DESCASO

Moradores se queixam de abandono da área onde ficava antiga Cobal

No Monte Castelo, espaço que abrigava antigo hortomercado, é alvo de reclamações de quem passa pelo local; assaltos são recorrentes na região

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Espaço já foi limpo, mas ainda amedronta moradores, sobretudo durante a noite, por causa dos assaltos
Espaço já foi limpo, mas ainda amedronta moradores, sobretudo durante a noite, por causa dos assaltos (Hortomercado)

O terreno que abrigava o prédio sede do hortomercado (Cobal), às margens da Avenida Getúlio Vargas, no bairro Monte Castelo, continua sendo alvo de reclamação de moradores que residem nos arredores. O espaço, de grande extensão, ficou sem nenhuma serventia desde que a construção cedeu às ações do tempo e à falta de conservação do Estado. Nos últimos cinco anos, pelo menos, as reclamações têm sido cada vez mais constantes por parte da população, que se queixa não só do abandono do espaço, mas, sobretudo, de suas consequências: a presença de usuários de drogas, à noite, e a insegurança, durante o mesmo período.

Por muito tempo, de acordo com um mototaxista, que não quis se identificar, a construção esteve em ruínas, e o que sobrou dela, que servia de esconderijo para criminosos e abrigo para usuários de drogas, teve de ser demolida pela atual gestão estadual, que pensou conseguir cessar o problema da insegurança a partir de tal intervenção, mas não gerou nenhum resultado positivo. “O governador mandou passar a máquina para demolir o que restava no terreno, na tentativa de evitar que a criminalidade se espalhasse pela região, já que era comum alguns bandidos ficarem escondidos atrás das muretas, durante a noite, sem falar nos usuários [de drogas], mas não adiantou de nada”.

No ano passado, O Estado denunciou a aflição de moradores dos arredores do terreno – que após a demolição ficou, periodicamente, tomado pelo mato e lixo –, que reclamavam da falta de policiamento no local para conter os frequentes assaltos que ocorriam no logradouro, e sugeriram que, como o Estado não deu nenhum posicionamento nos últimos anos sobre a construção de algum outro prédio no terreno, poderia ser construída uma praça, para o lazer da população do bairro. Em nota, o Governo do Maranhão informou, via Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), que, além da praça, seria construída uma Unidade de Emergência do Corpo de Bombeiros, mas, nove meses depois, nada foi feito.

Na mesma nota, a Secid ressaltou que o acréscimo de uma Unidade de Emergência do Corpo de Bombeiros no projeto inicial, que contemplava apenas a construção da praça, foi o que demandou tempo, e consequente demora, para a alteração total do projeto inicial – que não saiu do papel, e continua sendo o anseio da população que prima pela tranquilidade de poder andar na rua com a segurança que se tinha em anos passados.

“A situação é bastante crítica, porque a gente fica à mercê da criminalidade, ou seja, a gente não consegue nem sair de casa, no período da noite, por exemplo, com medo de ser assaltado, ou sabe-se lá o que mais. Por isso, o mais certo mesmo, entre sair e voltar cedo para casa, ou reunir outras pessoas para não passar pela região sozinha, é não sair de casa sem que, realmente, haja necessidade”, expressou o universitário Jayron Rego, de 26 anos.

“A área deveria ser cercada, se considerarmos a Lei de Muros e Calçadas de São Luís, e por isso [devido à falta de demarcação] acaba sendo um espaço que oferece insegurança e é oportuno à criminalidade. Com praça ou sem praça, queremos apenas que o terreno ganhe alguma utilidade, uma vez que no local já funcionou até estação de bonde, antes do hortomercado”, frisou o jornalista Joel Jacinto, vizinho do terreno abandonado.

Outro lado
O Estado
manteve, novamente, contato com o Governo do Maranhão, para indagar o porquê de nenhuma intervenção ter sido iniciada nove meses depois do primeiro contato, em que foi informado a existência de um projeto para reestruturar o terreno, além de indagar a falta de policiamento no local. Por meio de nota, a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) declarou que no terreno onde era instalado o antigo Hortomercado do Monte Castelo, será construído um novo equipamento público, uma praça. O projeto está em fase final, e logo será encaminhado para licitação.

A Secid informou, ainda, que na última semana, em parceria com a Prefeitura de São Luís, iniciou a limpeza no local. Por fim, ressaltou que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), está reforçando a segurança da localidade para inibir quaisquer tipos de delitos na região.

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