Israel: Netanyahu obtém respaldo parlamentar para formar novo governo
Anúncio do presidente do país abre caminho para quinto mandato do premier; Netanyahu disse que pretende compor uma coalizão com cinco partidos de extrema direita, direita e de judeus ultraortodoxos
JERUSALÉM - O presidente de Israel, Reuven Rivlin, disse ontem, 16, que a maioria dos membros do Parlamento o aconselhou a permitir que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu forme um novo governo diante dos resultados da eleição de 9 de abril, na prática garantindo a nomeação do premier para mais um mandato, o quinto.
No cargo há uma década, Netanyahu conquistou o novo mandato apesar do anúncio feito em fevereiro pelo procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, de que planeja acusá-lo formalmente em três investigações por corrupção. Netanyahu nega qualquer irregularidade.
Pela lei, o presidente tem que escolher um líder partidário que julgue ter a melhor perspectiva de montar uma coalizão governista. Ele anunciará formalmente o escolhido na quarta-feira.
Em comentários divulgados ontem, o segundo dia das consultas públicas de Rivlin com partidos políticos a respeito de suas preferências para premier, ele disse que Netanyahu "agora tem uma maioria de membros do Knesset (o Parlamento israelense)" a seu favor. "Qualquer espaço de manobra que eu tinha foi efetivamente retirado neste momento", afirmou.
A nomeação de Netanyahu se tornou uma mera formalidade depois que seu partido de direita Likud conquistou o maior número de cadeiras parlamentares na votação da semana passada e seu principal rival, o político de centro Benny Gantz, reconheceu a derrota.
Coalizão
Netanyahu disse que pretende compor uma coalizão com cinco partidos de extrema direita, direita e de judeus ultraortodoxos, que dariam 65 assentos a um governo liderado pelo Likud, quatro a mais do que dispões o seu atual governo em fim de mandato.
Representantes de todas estas siglas disseram a Rivlin nas reuniões, transmitidas ao vivo pela internet, que recomendam Netanyahu.
Gantz, ex-chefe militar cujo partido Azul e Branco conseguiu 35 assentos parlamentares, provavelmente será o próximo da fila para montar um governo se Netanyahu não o fizer até 42 dias depois de ser escolhido por Rivlin.
Netanyahu não é legalmente obrigado a renunciar se for denunciado à Justiça pela Procuradoria. Ele ainda pode refutar a acusação em uma audiência pré-julgamento cuja data ainda não foi marcada.
O líder israelense deve ser tornar o premiê mais longevo da história do país em julho, superando David Ben-Gurion, o primeiro chefe de governo de Israel.
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