Mercado de trabalho

Número de estagiários no país cresce 23,8% no 1º trimestre

Segundo pesquisa divulgada pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), estudantes do sexo feminino são maioria no mercado de trabalho, respondendo por 65% das vagas ocupadas, com taxa de contratação de 30%

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Aprendizagem, modalidade de trabalho para jovens entre 14 e 24 anos, com maioria formada no ensino médio, apresentou alta de 39,5%
Aprendizagem, modalidade de trabalho para jovens entre 14 e 24 anos, com maioria formada no ensino médio, apresentou alta de 39,5% (Estagiarios)

São Paulo

O número de estagiários no país cresceu de 466.157 no primeiro trimestre do ano passado para 576.983 no mesmo período deste ano, uma alta de 23,8%. Segundo pesquisa divulgada pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), estudantes do sexo feminino são maioria no mercado, respondendo por 65% das vagas ocupadas, com taxa de contratação de 30%.
A aprendizagem, outra modalidade de trabalho, voltada para jovens entre 14 e 24 anos, sendo a maioria (68.8%) formada no ensino médio, apresentou alta de 39,5%, passando de 109.966 postos no primeiro trimestre de 2018 para 153.452 no mesmo período neste ano. Entre os aprendizes, o índice de contratação é de 25%.
O superintendente do CIEE, Humberto Casagrande Neto, destacou que 27% da população com até 24 anos está sem emprego no país. “O jovem é sempre demitido em primeiro lugar, e é contratado mais tarde”, disse. Segundo ele, aumentar a qualidade e a formação dos jovens é primordial. “A produtividade da economia brasileira é uma das menores do mundo. Até os argentinos estão acima. Os programas de estágio tem tudo a ver com a melhora da produtividade, essa pauta também está aqui”, completou.
Casagrande Neto também defendeu a proposta da Carteira de Trabalho Verde e Amarela, que, segundo ele, pretende desburocratizar as relações trabalhistas. “Não conflita [com o estágio e a aprendizagem]. Vejo com bons olhos, como cidadão, como entidade. Não vejo que vá trazer problemas, não vejo concorrência. Isso vai trazer mais emprego, mais oferta”, disse.

Dados
O estudo mostrou que a média de estagiários por empresa é de 3,06 no Centro Oeste e no Distrito Federal; de 3,84 na Grande São Paulo; de 3,24 no Nordeste; de 3,67 no Norte; de 3,71 no leste do interior paulista; e de 3,38 no oeste do interior paulista. O tempo médio de duração de cada estágio varia de 6,7 meses no Centro-Oeste a 7,9 meses na Grande São Paulo.
Os cursos com maior número de estagiários no país são administração, pedagogia, direito, ciências contábeis, engenharia civil e engenharia de produção, nessa ordem. No último trimestre, os cursos que mais abriram vagas foram direito, pedagogia, administração, ciências contábeis, educação física e área de Tecnologia da Informação.

Processo seletivo
Segundo o superintendente de operações do CIEE, Marcelo Gallo, os principais requisitos que as empresas exigem dos estagiários são conhecimentos em informática (excel, word, power point e windows) e o domínio do inglês.
Os traços comportamentais, no entanto, são os diferenciais mais observados durante um processo seletivo, sendo valorizados os trabalhos em equipe, a versatilidade, a boa comunicação e a facilidade para lidar com adversidades. “A empresa pode oferecer os cursos, mas os aspectos comportamentais são mais difíceis de moldar na pessoa.”

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