Inexperiente

UE tenta entender como comediante governará Ucrânia

O presidente eleito Volodymyr Zelenski é desconhecido do bloco, que aposta no país como baluarte contra Rússia

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Presidente eleito da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, não tem experiência política
Presidente eleito da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, não tem experiência política (Reuters)

BRUXELAS - Um dia após a vitória nas urnas, o presidente eleito da Ucrânia , Volodymyr Zelenskiy , ainda não mostrou aos países europeus como conduzirá o governo. Até a cúpula da União Europeia (UE) teve dificuldades para falar com ele pelo telefone ontem, 22, segunda-feira, enquanto quer saber se ele atenderá aos apelos por reformas no país.

Os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, escreveram um comunicado conjunto para congratular Zelenskiy, um popular comediante de TV sem experiência política. Aproveitaram para sublinhar que contam com reformas democráticas e com o combate à corrupção, esta última uma plataforma central dos vagos planos expostos até agora pelo futuro presidente.

"Ainda há muito a ser feito para realizar plenamente a Ucrânia pacífica, democrática e próspera que seus cidadãos pediram", escreveram os dois. "O senhor pode contar com o forte apoio da UE ao processo de reforma da Ucrânia, incluindo a consolidação do Estado de direito, o combate à corrupção, a manutenção da estabilidade macrofinanceira e a realização da reforma essencial do setor da energia".

Nos últimos cinco anos, a UE injetou dinheiro na Ucrânia e arcou com o custo das sanções econômicas a Moscou. Os pedidos dos seus líderes, agora, são por continuidade no seu processo de aproximação com Kiev.

Diplomatas e autoridades na União Europeia e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) dizem que Zelenskiy permanece um tanto desconhecido para os governos ocidentais.

"Pouquíssimos da elite europeia, ou talvez ninguém, o conhece", disse um alto diplomata da UE em Bruxelas.

União Europeia

Autoridades da União Europeia estiveram discretamente e contato com pessoas próximas a Zelenskiy desde que ele saiu à frente de Poroshenko no primeiro turno das eleições presidenciais no fim de março, disseram fontes da UE. Tusk e Juncker propuseram uma reunião o mais rápido possível, e autoridades estavam tentando estabelecer contato telefônico nas próximas horas. Havia também planos preliminares para uma cúpula formal entre a UE e a Ucrânia em julho.

"Nós vemos o processo como uma vitória para a democracia ucraniana e estamos ansiosos para trabalhar com Zelenskiy nas reformas. Precisamos falar com ele ao telefone, marcar reuniões e transmitir nossa mensagem sobre a necessidade de reformas", disse outra fonte da UE.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, disse em uma carta ao presidente eleito, que deverá assumir o cargo no próximo mês, que espera poder recebê-lo em breve para conversas em Berlim. "O governo alemão também continuará no futuro a apoiar o direito da Ucrânia à soberania e à integridade territorial", escreveu Merkel.

A União Europeia investiu fortemente em termos econômicos e políticos na Ucrânia, vendo-a como um potencial modelo para outros vizinhos e um baluarte contra a crescente ameaça da Rússia. O acordo comercial e político entre Kiev e Bruzelas é visto pelo Kremlin como um dos motores da guinada dos seus satélites da era soviética ao Ocidente.

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