O Mercado das Tulhas, ou Feira da Praia Grande, como é popularmente conhecido, localizado no Centro Histórico de São Luís, foi o local escolhido pelo “Projeto Saúde nas Feiras”, realizado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes de São Luís (Sindifeirantes) na ma­nhã de ontem (10). A iniciativa é idealizada pelo sindicato desde 2012 e consiste em um conjunto de atividades e serviços de saúde voltado, sobretudo, aos feirantes da cidade. Aferição de pressão e teste de glicemia, vacinação e orientações acerca de saúde bucal, por exemplo, foram algumas das ofertas – possíveis a partir do apoio da Fecomércio, Sesc e Senac e Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

A ação, segundo a presidente do Sindifeirantes, Ivanilde Sampaio, abrange três principais pontos da realidade de vida dos trabalhadores: a falta de tempo, de informação e a dificuldade de acesso ao serviço de saúde pública. “O feirante é um profissional que não tem tanto tempo para cuidar da própria saúde, por causa do trabalho que requer intensa dedicação, ao ponto de não sobrar um intervalo para a ida ao médico. O Projeto Saúde nas Feiras busca ajudá-los neste sentido, o de prestar a assistência básica, aos quais muitos não sabem que é o essencial para o diagnóstico de boa parte das doenças, como diabetes e hipertensão, além de, em outros momentos, terem dificuldade de acesso à saúde pública”, mencionou.

De acordo com a assistente social do Sesc, Geísa Cutrim, as ações de educação em saúde, ofertada pela instituição durante as edições do projeto, são de suma importância para que os feirantes saibam a necessidade de se cuidar melhor para que o rendimento no trabalho, consequentemente, seja melhor. “Os empreendedores feirantes compõem um público que, infelizmente, fica desassistido pelas políticas públicas em saúde, e este tipo de trabalho, realizado pelo projeto, nas feiras, tem grande importância no sentido de passar informações de saúde para prevenção de doenças”, pontuou.

“A gente tem se engajado em dar visibilidade aos feirantes, de forma a passar conhecimento educativo e preventivo para essas pessoas não demandam de tempo, uma que a feira exige que o profissional chegue cedo, que passe o dia inteiro e acaba que eles deixam a qualidade de vida a desejar”, complementou o dentista do Sesc, Alessandro Batista, que acompanhou os atendimentos em saúde bucal.

E quem aproveitou não só das orientações de como manter a saúde da boca, mas também do aferimento de pressão, teste de glicemia e atendimento clínico foi a feirante Lucina Furtado, de 73 anos. “A iniciativa é maravilhosa e atrai o feirante que, às vezes, sente alguma coisa, mas não tem nem como ir atrás de médico porque tem de ir trabalhar, porque o nosso ritmo de trabalho faz a gente deixar muita coisa de lado, principalmente a saúde”, contou.l

SAIBA MAIS

O PROJETO

Idealizado pelo Sindifeirantes, em parceria com outras repartições que prezam pela qualidade do empreendedorismo, que depende, por consequência, da qualidade de vida dos empreendedores, o projeto atendeu ontem, pelo menos, 100 feirantes que trabalham, dia a dia, no Mercado das Tulhas, na Praia Grande.

Em 2018, o projeto contemplou um total de 32 feiras municipais e quatro estaduais. Este ano, o projeto estabeleceu um cronograma e limitou o atendimento a cinco feiras em toda a capital, para que se possa direcionar todos os pacientes de saúde aos médicos especialistas requisitados para tratamento de qualquer doença a partir dos serviços de diagnóstico. O Mercado das Tulhas foi o 3º contemplado deste ano.

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