mais um ano, em campanhas de imunizações, sobretudo direcionadas a grupos mais propensos à doença.

E como o alerta sobre o perigo do vírus tem se propagado com mais facilidade, assim como a importância de manter atualizada a caderneta de vacinação, os postos de saúde da capital têm estado lotados desde o primeiro dia de atividade da Campanha Nacional de Vacinação, que, a partir do dia 22, ampliou a imunização para todos os públicos prioritários. Na primeira etapa, de 10 a 18 deste mês, só estavam sendo vacinadas crianças e gestantes.

Na manhã de ontem (23), segundo dia da vacinação direcionada ao restante do público-alvo delimitado pelo MS, uma fila, principalmente de idosos, se formava no Centro de Saúde Doutor Paulo Ramos, localizado na Rua do Passeio, no Centro – uma das mais movimentadas unidades de saúde da capital maranhense –, e desenhou um cenário que tem sido considerado normal no setor de imunização desde o primeiro dia de atividade da Campanha Nacional de Vacinação.

A O Estado, a profissional de saúde aposentada, de 74 anos, Eldenira Sousa, contou o porquê de ter procurado o posto logo no segundo dia da vacinação ampliada ao grupo prioritário que lhe abrange. Segundo ela, se todos soubessem a importância da imunização, certamente a busca pelas doses formaria maiores filas. “Trabalhei há muitos anos como profissional de saúde, já estou aposentada há 10 anos, e sei como funciona o sistema, bem como a importância que se tem em vacinar para prevenir a gripe. Por causa disso, vim logo”, contou. “Estou cumprindo um dever que todo o público-alvo deveria cumprir”.

Além da aposentada, que por décadas serviu ao Município com serviços de saúde, quem também fez questão de enfrentar fila para se vacinar e manter o organismo longe do vírus da Influenza, e expressou satisfação por isso, foi a aposentada, de 70 anos, Maria José da Silva. “Resolvi vir ao Centro hoje [ontem] e botei a carteira de vacinação na bolsa, imaginando que se tivesse tempo eu aproveitaria logo para vacinar. Ainda bem que eu passei no posto e consegui receber a dose, apesar da fila, e enfrentar fila nunca é bom. Mas desta vez valeu a pena, porque gripe eu não vou pegar”.

E já que crianças e gestantes ainda estão na cobertura da vacinação contra a gripe, a mãe do pequeno Victor, de 4 anos, também não esperou mais tempo para vacinar o filho e aproveitou o dia de ontem para se juntar ao novo público-alvo a fim de garantir a imunização da criança. “Durante o período da primeira fase, eu não tive condições de trazê-lo para vacinar, e também porque imaginei que haveria muitas crianças. Agora, nesta semana, decidi que não dava para esperar, e fazer com que ele corresse o risco de gripar, então, trouxe logo”, contou Juliana Santos, de 29 anos. “Também tive medo de demorar mais, na esperança de não encontrar filas, e chegar no posto e não ter doses”.

De acordo com o MS, a distribuição de doses da vacina para atender ao público-alvo da primeira fase no Maranhão, crianças menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias) e gestantes, foi totalizada em 2.036.900 doses, 10% a mais que a quantidade de pessoas que devem ser imunizadas, 1.861.985. Até o momento, em todo o Brasil, apenas 17,4% das gestantes e 12,5% das crianças foram vacinadas.

Inclusão
Os profissionais das forças de segurança e salvamento, que totalizam cerca de 900 mil pessoas, a partir deste ano, passam a fazer parte do público prioritário da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza e já podem receber a dose da vacina nesta segunda fase da campanha. Estes profissionais, assim como os demais já contemplados na campanha, são expostos em atividades de risco em locais de aglomerações, um dos principais fatores de propagação do vírus da influenza. Para garantir essa ampliação, o MS adquiriu mais um milhão de doses da vacina, além das já previstas, com o Instituto Butantan, responsável pela produção do imunobiológico.

SAIBA MAIS

Panorama da Gripe no Brasil

Neste ano, até 13 de abril, foram registrados 369 casos de influenza em todo o país, com 67 óbitos. Até o momento, o subtipo predominante no país é influenza A H1N1, com 192 casos e 47 óbitos. O Amazonas é o que apresenta a maior circulação do vírus, com 130 casos e 34 mortes.
Todos os estados estão abastecidos com o fosfato de oseltamivir e devem disponibilizá-lo de forma estratégica em suas unidades de saúde. Para o atendimento do ano de 2019, o Ministério da Saúde já enviou aproximadamente 9,5 milhões de unidades do medicamento aos estados. O tratamento deve ser realizado, preferencialmente, nas primeiras 48h após o início dos sintomas.
A campanha se concentra neste período do ano porque a queda das temperaturas no outono e no inverno tende a aumentar as aglomerações de pessoas em lugares fechados e sem ventilação. São maiores também os riscos de se pegar a doença, pois a contaminação ocorre principalmente por meio do contato com outras pessoas doentes.
A gripe diminui a imunidade da pessoa gripada e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em casos extremos, pode levar à morte. A vacina não causa a gripe. Ela permite que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns em circulação sem ficar doente.

Meta do SUS
No ano passado, o grupo prioritário não atingiu a meta de 90% de cobertura. Segundo o Ministério da Saúde, a meta este ano permanece 90% de cada um dos grupos prioritários e a escolha dos grupos que receberão a vacina segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Essa definição também é baseada em estudos epidemiológicos e no comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe.

O que é gripe?

A gripe (influenza) é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão. Inicia-se com febre, dor muscular, e tosse seca. Normalmente, tem evolução por tempo limitado, durando de um a quatro dias, mas pode se apresentar de forma grave. O Sistema Único de Saúde (SUS) concede, de forma gratuita, a vacina que protege contra os tipos A e B do vírus.

O vírus da gripe propaga-se de facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou imunodeficiência são mais vulneráveis ao vírus.

Público-alvo da segunda etapa

– Trabalhadores da saúde
– Povos indígenas
– Puérperas (mulheres até 45 dias após o parto)
– Idosos (a partir dos 60 anos)
– Professores
– Pessoas portadoras de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico
– População privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob – medida socioeducativa
– Funcionários do sistema prisional

Tipos de gripe

Existem três tipos de vírus influenza/gripe que circulam no Brasil: A, B e C. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública, não estando relacionado com epidemias.

Tipo A – são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre.

Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N).
Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)pdm09 e A (H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos.
Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.
O vírus influenza A (H7N9) é um subtipo de vírus influenza A de origem aviária.

Tipo B – infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem ser divididos em 2 grupos principais (as linhagens), denominados linhagens B/ Yamagata e B/ Victoria. Os vírus da gripe B não são classificados em subtipos.

Tipo C – infectam humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, portanto apresenta implicações menos significativas de saúde pública.

IMPORTANTE

Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e levar à morte, principalmente nos grupos de alto risco, como pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de cinco anos, gestantes e doentes crônicos.

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