Páscoa

Inquietações de Pilatos sobre o palco

“Paixão segundo nós”, espetáculo apresentado pelo grupo Coteatro há 30 anos, terá dois dias de apresentação para o público no Teatro Arthur Azevedo amanhã e sexta, às 20h

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Cena da peça "Paixão segundo nós", do grupo Coteatro
Cena da peça "Paixão segundo nós", do grupo Coteatro (Paixão segundo nós)

São Luís - A angústia e a dúvida de Pilatos após a condenação de Cristo permeiam o espetáculo “Paixão segundo nós”, que o grupo Coteatro volta a apresentar para o público amanhã e sexta-feira às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Centro). Hoje, haverá sessão para convidados. Polêmica e vibrante, a peça é adaptada a partir de textos de Gilbran Khalil Gilbran, do Evangelho Segundo São Matheus e Evangelhos Apócrifos. Esta temporada celebra os 30 anos da montagem da peça que tem texto e direção de Tácito Borralho.

Além de São Luís, o grupo pretende excursionar com a peça por outras cidades do Maranhão e estados vizinhos. “O primeiro município será Cedral, onde o grupo se apresenta no Centro Cultural da cidade em duas sessões, às 18h e às 20h. Vamos a convite da Prefeitura e ainda estamos fechando as demais apresentações em outras cidades”, diz Tácito Borralho, diretor da peça.

Tendo como uma de suas características o teatro de pós-vaguarda, no qual o público fica envolvido pelo elenco, participando da tensão desenvolvida durante a encenação, a peça quase sempre foi encenada em espaços alternativos a exemplo da Igreja do Desterro, de São Pantaleão, Casa do Maranhão, entre outros. Este é o segundo ano que “Paixão segundo nós” ocupa o palco do Teatro Arthur Azevedo que também recebeu a montagem ano passado.

A primeira apresentação ocorreu na Igreja do Desterro a partir de um roteiro de Tácito Borralho que, além de adaptar os textos de Gilbran Khalil Gilbran e dos evangelhos, também utilizaou músicas do folclore maranhense, bem como composições dele e de César Teixeira e Sérgio Habibe.

Em sua quarta versão de montagem, o espetáculo foi amadurecendo com o tempo. “Antes mesmo de fazermos a peça com o grupo Coteatro, já encenávamos com outros grupos como Laboarte, mas a peça tinha outro nome, então tem até mais de 30 anos. Este ano estamos fazendo a quarta versão que na verdade diz respeito à forma de montagem e marcações”, pontua Tácito Borralho.

O espetáculo incorpora, além dos textos originais, a cena da tentação de Cristo no deserto, através da sedução do Satanás em duas formas e matérias únicas, o macho e a fêmea, como relatam os Evangelhos Apócrifos. A versão permite, assim, uma interpretação poética das figuras expostas, revelam o caráter humano e frágil da resistência do Cristo sendo sobrepujado pela vontade divina.

O texto ponteia a terrível angustia de Pilatos e seu desespero à dúvida da sentença proferida (O que representa a verdade para o inocente quando a mão do carrasco já está sobre Ele?). Em cada personagem da Paixão, penetra o delírio de Pilatos e em seus depoimentos revivem o drama do julgamento do Cristo.

Na segunda parte, o espetáculo remonta uma reflexão do trajeto para o Calvário até a desnudação do Cristo, sua morte, sepultamento e ressurreição. Assim, “Paixão, Segundo Nós” é um espetáculo profundo, que abala os alicerces da fé, e faz refletir o mais humano e mais poético drama cristão.

Sobre o palco, elenco da própria Companhia e alguns atores e atrizes convidados e alunos egressos do curso de formação de atores do Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem). A classificação é de 16 anos.

Serviço

O quê

Peça “Paixão segundo nós”

Onde

Teatro Arthur Azevedo, Rua do Sol, Centro

Quando

Quinta e sexta-feira da Paixão, às 20h

Ingressos

R$ 40,00

Ficha Técnica

Texto e direção: Tácito Borralho

Figurino e caracterização: Coteatro

Iluminação: Abel Lopes

Cenografia: Tácito Borralho

Trilha sonora: Roberto Fróes

Músicas: César Teixeira, Tácito Borralho e Roberto Fróes

Contra regra: Josué Lobato

Fotos: Valdeir Limaverde

Elenco

Cristo – David Lopes

Pilatos – Domingos Tourinho

Satanás (homem) Raimundo Reis

Pedro – Jorge Milton

João Batista – Magno Abreu

Judas – Bruno Oliveira

Caifás – Gilberto Goiactman

Barrabás – Rogério Vaz

José de Arimatéia - Raimundo Reis

Simão Cirineu – Jorge Milton

Maria – Lúcia Gato

Madalena – Tatiane Sampaio

Cláudia Prócola (mulher de Pilatos) – Liliam Cutrim

Míriam – Rosana Fernandes

Marta – Ivoní Araujo

Ciboréia – Ivoní Araujo

Viúva da Galiléia – Tatiane Sampaio

Satanás (mulher) – Luana Lopes

Verônica – Elaine Melônio

Carpideira– Luana Lopes

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