Opinião

As chuvas e os velhos problemas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

O noticiário está encharcado de notícias sobre temporais, alagamentos, desmoronamentos, ruas esburacadas, casas inundadas. Mas por que tudo isso? Essa é a pergunta que não quer calar, pois o período chuvoso e suas dramáticas consequências já são velhos conhecidos dos gestores públicos, a grande maioria com anos de mandatos e, claro, reeleições.

Sendo assim, os administradores já deveriam saber que esse caos das chuvas poderia ocorrer e, dessa forma, poderiam se "antecipar" com ações preventivas, para tentar minimizar os danos sofridos pela população e a degradação ambiental com as águas dos rios se misturando com as de esgoto. Como o período chuvoso é anual, não deveriam mais ficar apenas alardeando ser a chuva a causadora de tanto drama, eximindo-se das responsabilidades de um trabalho preventivo e constante nas áreas que costumeiramente são as mais afetadas.

Até porque autoridades, se utilizando desse cenário de terra arrasada a cada período chuvoso, não é de hoje e é percebido em todo o Brasil. Detalhe é que ano após ano esse discurso segue convencendo cidadãos, como se nada pudesse ser feito de efetivo para evitar tantos danos, principalmente aos mais sofridos e carentes. Só em São Luís, este ano, são 203 famílias desalojadas/desabrigadas, segundo levantamento da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas). Desse total, 167 famílias foram encaminhadas para o Aluguel Social, isto é, receberão valor monetário para arcar com a moradia no período em que estiverem impedidos de ocupar a casa novamente – o até terem novo endereço.

As chuvas seguem como grandes vilãs, mas elas apenas cumprem seu destino de fenômeno anual

E dessa forma, de norte a sul do Brasil, as chuvas seguem como grandes vilãs, mas elas apenas cumprem seu destino de fenômeno anual - e ainda com reconhecidos benefícios garantidos a agricultores. E, se é assim todos os anos, por que os gestores não contemplam ações que resolverão o problema em definitivo, deixando as situações de emergência apenas para casos em que sejam realmente emergenciais? Ou medidas para que ninguém fique à mercê das intempéries climáticas? E para que, ano após ano, não se fique em choque com tragédias anunciadas, resultado do descaso com o bem comum.

O trabalho efetivo deve ser na origem. Um exemplo pode ser um trabalho realizado como forma de fiscalização na hora em que surgem invasões e comunidades, pois, caso elas realmente perdurem, devem vir acompanhadas de infraestrutura básica, como esgoto e saneamento, além de ordenamento urbano.

Com medidas simples, cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, São Luís, Imperatriz, Bela Vista do Gurupi e muitas, muitas outras pelo país vão poder enfrentar a chuva sem os sobressaltos da atualidade. E o cidadão espera que a única chuva que seja preciso enfrentar durante a vida seja a de bênçãos.

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