Denúncia

Bardal denuncia outra manobra da SSP à Justiça

Delegado acusou secretário Jefferson Portela de manobra em investigações contra a agiotagem

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Delegado Thiago Bardal voltou a fazer denúncias contra o secretário de Segurança Jefferson Portela
Delegado Thiago Bardal voltou a fazer denúncias contra o secretário de Segurança Jefferson Portela (Bardal)

O delegado de Polícia Civil, Tiago Bardal, ex-superintendente de Investigações Criminais (Seic), afirmou que o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela (PCdoB), agiu para desarticular uma operação contra a máfia da agiotagem no Maranhão, que atingiria políticos ligados ao Governo do Estado.
A declaração de Bardal foi dada em depoimento à 2ª Vara Criminal de São Luís. O delegado atuava como o segundo nome de maior relevância no Sistema de Segurança Pública da atual gestão e despachava diariamente com Portela.
Essa foi a terceira denúncia de grave teor registrada por Bardal à Justiça Estadual e que chegou até a imprensa.
Há duas semanas, provocou forte repercussão a sustentação dele de que o secretário havia determinado uma investigação clandestina a quatro desembargadores do Tribunal de Justiça e tam­bém o arquivamento de um pedido de reabertura das investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.
Declarações
Todas as declarações dizem respeito ao mesmo depoimento. No trecho em que o delegado fala da manobra contra a investigação da agiotagem – abordado primeiro pelo blog Atual7 -, Bardal fala que foi confrontado por Jefferson Portela para que o trabalho não atingisse o Governo.
“Começou a ter um atrito entre o secretário e eu, porque ele estava começando a intervir. Nós fizemos uma operação de agiotagem, se colocar na internet vai sair: Operação Jenga. Nós fizemos uma primeira parte, pegamos um grupo da organização e íamos fa­zer uma segunda parte. Eu avisei ao secretário: ‘Olha, vai ter uma segunda parte, que poderá e vai chegar em políticos, do lado do governo ou não’. Foi quando ele [Jefferson Portela] falou: ‘Calma com essa operação’. Eu avisei ao pessoal do crime organizado, delegado Ney Anderson. Nós não concordamos e continuamos apurando”, disse.
O delegado de Polícia afirmou que, depois disso, Portela reagiu ao receber a informação de que as investigações haviam prossegui­do.
“Ele [Portela] ficou sabendo [do prosseguimento das investigações da Operação Jenga II] e me chamou, porque ia envolver políticos e um tal de um agiota conhecido como Eduardo DP, Imperador. Depois, eu vim descobrir que ele tem contratos, vários contratos milionários, com o gover­no”, completou.
Na primeira etapa da Operação Jenga, da qual Bardal fez referência em depoimento, a polícia prendeu Josival Cavalcanti, o Pacovan e outros 17 suspeitos de atuarem na agiotagem.
Outro lado
O Estado entrou em contato com a Secretaria de Estado da Comunicação e Assuntos Políticos (Secap) para obter um posicionamento do governador Flávio Dino a respeito das acusações de Tiago Bardal contra Jefferson Portela, mas até o fechamento desta edição não houve resposta. l

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