Depredação

Retiradas placas de bustos de intelectuais no Complexo Deodoro

Segundo a Prefeitura, a responsabilidade da devolução das placas é do Iphan; o instituto não respondeu aos questionamentos de O Estado

Emmanuel Menezes / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

[e-s001]Sinais de descaso começam a ser identificados no novo Complexo Deodoro, entregue em dezembro de 2018. Internautas denunciaram que dois bustos que fazem parte da decoração da Praça do Pantheon, em frente à Biblioteca Benedito Leite, tiveram suas placas arrancadas. Os bustos de grandes personalidades das artes e letras do Maranhão estiveram, por 11 anos, guardados no Museu Histórico e Artístico do Maranhão. Para a inauguração do espaço, eles foram higienizados e restaurados para retomar seu local de destaque.

“Atenção, Iphan. A placa de identificação não se encontra mais no busto de Urbano Santos. Não sei se caiu ou se foi um vândalo. Vamos providenciar?”, questionou um internauta, após publicar a foto do busto em suas redes sociais. A placa com o nome do político e jurista Urbano Santos foi retirada do local, assim como a que conta a história do teatrólogo e jornalista Arthur Azevedo, deixando dois bustos depredados.

Quando foram retirados da Praça do Pantheon, em 2007, ameaçados de depredação e atos de vandalismo, os bustos deixaram um vazio e a sensação de que era preciso criar um espaço seguro e à altura das personalidades históricas que representavam. Durante as obras de revitalização do Complexo Deodoro, foi permitida a criação de um espaço exclusivo para as peças, mas sua segurança ainda é incerta.

No local, O Estado registrou que a população insiste em jogar lixo pela calçada ou áreas verdes. Mes­mo com lixeiras espalhadas por to­do o Complexo Deodoro, em vários pontos do gramado foi possível identificar papéis, copos de plástico e embalagens de alimentos.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís, que informou que a responsabilidade integral dos bustos é do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Na­cional (Iphan). O instituto foi questionado sobre o paradeiro das placas, e quais medidas serão tomadas, mas até o fechamento desta reportagem nenhuma resposta foi dada.

Primeiro caso
Este não é o primeiro sinal de vandalismo registrado no local. No dia 6 de fevereiro, O Estado noticiou uma denúncia feita nas redes sociais pelo jornalista Marcial Lima, que mostrou pichações em bancos de madeira que ficam protegidos por árvores e caramanchões, próximo aos bustos, localizados em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite. Nos demais bancos, que são de ferro e pedra e ficam espalhados pelas alamedas Silva Maia e Gomes de Castro, também é possível ver atividades de vândalos.

[e-s001]Nas redes sociais, muitos internautas expressaram sua revolta. “Um absurdo. Se não houver punição severa em relação aos vândalos, não adiantará a reforma. Tão linda a pra­ça”, disse uma internauta. Outro reclama do trabalho da Guarda Municipal, que se faz presente no local mas é considerada ineficiente. “Os guardas municipais só servem para ficar dentro das viaturas, no ar-condicionado e no WhatsApp”, denunciou.

Na ocasião, o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., comentou so­bre a depredação. “É preciso que todos saibam que a cada banco pichado, escultura danificada ou qualquer outro patrimônio público depredado, a cidade toda é agredida. A limpeza do espaço já foi realizada, mas aproveito para pedir a colaboração de todos os ludovicenses para cuidar do que é nosso e denunciar esse tipo de atitude criminosa”, disse.

SAIBA MAIS

Sobre a obra
No dia 22 de dezembro de 2018, foi realizado a reinauguração do Complexo Deodoro, compreendendo as Praças Deodoro e Panteon e das alamedas Silva Maia e Gomes de Castro, além da primeira etapa das obras da Rua Grande. Os serviços contemplaram a colocação de nova pavimentação em concreto lapidado, renovando todo o piso; colocação de granito na área central e de grama nas áreas de canteiro, instalação de caramanchões para proporcionar beleza e sombreamento aos ambientes, novo mobiliário urbano, entre outros elementos urbanísticos e arquitetônicos como três conjuntos de caramanchões. O espaço ganhou novo mobiliário urbano, com bancos e lixeira; e nova configuração da iluminação pública, com a utilização de luminárias mais eficientes.

O logradouro também ganhou novos banheiros públicos, bancos de pedras lioz, áreas para recebimento de atividades diversas e de fiscalização; canteiros ajardinados, nova iluminação pública, entre outros elementos arquitetônicos. No espaço, mobiliários novos, 38 luminárias, bancos com design diferenciado, caramanchões, grama nova, além de centro administrativo e dois salões para Blitz Urbana e policiamento de área.

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