Decisão

Nicarágua diz ter libertado centenas de presos antes de aniversário de protestos

Ato, divulgado na noite de terça-feira, ocorreu na véspera de uma marcha organizada por opositores políticos de Ortega que o governo considera ilegal, o que pode provocar novos atritos

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
(protesto Nicaragua)

MANÁGUA - O governo da Nicarágua disse ter libertado 636 prisioneiros, no momento em que o combativo presidente Daniel Ortega tenta se consolidar no poder quase um ano após o início dos maiores protestos que já abalaram sua gestão.

O gesto, divulgado na noite de terça-feira, ocorreu na véspera de uma marcha organizada por opositores políticos de Ortega que o governo considera ilegal, o que pode provocar novos atritos.

Os protestos irromperam em abril, quando o ex-guerrilheiro marxista Ortega tentou cortar benefícios de programas sociais, e logo se tornaram um movimento de resistência mais amplo e o teste mais duro de sua autoridade desde que ele voltou ao cargo em 2007.

Os presos foram soltos de várias prisões da Nicarágua e terminarão de cumprir suas penas em casa, informou o governo em um comunicado. Os termos da libertação os proíbem de participar de protestos ou outras reuniões públicas.

O governo disse que o grupo inclui 36 que foram presos durante manifestações anteriores, mas que nenhum é prisioneiro político. Já a Aliança Cívica, um grupo de oposição, disse em um comunicado que 18 detidos nesta condição foram soltos.

Todos os prisioneiros políticos libertados saíram da prisão de Manágua conhecida como La Modelo, segundo Brenda Gutierrez, do Comitê Pró Libertação de Prisioneiros Políticos, grupo que trabalha pela soltura desta categoria de detidos.

A rede de notícias estatal El 19 Digital disse que, no total, cerca de 200 presos foram soltos de La Modelo. Um porta-voz do governo não respondeu ao ser indagado sobre detalhes de onde os outros presos foram soltos.

A oposição quer que o governo cumpra uma promessa de libertar centenas de prisioneiros ainda sob custódia que foram detidos durante os protestos do ano passado.

Ao menos 324 pessoas foram mortas nos tumultos, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, uma divisão autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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