Assalto

200 ônibus já foram assaltados nos primeiros três meses deste ano

Aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano passado, com média de 67 roubos por mês; nesta quinta-feira, 11, três casos foram registrados na Ilha e em um deles, os bandidos atiraram contra o motorista e a cobradora

Ismael Araújo

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Policiais realizam a operação Catraca, mas os bandidos não dão trégia
Policiais realizam a operação Catraca, mas os bandidos não dão trégia (Onibus)

SÃO LUÍS - Sinal vermelho acionado em se tratando a roubo a coletivos na Região Metropolitana de São Luís. Os criminosos estão agindo mais na zona rural. Duzentos coletivos já foram roubados nos três primeiros meses deste ano na Região Metropolitana de São Luís, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (Set). A média é de 67 casos por mês. Os números revelam um aumento de 53% em relação ao mesmo período de 2018, que contabilizou 131 ocorrências. Ano passado foram 672 casos desse tipo de crime.

Somente na noite desta quinta-feira, 11, por volta das 9h, ocorreram três assaltos a coletivos na capital. Um deles na Avenida São Jerônimo, na Vila Vitória, e alvo foi um ônibus da empresa Aroeira, que faz linha Cajupari. O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Isaías Castelo Branco, informou que os criminosos colocaram pedaços de madeira na via para parar o coletivo. O ônibus foi invadido por seis bandidos encapuzados portando arma de fogo e facas.

Os bandidos fizeram um raspa dentro do coletivo e ainda dispararam dois tiros em direção ao motorista e a cobradora, mas não houve registro de feridos. Os marginais quebraram o vidro das portas e das janelas do veículo e fugiram em seguida.

Na tarde desta sexta-feira, a polícia anunciou a apreensão de uma adolescente e a prisão de Geniwelington da Silva Reinaldo, 20 anos, que portavam armas e drogas.

Mais assalto

Já o coletivo da empresa Ratrans, que faz linha Vila Sarney-Rodoviária, foi o segundo ônibus atacado na noite de quinta-feira. Um trio teve acesso ao veículo como passageiros no Terminal da Integração da Área Industrial e logo depois anunciou o assalto. Os bandidos estavam portando arma branca e levaram celulares, dinheiro e outros objetos de valor.

O terceiro assalto teve como alvo um coletivo da empresa 1001, que faz linha ao bairro Piçarreira. De acordo com a polícia, um casal entrou no ônibus como passageiro no Anel Viário e ao chegar na Avenida dos Franceses, na Ivar Saldanha, anunciou o assalto. A renda do coletivo e pertences dos passageiros foram roubados pelos bandidos, que fugiram em direção ao bairro do Barreto.

Violência

O mês de março está sendo considerado até o momento o período mais violento deste ano com 78 casos de roubo a coletivos na Ilha. Fevereiro ocorreram 66 casos e 56 no mês de janeiro. Nesta sexta-feira, 12, estavam presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas por decisão judicial, Luís Cláudio Teixeira Júnior, idade não revelada; Aldeman Nogueira Neto, o Neto Playboy, de 23 anos, e José Benedito Maranaldo Júnior, de 19 anos.

De acordo com a polícia, eles são acusados de terem assaltados o ônibus da empresa São Benedito, da linha Santa Clara, na noite do dia 25 do mês passado, no Monte Castelo, que resultou na morte do passageiro Alexandro Dias Rodrigues, de 38 anos.

O ônibus circulava no sentido Centro/Santa Clara, quando na parada localizada nas proximidades do Canto da Fabril, seis pessoas adentraram o coletivo como passageiros. Entre elas, Aldeman Nogueira, que pagou a passagem com dinheiro, mas logo depois, portando um revólver calibre 38, o bandido anunciou o assalto.

Ele saiu tomando celulares e dinheiro das pessoas que estavam no ônibus. Houve pânico e em determinado momento, Alexandro Dias tentou tomar a arma de fogo do assaltante e acabou levando um tiro na testa e morreu no local. O criminoso teve apoio de José Maranaldo e de Luís Cláudio, que teria lhe emprestado a arma.

Força tarefa

O delegado-geral adjunto operacional da Polícia Civil, André Gossain, declarou para a Rádio Mirante AM que foi montada uma força tarefa composta por três delegados, escrivães e investigadores para investigar essa onda de assalto a coletivo na Ilha, muitos casos na zona rural da capital.

Ele informou, também, que essa equipe policial tem como ponto base a Delegacia de Roubo e Furto (DRF), na Vila Palmeira. Já foi solicitada ao Poder Judiciário a prisão de sete assaltantes de coletivos. “Esses policiais estão focados no combate a assaltos a coletivos na Ilha”, disse o delegado.

Ainda segundo o delegado, os assaltos a coletivos ocorridos na última quinta-feira, os policiais já estão tentando identificar os criminosos. Na sexta-feira, 12, testemunhas foram ouvidas na delegacia e as imagens da câmera de vídeo desses veículos estão sendo analisadas para identificar os quadrilheiros.

“Esses policiais estão focados no combate a assaltos a coletivos na Ilha”André Gossain, delegado-geral adjunto

Catraca

O coronel Aritanã Lisboa, comandante de Policiamento de Área Metropolitana II, informou que os militares realizaram durante a noite de quinta-feira, 11, a operação Catraca e resultou na abordagem de 63 pessoas, cinco coletivos vistoriados e uma motocicleta abordada. Um dos pontos de barreira policial foi na avenida José Sarney.

Na noite anterior também ocorreu a operação Catraca e, além da Avenida José Sarney, os militares estiveram na Avenida Santos Dumont e o eixo da zona rural da capital, principalmente, Albino Soeiro, Andiroba e Nova Vida, que teve como saldo 110 pessoas abordadas e 20 veículos abordados. “Essas localidades são consideradas como mancha criminal onde há incidência de assaltos a coletivos”, explicou Aritanã Lisboa.

Saiba mais

Os bairros Vila Itamar, Maranhão Novo, Alemanha, São Raimundo, Itaqui-Bacanga e Avenida dos Africanos são considerados as principais rotas de assaltos a coletivo na capital.

Números

200

coletivos foram roubados durante os três primeiros meses deste ano na Ilha, superando o mesmo período de 2018, quando 131 assaltos foram registrados

672

ocorrências de assaltos a coletivos na Região Metropolitana de São Luís, foram registradas durante todo o ano de 2018, segundo dados do Sindicato das Empresas

Entenda

Roubos a coletivos durante este ano na Ilha

Janeiro: 56 casos

Fevereiro: 66 casos

Março: 78 casos

Fonte: Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET)

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